Há uns bons textos atrás comparávamos Bruno Alves a Marcos Rojo. De forma bastante simples, afirmámos que um não tem a mínima noção do que faz em campo, enquanto que o outro sabe o que deve ser feito, mas é demasiado lento a reagir mentalmente.
“…Bruno Alves é diferente. Tem imensas virtudes, mas tem também um defeito grave que o impede e por muito, de entrar na galeria dos grandes defesas centrais europeus. É demasiado lento. Não lento na passada, mas lento no que mais importa ser rápido. Na leitura das situações de jogo, o que naturalmente lhe retarda as acções. Bruno Alves demora a perceber o que o jogo pede. Ele sabe, ocupa o espaço, mas perante situações que fogem ao padrão normal as suas respostas são demasiado tardias.” Aqui.
Hoje, apresentamos por video, o exemplo de um central que sendo lento na passada, é rapidíssimo naquilo que mais convém ser rápido. Nas respostas posicionais a dar a cada situação de jogo. Mesmo nas mais inesperadas.
Repare como quase de forma intuitiva, pela velocidade extraordinária a que o faz, Luisão anula um ataque de enorme perigo do adversário. Pense. Qual seria o comportamento da maioria dos centrais da liga perante tal situação? Defender o adversário mais próximo da baliza, ficando uma situação de 2×2, com o avançado do Olhanense a poder receber a bola bem próximo da baliza adversária. Num centésimo de segundo, Luisão transforma a situação em 1×2. Bastante bem também Garay a adaptar o seu posicionamento à decisão do seu capitão. Assim que Luisão pega no portador, Garay baixa um pouco para cobertura. E de repente o jogador mais avançado do Olhanense passa de uma situação de poder receber a bola em excelente posição, para não a poder receber de todo. E ter de voltar para trás, para sair do fora de jogo, acaba por impedir até que seja possível uma desmarcação de ruptura.
Pequenos pormenores no comportamento de uns e outros jogadores que fazem a diferença e que explicam, tantas vezes, resultados.
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