Surpresa?
Não tanto assim. Surpresa foi vê-lo de 15 a 17 de Julho de 2011, nas primeiras aparições ao serviço do SL Benfica, no torneio do Guadiana.
“Prémio Revelação. Matic. Dificilmente será muito utilizado, e porventura até bem sucedido no modelo de jogo de Jorge Jesus. Apesar da morfologia falta-lhe a imponência tão característica de Javi Garcia, e tão determinante na posição 6 das equipas de Jorge Jesus. Não tendo a mesma disponibilidade física e capacidade de se impor nas primeiras bolas como Javi, será sempre uma segunda opção para uma posição que, tão pouco é a sua de origem. Revelou, contudo, ser um jogador com uma capacidade técnica bem invulgar para atletas com tal morfologia. Fantástica a forma como recebe e passa, sempre de cabeça levantada. Seria uma mais valia em qualquer modelo de jogo que incluísse alguém a ocupar espaços mais próximos do trinco. A capacidade para sair a jogar é notável.” Aqui.
Desde o primeiro momento que o potencial se adivinhava. A Matic faltava sobretudo aprender e evoluir, no que é possível evoluir desde que bem orientado. O posicionamento e importância do trinco no modelo de Jesus é bastante peculiar. Nada de extraordinariamente difícil, ainda que exigente em termos de concentração e reactividade.
Hoje, que Matic conhece a posição e é um jogador bem mais reactivo quer na ocupação do espaço, quer na forma como sai ao portador da bola, é justo que se fale num “upgrade” relativamente ao passado. Se defensivamente dificilmente o sérvio conseguirá atingir o nível de Javi Garcia (falhando, contudo, apenas por pormenores como a imponência e controlo da sua zona de acção), é já possível, pelo deve e haver, considerar que Matic acrescenta mais ao SL Benfica que Garcia. A sua qualidade de passe é tremenda e acrescenta um nível que a transição ofensiva encarnada nunca conheceu com Javi. Num segundo já recuperou e serviu o extremo para mais uma saída rápida com espaço e tempo para contra atacar. O seu passe rasga corredores e sectores. Transforma demasiadas vezes situações contra dez adversários, em situações contra somente quatro atrás da linha da bola.
Uma surpresa, pois, pela competência defensiva que adquiriu. Contudo, o potencial sempre esteve todo lá. Naquilo que não se pode melhorar de sobremaneira já o sérvio demonstrava ser competente (qualidade técnica). Em tudo o mais, feliz por ser mais um a encontrar um treinador capaz de o integrar num modelo de jogo bem definido que potenciou as suas capacidades para um nível elevadíssimo.
É o jogador mais importante do actual Benfica. Porque, não apenas porque não há concorrência, mas muito pela qualidade que mostra a cada jogo.
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