Não Rinaudo. O argentino teve de correr por três face à inexistência de dinâmica colectiva leonina.
O problema táctico é de tal forma grave no Sporting que nem é preciso ir aos princípios específicos do jogo para perceber erros atrás de erros. Nem o simples recusar inferioridade numérica ou evitar igualdade o meio campo leonino parece perceber.
É crível que as melhoras que Jorge Jesus visualizou no adversário estejam sobretudo relacionadas com a colocação de Rinaudo na posição seis. Todos sabemos como, e bem, Jesus dá enorme importância ao espaço à frente dos centrais. Porém, o jogo não é estático. Rinaudo não é uma âncora presa ao relvado. O jogo pede que se desloque. Que aproxime dos corredores laterais para dar coberturas aos colegas, que saia à bola quando é o jogador mais próximo do portador. E foi sempre nos desposicionamentos do argentino que o Benfica foi somando ataques com um potencial perigoso enorme. Rinaudo era “arrastado” para outros espaços e ninguém ocupava o seu espaço.
Inacreditável a presença de Elias no derby. Não contou em termos defensivos. Sempre à frente da linha da bola, só participava no jogo defensivo quando eram os três de trás do SL Benfica (Garay, Jardel e Matic) que tinham a bola. A partir do momento em que o primeiro passe entrava, o brasileiro era espectador privilegiado no campo.
O Sporting jogou com três centrocampistas, mas durante demasiado tempo tinha menos médios centro a participar no jogo que o SL Benfica com apenas dois. Nunca estão os três em jogo. Ou está um (quando Rinaudo sai à bola), ou estão dois (quando Pranjic ou Elias saiem à bola, Rinaudo dá cobertura. O terceiro está alheado do jogo).
André Martins estava indisponível. Porém, é fácil perceber que mesmo apto não jogaria. O que é de todo lamentável. O português é muito mais inteligente, muito mais maduro, muito mais técnico, muito mais táctico, muito mais tudo que qualquer outra opção para a posição. É inacreditável o quão nocivo pode ser para a qualidade de uma equipa o formar onzes com base em estatutos e preços. Para além de todas as questões colectivas que são sempre aqui abordadas.
Parece impossível de acreditar, mas é possível que os extremos leoninos tenham passado mais tempo atrás da linha da bola que os próprios médios!
Adenda. Aqui, uma possível organização defensiva num meio campo a três.
Deixe uma resposta