E de facto não joga. Nem jogará. Nunca.
O seu estilo aproxima-o de Cristiano Ronaldo. Como de Robinho, por exemplo. Muita verticalidade, muita correria, velocidade imensa. Na passada e na execução. Será sempre um jogador vistoso porque de um momento para o outro retira dois, três adversários da frente. Tudo em enorme velocidade.
Todavia, nunca cruzará a rua de Ronaldo porque simplesmente nunca terá a capacidade finalizadora do português. Quando chegar à Europa, é garantido que os seus números estarão sempre muito longe dos de Ronaldo.
E repare que é o golo de Ronaldo que alimenta a discussão sobre quem será o melhor do mundo. Retire o golo a Ronaldo, e a discussão termina.
Não é uma questão de rua, quando se pensa em Messi. Neymar não jogará no mesmo código postal do astro argentino. Partilhar a mesma constelação é tudo a que terá direito. Mais perto do que isso, nunca almejará.
Não é só o golo. A cabeça levantada, a tomada de decisão, a criatividade, a qualidade de passe associada, sempre associada, à sua tomada de decisão. Alimentar o mito de que Neymar poderá ousar sequer competir com Messi é do mais absurdo que se pode sequer fazer.
Quando chegar à Europa, porque tem qualidades inatas para o jogo, Neymar adaptar-se-à e gradualmente será um caso de sucesso. Desenvolverá naturalmente outras capacidades que não tem no presente, e que precisará para triunfar nas melhores (porque mais exigentes tacticamente, sobretudo ao nível da solicitação da velocidade de raciocínio) ligas europeias. Tornar-se-à um jogador importante. E quem sabe não poderá mais tarde ser convidado para jantar na casa de Silva, Iniesta ou Zlatan. Não será fácil, porém.
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