Rinaudo, Jesualdo e uma óbvia sugestão para 2013/2014

“O Fito será sempre muito melhor jogador na equipa do Sporting ou noutra qualquer enquanto for capaz, e está a ser, devagarinho, de saber coordenar os seus movimentos e comportamentos tácticos de acordo com os próprios movimentos da equipa. A ideia de ter de fazer o trabalho dele e dos outros, de ir ali resolver um problema, ir ao outro lado apagar um fogo, depois ir a correr com a bola sem ter em quem a meter… nenhum jogador faz isto com qualidade e ele está devagarinho a perceber que o jogo é outra coisa além daquilo que ele sabia e pensava. Com o colectivo forte ele é grande, também” Jesualdo Ferreira. 
Há muitas muitas épocas que o Sporting não tinha um treinador competente. Que perceba do jogo e que perceba do treino. Tem as suas qualidades e os seus defeitos, como todos. Tem, porém, muito mais conhecimento do que é formar um colectivo do que qualquer outro num passado recente. Recorde o que Sá Pinto fez do Sporting. Uma equipa que de equipa só tinha a mesma cor do equipamento em cada um dos onze jogadores soltos que eram lançados ao relvado.
Percebe-se pelo discurso e pela forma como agora a equipa leonina se move no relvado que há princípios comuns. Hoje os laterais do Sporting são posicionalmente melhores jogadores. Há algumas sociedades que se formam dentro do próprio sector, de jogadores que se movem em função uns dos outros. O professor não terá as individualidades dos rivais. Todavia, sabendo escolher bem quatro, cinco, seis contratações importantes (pela qualidade e não pela verba despendida) o regresso ao terceiro lugar e à Liga dos Campeões poderá estar próximo com o professor ao leme. 
Interessantes as palavras sobre Rinaudo. Interessantes porque reflectem o que é o jogo na actualidade e porque fazem perceber que Jesualdo percebe não só isso, como percebe o potencial de Rinaudo. Há não muito, algures numa caixa de comentários deste blog defendíamos a qualidade do argentino. Afirmávamos que eram injustas as criticas aos seus posicionamentos, precisamente porque ele quando saía era porque se impunha que saísse, e o problema maior era o facto de ninguém equilibrar os seus movimentos. Rinaudo tem jogado “sozinho”. E isto é errado quando colectivamente a equipa tem armas e movimentações próprias. Não era, porém, o caso. Rinaudo jogava sozinho porque estava de facto sozinho. Como estavam todos os outros. As palavras de Jesualdo Ferreira têm de ser encaradas com um enorme optimismo. O Sporting está a procurar ser mais do que onze jogadores em campo, e Rinaudo será, como sempre o afirmámos, um dos maiores beneficiados pela nova ordem. Tem um potencial enorme e crescerá se houver um colectivo, como tão bem referiu o seu treinador. 
Hugo Viana será um jogador livre no final da temporada. Ao lado de André Martins à frente de Rinaudo, com um bom treinador no banco. Primeiro passo para aproximar o Sporting da sua real importância é tão simples.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*