“O Jesualdo Ferreira tinha uma filosofia de ensinamento, parava o treino, ensinava, mostrava receção… O André Villas-Boas taticamente era muito forte, tinha uma filosofia de que se perdesse a bola, tinha que recuperar logo. O Vítor Pereira é parecido, quer que cadencie às vezes. Mas quem me ensinou muito foi o Jesualdo. Pois é totalmente diferente o futebol europeu do brasileiro, e era ele o treinador quando cheguei”
Muito abordada aqui a questão da imensidão de diferenças das Ligas Europeias para a Brasileira. Naturalmente que não é extensível a todas as equipas da Liga nacional. Recorde que Fernando passou um ano emprestado ao Estrela da Amadora de Daúto Faquirá, e ainda assim refere que foi com Jesualdo que mais aprendeu. O “click” europeu do FC Porto surgiu com a competência dos seus treinadores. O do SL Benfica surgiu com a competência de um em específico. Relembre que há a possibilidade de termos duas equipas nacionais no primeiro pote de candidatos na Liga dos Campeões, onde só cabem oito equipas. Quando há não muito era pelo terceiro pote que definhava o Benfica, por exemplo.
Foi com uma melhor selecção, ou apenas sorte na mesma, das suas equipas técnicas que FC Porto mantém a sua hegemonia em Portugal, e que o SL Benfica disparou e é hoje uma ameaça muito credível ao habitual domínio azul e branco.
Têm melhores onzes e plantéis, mas sobretudo porque a subida de nível colectivo permitiu aos dois clubes aproveitarem e potenciarem melhor as individualidades, e manterem-se até mais tarde nas provas Europeias. São hoje clubes apetecíveis. Antes de Jorge Jesus o Sporting ia ficando à frente do SL Benfica. Em apenas quatro anos o Benfica parece agora inalcançável. E Quique Flores já havia tido um plantel parecido aos actuais…
Felicidade por trabalhar com as pessoas certas. Felicidade a de Fernando. Integrado em equipas que são mais que a soma de onze jogadores, integrado em equipas que se regem por princípios comuns, que se movem em conjunto, vêm as suas potencialidades disparar. O mesmo jogador que hoje é determinante e importante na Liga portuguesa, poderia ser apenas mais um na árdua luta pela permanência que tantos enfrentam.
Por vezes o sucesso / insucesso de uma carreira é determinado pela felicidade de encontrar algures no caminho quem perceba o jogo e quem saiba na operacionalização, e isto é o mais difícil, fazer crescer a equipa.
Os jovens jogadores do Sporting precisam de uma boa escolha. Pelo clube, mas também por eles. Ninguém imagina a diferença e o peso que pode ter uma decisão desta natureza em todo o futuro de um clube e dos atletas.
O Fernando explicou bem nas suas declarações que o futebol não são apenas onze a correr contra outros onze.
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