
Defender encurtando ao máximo o espaço quando portador da bola adversário sob pressão. Baixar momentaneamente a última linha controlando a profundidade com bola descoberta. Pressionar em bloco, campo muito curto. Após a recuperação da bola, afastar rápido, com toda a gente a saber exactamente onde estarão os colegas. Ofensivamente oferecer sempre quatro linhas de passe próximas ao portador. Movimentação / mobilidade, ao redor do portador, garantindo que com opções, este não fica exposto, permitindo-lhe não ter perdas, e no momento em que as tem assegurar uma transição defensiva eficaz pela proximidade de jogadores no espaço onde a bola é perdida.
Num post recente não ficou bem claro o que se pretendia dizer. Jorge Jesus não é bom porque pode chegar a três semi finais europeias em cinco anos. Chega lá porque é bom. É diferente. E é bom porque as suas equipas são em toda a Europa do futebol das que revelam traços mais acentuados. Identidade mais visível do que é o trabalho de um treinador. E bom. Por isso o Benfica passou de uma percentagem inferior a 60% de vitórias nos jogos que disputava (sendo que por eliminado cedo em todas as provas, o grau de dificuldade era sempre menor), para uma percentagem superior a 70%. Não é por ganhar que é bom. É por ser bom que ganha quase todos os jogos. Por esta altura é bem capaz de já ter vencido mais jogos fora em competições Europeias que todos os outros ex Benfica juntos nos últimos trinta anos. Já era bom na época passada em que não venceu qualquer troféu.
Tudo isto a propósito da magnífica entrada de André Almeida no meio campo do SL Benfica em Alkmaar. André é um jogador pouquíssimo talentoso. Não é criativo, tão pouco revela qualidades na relação com bola. Na verdade, excepção à leitura que faz dos lances em termos posicionais, não se conseguem perceber grandes qualidades em Almeida. Todavia, inserido num grande colectivo, tudo se desvanece. É curioso que hoje há quem pense que ter Fejsa em detrimento de Matic valeu ao SL Benfica um salto qualitativo. Já havia sido assim com bastantes outros jogadores que acabaram transferidos. A qualidade individual não aumentou. O colectivo é que segura as individualidades. Os dois Andrés da segunda divisão chegaram a internacionais em menos de uma época. E é curioso verificar que fora do seu habitat (o colectivo do SL Benfica) não têm conseguido mostrar qualidades. Gomes, num Mundial sub 20, apenas a defrontar miúdos da sua idade, foi uma enorme decepção.
No campo oposto, e após toda a perda de um jogar magnifico, é curioso verificar o que jogam hoje Danilo, Alex Sandro, Mangala, Otamendi (entretanto partiu), entre outros. Imagine que opinião se teria hoje de qualquer um dos valiosos jogadores azuis e brancos, se não tivessemos num passado recente, quando inseridos num grande modelo, percebido a enorme mais valia que todos são. O melhor, individualmente, quarteto defensivo da Liga hoje parece um grupo de desalinhados.
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