Regresso ao passado. Fernando Santos.

Não é um treinador que se possa considerar de excelência. Contudo, é alguém que tem ideias boas, ao nível ofensivo. Consegue colocar uma equipa a jogar bem, ao ataque. Resta saber como enfrentará esta evolução de muitas das equipas, que passaram a defender zona. Bem como os blocos baixíssimos e cerrados com que se enfrentam agora os “grandes”. Saber como prepara, hoje, o momento de transição defensiva, através da organização do seu ataque (na liga portuguesa, estando num grande irá sofrer se a transição defensiva for pouco trabalhada), e se trocou as referências individuais (maior motivo para que não tivesse tido mais sucesso no SLB), no momento defensivo, para zonais.
No momento de organização ofensiva, as linhas andavam demasiado distantes, pelo que a transição defensiva era má. Uma maior proximidade entre sectores seria uma melhoria grande no seu modelo. Na transição ofensiva era muito forte. Tanto a sair em segurança, como em contra ataque. Na organização ofensiva pura, os princípios são de qualidade. Não é que ele goste muito de ter bola, desde o primeiro momento, mas as dinâmicas que criou são positivas. Defensivamente é muito primitivo.
A minha convicção é que, com ele o ataque terá sempre qualidade. O jogo será sempre, predominantemente, ofensivo. Muito movimento e dinâmica, apoios frontais dos avançados, desmarcações exteriores em ruptura (overlaps), progressões pelo interior, tabelas desde o momento de construção à criação, muita liberdade criativa. Assim foi a sua última passagem por Portugal. A dúvida será se evoluiu nos processos ofensivo e defensivo, sendo que as exigências de hoje são outras.
Pede-se maior proximidade entre sectores, uma maior concentração de jogadores na zona da bola e no corredor central, processos defensivos deste século, maior proximidade entre sectores com e sem bola, treino intensivo de transição defensiva.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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