Meia hora de William, e algo em Garay que encantava Jesus

Em 2011 Jorge Jesus estava a conhecer Garay. Não tardou a explicar o que o impressionou “É muito forte. Tem um passe vertical muito interessante”. 
Na altura escrevia-se aqui:
“A grande vantagem de um passe vertical a “queimar” sectores, é precisamente as situações que proporciona a quem recebe a bola. Uma bola que entre directamente dos defesas centrais, num apoio frontal de Saviola ou Cardozo, retira da situação de jogo mais de metade da equipa adversária. Rapidamente de uma situação de 11×11, poderá passar-se para uma de 4 (Alas e avançados do Benfica)x 4, eventualmente 5, dependo da dinâmica que o treinador adversário pretenda dar ao seu médio defensivo e da interpretação que este fará da situação de jogo.
Com bola no corredor central, o seu portador tem inúmeras opções, seja à direita, à esquerda, ou até à frente, dependendo da situação de jogo, seja no explorar da possível profundidade, conferida por movimentos de rupturas dos alas, ou até na procura do pé de um dos colegas (alas ou avançado sem bola) para tabelar. Num corredor lateral, para além de bem longe da baliza a imprevisibilidade da acção do portador da bola é nula. Dali, a bola terá de seguir necessariamente na direcção do meio. É que para o outro lado, termina o campo.”
Meia hora de William e perdeu-se a conta ao número de passes do médio que rasgam os sectores adversários. E a bola que entra sempre! Incrivelmente boas as suas opções, e a sua qualidade de passe. Há que ser aproveitada tal capacidade juntando dois jogadores próximos (Montero e Martins) para que a quem entra a bola, se não puder enquadrar por pressão nas costas, possa tocar no colega que fica de frente. Fácil porque há William ficar contra apenas quatro jogadores atrás da linha da bola, enquadrado e com três ou quatro jogadores envolvidos na situação de jogo.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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