
De seguida passarei a minha ideia sobre o momento do Benfica.
– Há poucas equipas no mundo com o potencial ofensivo do Arsenal. Ao nível das ideias, Wenger é para mim top3 mundial na organização do seus lances de ataque. Pelo que tanto golo marcado, e tanta oportunidade criada, tendo em conta a qualidade dos seus executantes, é perfeitamente normal (para o momento em que se realiza o jogo).
– Bellerín. Não conhecia, foram os primeiros 45 minutos que vi dele, e estou maravilhado. Aponte este nome. 19 anos e qualidades físicas e técnicas, mas sobretudo critério na tomada de decisão.
– Linha defensiva. Poderá ser estranho pensar-se em problemas da linha defensiva numa equipa treinada por Jesus. Mas é de facto o problema mais gritante com que Jesus se bate neste momento. E a maior dificuldade surge com estímulo de percepção mais complexa: controlo da profundidade. Que é, de facto, supra importante, tendo em conta a forma compacta e posicionamento adiantado que Jesus quer que a sua equipa interprete.
São 3 elementos novos – Sidnei, César, Eliseu/Benito – e Maxi. Todos eles sem qualquer tipo de competência táctica, ao nível dos princípios de jogo que Jesus usa. Defesa zonal: contenção, coberturas, decisões colectivas para controlar a largura e a profundidade, fora de jogo. Jogadores habituados a jogar sozinhos, preocupados apenas com a sua referência individual, obrigados a agir e reagir de forma colectiva. Também, muitos erros na abordagem aos lances de 1×1.
A forma de Jesus defender é complexa, não é de fácil interpretação, e tanto jogador novo lançado para o onze inicial ao mesmo tempo tem este tipo de resultados contra equipas super competentes ao nível ofensivo (poucas num futuro próximo do Benfica).
Com Luisão e Jardel/Lisandro, 95% dos problemas ficam resolvidos.
– Rio Ave. Não se deixe enganar, ainda que os elementos da linha defensiva se mantenham, são poucas as equipas a nível interno com reais capacidades para aproveitar de forma sistemática o ainda fraco desempenho da linha defensiva encarnada.
– Eliseu. 18 minutos que me surpreenderam, ao nivel da tomada de decisão. Procura dos colegas para combinar, entrega fácil em colegas no corredor central.
– Ola John. O melhor do Benfica a conduzir para fixar e soltar. O melhor a temporizar para melhorar as condições em que o colega recebe o passe.
– Gaitan. Parece que Jesus esteve a ler o Posse de Bola. A ideia era Bernardo. Mas ficando Gaitan também apostaria nele para a posição de segundo avançado. E viu-se durante a primeira parte tudo o que Gaitan pode fazer ali. Combinações, condução, quebra da contenção, facilidade em enquadrar, agressividade no ataque da defesa contrária, facilidade de passe, qualidade nas decisões.
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