Once a genius… Balakov e o futebol moderno.

“O futebol mudou muito, há mais dinâmica, as equipas assentam mais no colectivo, com vários jogadores que podem fazer aquilo que eu fazia. É normal ver poucos típicos 10 como eu, mas há outros que fazem isso. Há dois ou três anos gostava muito do Xavi, Iniesta, Messi… todos podem fazer o último passe e marcar” Balakov.
Em 2009 escrevia-se assim:
“Os box to box e os trincos que correm km
É comum afirmar-se que uma equipa deve ser construída através de diferentes características de jogador para jogador.
Ainda hoje, há quem pense que uma equipa deve ser formada por dois ou três “carregadores de piano”, dois ou três artistas e um avançado alto e forte. Crê-se que o trinco deve correr kms e que à sua frente deve jogar alguém capaz de transportar a bola pelo campo fora. Que o extremo tem de ser um driblador.
Nada mais falso. Para se formar uma boa equipa, bastam 10 inteligentes jogadores, que sejam capazes de executar um passe e uma recepção, e um treinador com conhecimentos suficientes para transmitir e indicar o caminho a seguir. Nada mais é necessário, para além de tais características.
Na actualidade, o jogo de futebol, não mais, é um conjunto de 10 duelos de 1×1. As (boas) equipas movimentam-se forma harmoniosa e equilibrada por todo o campo de jogo. Em todos os momentos, há algo a cumprir, não só pelo portador da bola, e pelos jogadores que o rodeiam, mas também por todos os outros.
Em todas as ocasiões, há um posicionamento colectivo a ser cumprido, pelo que um extremo pode ter tanta relevância no processo defensivo quanto um defesa central.
Quando observar um jogador, a correr demasiado, tentando ser ele, a pressionar, em todos os momentos, o portador da bola. Quando perceber que determinada equipa sai para o ataque através da condução de bola de determinado jogador. Ou quando, perceber que determinado extremo recorre incessantemente ao drible, desconfie. Provavelmente não são os jogadores que são bons. É a equipa que é má. Tais situações, só são passíveis de acontecer, em equipas cujo colectivo seja débil.
Esqueça a disparatada ideia, de que um Pirlo necessita de um Gattuso. Numa verdadeira equipa, todos experimentam as diferentes funções. Isso é, claramente, algo que as melhores equipas europeias da actualidade nos podem ensinar.
PS – Alan e César Peixoto, dois “puros” extremos, cumpriram, na época 2008/2009, aquela que foi, provavelmente, a melhor época das suas vidas. Ambos jogaram, pela primeira vez, nas suas já longas carreiras, como centro-campistas. Relembre. Basta técnica, inteligência, e um treinador que indique o caminho.”
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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