Da série os pontas de lança servem para fazer golos

Desde que o blog foi fundado que tem havido a preocupação de desmistificar um pouco aqueles conceitos mais antigos comuns em décadas passadas. Os centrais e o trinco desarmam, os extremos driblam e cruzam, o dez faz o último passe, e o ponta de lança os golos.
Uma equipa que respeite e cumpra os princípios de jogo, da forma como os idealizo, nunca se poderá guiar por tais premissas. Todos os jogadores estão encarregues de tudo. Toda a gente defende, toda a gente ataca. A equipa move-se como um todo. Se um dos traços mais admiráveis em termos ofensivos no futebol moderno é o do princípio da mobilidade, como esperar que cada jogador tenha funções diferentes quando estamos em posse da bola?
Longas e velhinhas foram e são as discussões sobre a falta de qualidade dos pontas de lança que não fazem números absurdos de golos, ou a da muita qualidade dos que os fazem, só porque os fazem. 
O importante é e será sempre o criar um número elevado de oportunidades de golo. Independentemente do nome que aparece a finalizar. 
Pensava nisto quando, ainda a propósito do texto do Roberto Baggio aqui, encontrei estas declarações:

“Tinha imaginado marcar três golos na partida que iria valer o título de campeão?”
“Não. Eu até jogo a ponta de lança, mas é uma falsa ponta de lança, porque a atacar desço muito para vir buscar a bola e as nossas extremos marcam a maior parte dos golos. O importante foi ter ajudado a equipa”

Então, afinal para que servem os pontas de lança?

Para fazerem exactamente o mesmo que todos os outros jogadores em campo. Com posse, tomarem decisões com ou sem bola que aproximem a sua equipa do golo, independentemente do nome de quem aparece a finalizar, o importante é que se construa, crie e finalize! E tantas são as vezes em que a melhor decisão até faz o jogador perder notoriedade aos olhos do grande público.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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