
Gelson Martins caminha para ter o mundo a seus pés. O talento é inegável. A forma como se esquiva e baila, enganando opositores faz lembrar outros extremos genais que passaram por Alcochete.
Miúdo humilde, pacato e trabalhador, impressiona como se transforma no campo de jogo. Torna-se atrevido. Não tem a responsabilidade de assumir, mas não se coíbe de o fazer sempre que a bola contacta com as suas botas.
Gelson não é só talento. Qualidade técnica e capacidades físicas. E desequilíbrio. Gelson é aquele menino de rua que julgávamos esquecido pelo futebol moderno. Que cresceu no seio dos mais velhos, obrigado na rua a desenvolver competências também enquanto pessoa que o fazem sobreviver no meio dos tubarões. Perseverança, capacidade de sacrifício. É aquele jogador que se formou não só como atleta mas como pessoa / personalidade para o jogo. Alguém que mais do que nascer, vivenciou para triunfar.
Tal como Nani chegou ao Sporting já jogador. Pronto para os últimos retoques. Mas sempre com a humildade dos que chegam mais longe.
Já lá iam muitos anos desde que não aparecia um menino capaz de serpentear por entre os mais velhos e de maior estatuto. É uma pérola que não engana.
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