Múltipla da semana.

FC Porto – Dinamo Kiev
Com linhas demasiado baixas. Deverá ser esta a estratégia dos ucranianos no Dragão. Conseguem juntar linhas, mas uma postura demasiado defensiva prejudicará sempre a transição ofensiva, que depende em demasia da capacidade individual de Júnior Moraes para explorar a profundidade recebendo nos corredores laterais, enquanto espera a chegada da equipa.
O 4141 no momento defensivo transforma-se em 433 com bola, mas as dificuldades para a ter serão mais que muitas porque tal como em Kiev, o FC Porto impedirá desde logo a construção adversária.
Um Porto dominante e controlador no Estádio do Dragão. Não será diferente na jornada que deverá carimbar o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
Por vezes a construir e a procurar criar apenas por fora, mas ultimamente com posicionamentos mais ofensivos e em zonas potencialmente mais perigosas (corredor central nas costas do meio campo adversário) de André André que procura ligar com Aboubakar ou com os extremos. Há também Rúben Neves, um centrocampista de fino recorte, capaz de descobrir com qualidade as melhores linhas de passe para dar a orientação mais perigosa no momento de passar para a fase da criação. Brahimi sempre muito irreverente partindo de fora para dentro, poderá criar os desequilíbrios que colectivamente nem sempre o FC Porto, agora tantas vezes em 4231, descobre. 

Atletico Madrid – Galatasaray
Não somando os três pontos, a equipa turca fica automaticamente afastada.
Não será pois de estranhar que o Galatasaray se apresente no Vicente Calderón com o seu habitual ADN. Equipa que procura ter bola e ser ofensiva. Jogadores muito distantes nos momentos em que tem a bola originam uma transição defensiva deficiente. O 4x3x3 habitual não tem mobilidade suficiente, e apenas Yilmaz, o ponta de lança, parece procurar receber em espaços menos rígidos e habituais. Sofrerá bastante num campo em que a equipa visitada se sente confortável na pressão para sair rápido em transição.
Num 442 de linhas muito próximas, com grande pressão e agressividade nos momentos sem bola surgirá o Atletico. Os alas muito mais posicionais e a procurarem sobretudo explorar o espaço nas transições. Tiago e Gabi no centro do terreno, sabem ocupar com mestria o espaço e lançar a preceito as transições.
Griezmann e Jackson são velocíssimos, e exímios a atacar as zonas de finalização, seja transportando a bola ou aparecendo na profundidade para responder às solicitações dos colegas. Um jogo ao melhor do que encaixa o modelo de jogo de Simeone. Um adversário que ataca com muita distância entre jogadores, o que acaba sempre por potenciar aquilo em que o Atletico é de nível Europeu. A recuperação nas suas zonas de pressão e as saídas rápidas em profundidade para o ataque.
Lokomotiv – Sporting CP
Obrigado a vencer na Rússia, o Sporting enfrentará um Lokomotiv sempre forte no seu reduto. Em 433, aquando do momento ofensivo, com Niasse o extremo esquerdo sempre desequilibrador e veloz, e Maicon mais fixo na frente, o Lokomotiv por apenas precisar de pontuar deverá apostar numa postura de maior contenção. Maior protecção dos espaços defensivos, saindo em transição sem envolver demasiada gente, não se expondo defensivamente. Manuel Fernandes o interior direito, é protagonista na zona de criação, numa equipa cujas laterais defensivas concedem demasiado espaço, que poderá ser aproveitado pelas entradas de extremos ou avançados.
O habitual 442 de Jorge Jesus na ida à Rússia. Apesar da obrigatoriedade em vencer, é assumido publicamente a pouca relevância que a competição tem no planeamento da época leonina. Pela excelência táctica, por soluções em todos os momentos, para todas as fases, é expectável que mesmo sem as suas melhores individualidades, o Sporting consiga controlar a partida na gélida Rússia. Além de que o cariz decisivo da partida fará com que o técnico leonino não possa mudar toda a equipa como o fez anteriormente na Albânia.
Um Sporting a pressionar apenas a partir do segundo terço do campo, é o que se prevê. Num jogo cuja intensidade (velocidade a que novas situações de jogo se vão sucedendo, obrigando a novos ajustes) não deverá ser elevada.
Um jogo em que as forças se prometem equivaler para um possível empate!
Manchester United – PSV
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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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