Múltipla da semana

BILBAO X MARSELHA

Atraente ofensivamente a equipa de Valverde. Percebem-se as ideias. O 4231 com um avançado de grande qualidade na finalização (Anduriz) e um segundo que se encosta para ligar com o primeiro. Construção a cargo dos centrais e do duplo pivot do meio com laterais muito profundos e em largura permitindo aos extremos jogar dentro e nas costas dos médios adversários. Comportamentos muito interessantes em organização ofensiva.
É na transição defensiva que se concentram as maiores duvidas sobre o modelo de Valverde no Athletic. Coloca muita gente demasiado à frente da linha da bola, e a cada perda, é forçado a defender com poucos elementos, porque a ajuda demora sempre bastante a chegar. Em casa o empate chegará para garantir o apuramento e esse deve ser o resultado mais provável.


Marselha em Bilbao em 4231. Pressão logo na construção da equipa espanhola, com Batshuayi a cortar linha de passe entre centrais e a aumentar agressividade sobre central portador, condicionando desde logo o lado da saída para o ataque. Equipa de Míchel com muita mobilidade nos extremos que procuram sempre os espaços interiores para receber, ficando a largura a cargo dos laterais. Quando estes recebem então ai sim, os extremos abrem para dar a linha de passe sobre o lado de fora. Depois de batida a pressão, defensivamente há que melhorar o controlo da profundidade para que se possa impedir os bascos de receberem no espaço nas costas. Um possível empate pelo equilibrar de forças. Ainda que precise de algo mais, jogar em Bilbao é sempre terrível.
BRAGA X SION
Equipa de Paulo Fonseca em vantagem na eliminatória e a poder jogar de forma confortável partindo de uma boa organização defensiva que junta duas linhas de quatro muito próximas em profundidade e muito juntas em largura, para uma transição ofensiva de excelência na condução de Alan e Rafa.
O jovem português é craque da cabeça aos pés e com espaço faz a diferença a um nível muito alto. Um jogo dentro do que melhor encaixa a equipa de Paulo Fonseca.
Sion na pedreira em 4231. Muito estático nos momentos ofensivos. Pouca mobilidade e pouca capacidade para desequilibrar, agora que Carlitos já não tem a capacidade de outrora.
Defensivamente os médios marcam individualmente o duplo pivot e são arrastados em profundidade e em largura, ficando mais fácil enquadrar e criar no corredor central. Uma equipa com evidentes lacunas colectivas e ainda mais individuais, a ter de correr atrás do prejuízo. Tarefa hérculea para o Sion em Braga. Nada expectável que saia da Pedreira sem nova derrota.
DINAMO KIEV X MANCHESTER CITY
Com linhas demasiado baixas. Deverá ser esta a estratégia dos ucranianos na recepção ao City. Conseguem juntar linhas, mas uma postura demasiado defensiva prejudicará sempre a transição ofensiva, que depende em demasia da capacidade individual de Yarmolenko para explorar a profundidade recebendo nos corredores laterais, enquanto espera a chegada da equipa.
O 4141 no momento defensivo transforma-se em 433 com bola, mas as dificuldades para a ter serão mais que muitas porque a diferença individual é grande e o City apresentar-se-à pressionante tentando resolver cedo a eliminatória.
Manchester City de Pellegrini, uma desilusão interna à procura do sucesso na Europa dos grandes. Há modelo de jogo e há individualidades de uma qualidade tremenda.

Muita variabilidade de soluções, muita criatividade, qualidade técnica e de decisão. Em apoio ou em ruptura, é extremamente complicado prever onde Aguero aparece. Depois há Sterling sempre pronto para desequilibrar e Touré, tão decisivo com bola quanto é sem ela nos momentos das transições. Partindo de um 442 nos momentos defensivos, para um desdobramento incrível pelo número de jogadores que envolve ofensivamente, tem também no central Otamendi um elemento desequilibrador em posse, pela facilidade com que consegue colocar a bola jogável no corredor central. Kompany está de regresso e será mais um trunfo no modelo de Pellegrini.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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