A vertente táctica do jogo. Esse bicho de sete cabeças que atormenta os velhos do restelo.

Mostrar a primazia do factor de rendimento táctico (na organização e na tomada de decisão) sobre os demais foi, assegura-nos, o PB o grande propósito do nascimento do blog.
Muito cresceu o jogo em toda a Europa de lá para cá. Hoje, uma percentagem significativa das equipas dos principais campeonatos europeus demonstram organização nos seus processos. Umas com as quais se pode concordar mais, outras menos. Todavia, são cada vez mais os treinadores que procuram dotar as suas equipas de organização colectiva táctica!
Quando se pensa em organizar tacticamente uma equipa, há que pegar em todos os momentos do jogo e definir os comportamentos idealizados para cada um deles. É absolutamente impossível não se passar por todos os momentos ao longo de uma partida de futebol. Mesmo que as intenções de uns sejam diferentes das de outros. Há quem pretenda envolver menos gente no processo ofensivo ou mais, com o que daí advirá. Mais bola ou menos bola. Muito mais bola ou muito menos bola, mas no fundo todas as equipas em todos os jogos passam tempo em todos os momentos. E não bastará querer ou treinar com qualidade para se obter. Porque do outro lado há sempre oposição que poderá ser melhor e acabar por impor um jogo diferente do pretendido!
Dentro de cada momento de jogo há que definir os comportamentos que se desejam para cada fase. E qualquer equipa que pretenda impor um jogo predominantemente ofensivo tem de ser competente no seu pressing, na sua primeira fase defensiva, na forma como condiciona logo a posse adversária. Mais não seja para recuperar o mais rápido possível. Porque o jogo liga-se! Não surge desfasado!
Todos preferimos o drible ao desarme, a assistência ao corte para fora e o golo ao fora de jogo. Todavia, tal não deve nunca levar ao desvalorizar do jogo enquanto um todo.
Ainda são alguns os velhos do restelo que lutam com as armas que podem, rejeitando e desvalorizando conceitos recentes e a importância de se perceber o jogo como um todo, somente porque não o dominam, e pretendem manter-se agarrados a posições para as quais as suas competências são no limite duvidosas.
Esses agentes, reis do chavão, que ainda vivem e sobrevivem deste jogo são a maior praga do Futebol nos dias de hoje. E cabe-nos a todos a pouco e pouco ir desmascarando quem se esconde na falsa competência… E desengane-se quem pensa que é só nos clubes pequenos e de bairro onde se pode encontrar tal espécime…
Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

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