O Ferrari de Rui Vitória corta a meta em primeiro lugar

Quem treina um grande arrisca-se sempre a ser campeão. A frase adaptada é de Jesualdo Ferreira e ilustra bem uma realidade que muitos esquecemos, porque no futebol quem ganha os jogos são sempre os jogadores. Ainda que o treinador seja brilhante, dentro de campo mandam eles. Sempre foi assim, e sempre será. E sendo que os grandes em Portugal não têm comparação com as restantes, estar num grande significa sempre a possibilidade de vencer o campeonato. Foi assim com Mourinho, com Jesualdo, com Vítor Pereira, com Jesus, ou com Rui Vitória. A diferença, o que define o treinador, é a forma como se ganhou. Não pelos recordes batidos, mas pelo comportamento das equipas em campo. O Ferrari de Rui Vitória é fantástico, tem muita qualidade individual. Mas, desenganem-se os que pensam que foi só a qualidade individual a triunfar. Não. Há mérito do treinador na forma como a equipa cresceu defensivamente. Também teve momentos ofensivos brilhantes, aí devido à grande criatividade que tem ao seu dispor. Mas a chave está no crescimento defensivo, e num adversário que os motivou sempre e obrigou a focarem-se na luta. Como Mourinho um dia venceu a melhor equipa de sempre batendo todos os recordes, para Rui Vitória bater a melhor equipa do campeonato só batendo todos os recordes. É um grande mérito bater Jorge Jesus na regularidade, sendo Jesus o monstro que é, e tendo o Sporting apresentado a qualidade de jogo que apresentou. O que vai definir Rui Vitória será a próxima campanha. Irá cair como caiu o Madrid da liga dos Recordes? Ou irá continuar a disputar o campeonato até ao final (vencendo ou não) como Jesus e Pereira nos habituaram no passado?

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