Não apenas pela aleatoriedade do jogo.
A falta de controlo e o lado caótico do jogo, que assim permanecerá sempre por mais que se tente reduzir ao máximo a imprevisibilidade, pela definição de um modelo que contemple posicionamentos e decisões para cada momento e fase do jogo, estará sempre presente em cada jogo.
A bola na barra que não entrou. Ou o remate que encontra alguém e engana o guarda redes. A grande penalidade que naquele dia o guarda redes defendeu a determinar demasiadas vezes vencedores.
Todavia, não é apenas a aleatoriedade do jogo de futebol que torna possível aos menos fortes vencer os poderosos.
O jogo é por norma mais fácil para os menos fortes. As situações de jogo que encontram ao longo da partida são demasiadas vezes mais benéficas do que as que a equipa mais forte tantas vezes se depara. O menor aproveitamento porque são mais fracos individualmente e colectivamente, mas não porque o jogo tenha situações mais complexas para resolver. Tudo porque há um lado estratégico que permite gerir de forma diferente o jogo.
Em tempos José Mourinho afirmava que quem não contra atacava era “estúpido”.
Amanhã na final de Paris, a França porque tem melhores individualidades e porque joga em casa, assumirá a partida, preparando-se para jogar em ataque posicional uma grande percentagem da mesma. Ora, é precisamente em ataque posicional, quando enfrenta maior número de opositores nas situações de jogo, que se sente mais desconfortável. Terá bastante menos espaço e mais oposição à sua frente na final do que o que teve na semi final.
A selecção portuguesa por sua vez terá um jogo que acabará por se encaixar melhor naquilo que são as suas características. Muita gente atrás da linha da bola e esperar pelo momento em que uma recuperação acabe nos pés de Renato para então sairmos em velocidade na transição. Ganhando espaço, reduzindo o número de opositores para então ligar com Nani ou Ronaldo.
As características de cada jogo, a ditarem demasiadas vezes a possibilidade do menos forte vencer o mais forte.
Não foi surpresa a queda da melhor equipa do torneio. A Alemanha. A equipa alemã, a melhor do Europeu, tão superior individualmente e colectivamente a todas as outras, a cair pelos imprevistos naturais do jogo, mas também pelas características próprias de um jogo que proporcionava a jogadores como Griezmann, Payet e Giroud terem espaço. Enquanto que cada ataque Alemão enfrentava um sem número de opositores cuja valia é também elevada.
Como não será surpresa que a Europa se renda a Portugal. Mesmo que o mais forte esteja sempre mais próximo de vencer, há variáveis importantes que tornam este jogo tantas vezes de vencedor imprevisível. E será essa provavelmente a grande paixão do futebol.
Hora de ir a eles, rapaziada!
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