“Não arrisca. Tudo para trás.” – Hora de evoluir em cima de um título Europeu.

Foto: FPF

 

O Europeu das estratégias e métodos defensivos.

Há oito anos na génese do blogue, quase nenhuma equipa no futebol mundial era verdadeiramente forte nos momentos defensivos. Aglomerar muitas pernas atrás da linha da bola, trazia sucesso ocasional. Mas, não havia ligações sectoriais e muito menos intersectoriais. Hoje, com métodos bastante mais sofisticados os menos aptos conseguem manter o equilíbrio do resultado nos jogos. Não há praticamente quem não jogue zona sem bola. Juntam-se linhas, aproximam-se coberturas, garante-se concentração e os devidos equilíbrios e para os melhores a dificuldade para chegar ao golo aumenta de sobremaneira. Incrível o equilíbrio dos resultados no Europeu no ano em que se aumentou o número de equipas!

Não é bonito. Mas é o resultado de uma evolução do jogo.

E este jogo, como qualquer outro evolui em função das dificuldades e das necessidades encontradas.

Chega agora a hora de maior ênfase nas individualidades e nos processos ofensivos. A hora em que é preciso fazer emergir os criativos. Aqueles que são capazes de raciocinar mais rápido, enquadrar mais rápido e a somente um toque. Contrariar o sucesso desta “sofisticação” dos métodos defensivos só será possível pelo aproveitamento dos mais talentosos, dos que em curtos espaços de terreno consigam decidir a alta velocidade. Mas que sejam extraordinariamente dotados tecnicamente para que a taxa de sucesso na maior dificuldade seja maior.

Desengane-se quem crê que o caminho é copiar as estratégias de contenção porque hoje foram bem sucedidas. A evolução surgirá sempre como resposta a uma dificuldade.

Venham de lá os Bernardos e os Iuris, porque está na hora de crescermos com este jogo que nos apaixona.

E não se negue que crescer em cima de um título Europeu é sempre bastante mais saboroso…

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

13 Comentários

  1. E se a FPF seguir este caminho (com treinadores com ideias nesse sentido) e, como bem dito, com o contributo dos Iuris, Bernardos, Rafas, JM, WC e Renatos penso que temos um futuro bastante risonho (acredito que com maior sucesso que a geração de ouro). Criativos temos, a defesa também me parece assegurada e na frente André Silva será o nosso homem golo.

    Relativamente ao site, parabéns pelo “lifting” do conceito e imagem. Está bastante agradável – e se me permitem uma critica – com uma pequena excepção, a ordem dos posts é um pouco confusa e o post mais recente poderia receber mais destaque.
    Keep up the good work. 🙂

  2. Parabéns pelo novo espaço, muita classe.

    Parabéns a todos os leitores de anos do LE, que de uma forma ou de outra, ontem não ficaram certamente indiferentes, independentemente das perspectivas ou divergências que hajam na concepção de jogo de cada um.

    Parabéns adiantados também pelo livro que irá ser lançado, que já anotei a data de lançamento para o poder ler assim que possível.

    E um grande abraço a todos, mas em especial ao Blessing e Bouças, pois são também uns campeões e o futebol português precisa de pessoas como vocês, ainda mais agora que somos durante quatro anos Campeões Europeus e este título pode servir de catalisador para alguma mudança e evolução em várias vertentes do desporto nacional.

    Zizou

  3. “Venham de lá os Bernardos e os Iuris, porque está na hora de crescermos com este jogo que nos apaixona.”

    Caro Paolo Maldini

    Certamente que concorda comigo que a evolução dos jogadores depende de muitos factores.

    Na minha opinião, Iuri Medeiros, tem visto a sua evolução prejudicada pelas brincadeiras nas selecções.

    Em vez de se concentrar exclusivamente no seu clube e assim alcançar mais facilmente o FUTEBOL PROFISSIONAL, nas camadas jovens passou pelos sub15 e continua ainda hoje até aos sub23, por isso, em vez de ser titular indiscutível no Sporting, tem rodado no Arouca e no Moreirense.

    Bernardo também praticamente nunca conseguiu nada na equipa principal do Benfica, dispersava os seus esforços pelas selecções, o que prejudicou muito a sua evolução.

    Ora, se a evolução destes jogadores é prejudicada pelas brincadeiras nas selecções como podem estes jogadores valorizar-se convenientemente.

    Reparem que estes jogadores ao perderem o comboio da titularidade nos seus clubes, implica que os clubes tenham de fazer um esforço financeiro para contratar outros jogadores, tendencialmente muito mais caros que os formados no clube.

    E em caso de venda, estes jogadores que não conseguem valorizar-se tanto devido à sua evolução ser prejudicada pelas brincadeiras nas selecções, os clubes vêem as suas receitas potenciais diminuídas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*