90 Segundos sobre o renovado capitão de Portugal

 

Anteriormente, e principalmente pelo Maldini, se tinha falado dos pequenos gestos que se sucediam e faziam notar uma diferença no capitão da selecção. Cristiano Ronaldo ia aos poucos entregando responsabilidades aos seus colegas, ia dividindo com eles a notoriedade, ia motivando para que todos juntos chegassem ao seu grande objectivo, ao grande objectivo de todos. Depois da vitória, as pequenas manifestações continuam a aparecer, e é assim que um líder com a dimensão futebolística que ele tem (maior que clubes, maior que países) ganha ainda mais para lá do futebol a profunda admiração dos seus colegas. Vencedor da Bola de Prata no Europeu no meio da euforia e da festa no balneário dá o grito para colocar as suas tropas em sentido e entrega a bota a Nani, dizendo o quão tremendo foi o Europeu que ele fez e o quanto merecia aquele prémio/reconhecimento individual…a festa continua. Já em Portugal, na Alameda, é chamado pelo speaker o capitão de Portugal para falar aos adeptos. De imediato entrega o microfone a Éder, que recebe uma enorme ovação, as pessoas cantam o seu nome, e tem mais uma vez ali o seu momento de conforto e carinho dos portugueses. Com este tipo de gestos os próprios colegas estarão mais inclinados a dar um bocadinho mais para que ele também possa ter sucesso individualmente. No fundo, é muito isto o futebol. Dar e receber. Saber que num momento o colega está em dificuldade e precisa da nossa ajuda, e que no seguinte já será ele ajudar-nos na nossa dificuldade. Perceber que num dia brilha mais um, e noutros dias brilharão outros. Todos têm espaços e momentos para aparecer, e ainda que não se note lá dentro a diferença pode muito bem passar pelo que se faz cá fora. Tivemos CAPITÃO!

15 Comentários

  1. 100% de acordo. Também acho que a liderança do CR7 teve um papel nada pequeno no sucesso da equipa. Gostava que comentassem 2 coisas:

    1) A forma como ganhamos a final acabou por ser a melhor para equipa (por absurdo do destino). Aqui estou a pensar na Rússia 2018, talvez a penúltima ou última fase final do CR7. É que o fato da equipa ter ganho sem ele em campo vai permitir uma relação mais saudável no campo entre CR7 e a equipa em campo, permitindo a seleção explorar de forma mais efetiva o seu imenso valor. A equipa que vai explorar outras possibilidades de finalização para além de cruzar para o CR7 à espera que ele resolva (mesmo em situações com pouca probabilidade de sucesso). E ao CR7 que vai ter mais confiança na capacidade da equipa e evitar chamar para si em excesso a responsabilidade de resolver. Não concordam?

    2) Se eu sempre achei o debate CR7/Messi um pouco estéril, os desfechos da Euro e Copa América e as reações de ambos dão uma dimensão interessante ao debate. Na minha opinião. dificilmente veríamos o CR7 abandonar a seleção daquela forma e talvez neste perfil de liderança esteja de fato um aspeto onde o CR7 é claramente mais forte que o Messi. E essa diferença talvez jogue o seu papel na falta de sucesso internacional da Argentina. É preciso salientar aqui que na teoria a Messi dependência da Argentina deveria ser menor que a CR7 dependência da seleção portuguesa dado que a primeira tem mais valores de destaque que a equipa das quinas

    • Falta de sucesso quando alcança quatro finais?! Enfim, o costume, resumir sucesso numa bola ir ao poste ou entrar (vide Gignac).

      • Não. O ponto não é esse como é óbvio. O ponto é a reação à adversidade, que no caso do Messi foi a desistência da seleção. A segunda questão é que a Argentina é sem dúvida, em termos de valores individuais, uma seleção com um enorme potencial. Nesse blend Jogador crack/equipa que Portugal e Argentina têm (e o Brasil também por sinal), as 3 equipas optaram por dar a braçadeira de capitão aos 3 cracks (CR7, Messi e Neymar) obviamente pela liderança técnica que possuem. Mas só no caso do CR7 (e essa é a minha pergunta) e sobretudo neste Euro, a liderança técnica do crack foi complementada com outros aspectos de liderança e que permite a Portugal como uma seleção relativamente mediana face às outras acabar por ganha-la. É só. Óbvio que outros aspetos aleatórios também influem (a bola que não entra, etc…) mas o perfil de liderança do CR7 aproximou mais a equipa do sucesso

        • Bom, há a questão de o Messi ter dado a entender na véspera da final que nem tudo eram rosas no balneário da Argentina enquanto que li na CS (não consegui re-encontrar o artigo) um tipo que admirava o Fernando Santos por conseguir dar um aparente tratamento diferente ao CR e mesmo assim a equipa não se partir. E de resto, 4 finais!

          Já agora, grande renovação. Adoro os 90 segundos. Quando quiserem prolongar isso para 90 minutos de relato avisem. 😉

      • Uma coisa é dar mérito ao Messi por ter alcançado 4 (!!!) finais com a Argentina, outra coisa é tentar redefinir o conceito de sucesso apenas para defender a narrativa de que Messi é o melhor jogador. Sucesso é quando algo de bom acontece. Perder 4 (!!!) finais não é bom. Ponto final.
        E nem vamos comparar sequer o nível de dificuldade de uma Copa America com um Europeu certo? Já para nem falar do contexto da Argentina na Copa (candidata crónica, desde sempre) contrastando violentamente com o contexto de Portugal no Europeu (outsider crónico, apenas desde 96).

    • “sempre achei o debate CR7/Messi um pouco estéril”

      Caro Diogo

      Também nunca liguei muito a esse debate, apenas sempre disse que tanto Messi como CR7 seriam ainda melhores jogadores se renunciassem às selecções e estivessem focados nos seus clubes.

      Parto do princípio que a decisão de Messi renunciar à selecção seja verdadeira e não tenha sido um desabafo de momento.

      Em princípio, para o início da próxima época teremos Messi a titular e CR7 a recuperar da lesão contraída ao serviço da selecção.

      • Caro Superleão, concordo mas os eventos deste verão colocam uma nova perspetiva no assunto. Muitos falaram que o que impedia Messi e CR7 de entrar no panteão dos imortais era a falta de sucesso internacional com a seleção. Bem um conseguiu e o outro não. Por outro lado, tivemos 2 imagens diferentes de liderança em 2 finais. Um no banco sozinho o outro quase jogando por fora e empurrando a equipa. Então este comportamento permite fazer uma comparação. Mesmo que Portugal tivesse perdido e a Argentina ganho. Quando perguntam a um soldado porque causa ele combate, ele não responde pela pátria, etc…Ele combate pelo companheiro do lado. O mérito do CR7 foi ter criado isso na seleção e isso a meu ver coloca uma dimensão adicional nele como jogador. Um pouco o que Zidane fez com a França em 2006 com a diferença que mesmo o grande Zidane sucumbiu à imensa pressão do papel na final.

        • Caro Diogo

          Presumo que ainda não tenha percebido a diferença entre o FUTEBOL PROFISSIONAL e os TORNEIOS DE VERÃO.

          As golos e as vitórias nas selecções não dão pontos ou conquistas no FUTEBOL PROFISSIONAL, muito pelo contrário, as brincadeiras nas selecções prejudicam desportiva e financeiramente os clubes/sads além da desvalorizar os jogadores.

          • Se perguntar a qualquer jogador vai ver que a seleção está longe de ser uma brincadeira. Se for ver os livros da história as conquistas das seleções colocam os jogadores na história do futebol. Isto para não falar na montra de negócios que os torneios de verão são. Será bom rever os sues conceitos

          • Caro Diogo

            Os clubes/sads que queiram manter-se competitivos tenderão cada vez mais a não deixar os seus jogadores a não brincar nas selecções, aliás, ainda agora vê-se que muitos clubes não os deixam ir brincar nos Olímpicos.

            Aliás, um dos motivos que porque cada vez há mais jogadores brasileiros, argentinos, uruguaios que não brincam nas selecções, nas ligas europeias é porque eles estão sempre disponíveis para a entidade patronal.

            Não sou eu que tenho de rever conceitos, são os próprios jogadores e especialmente os mais novos que estão agora a formar-se e que esperam conseguir um contrato profissional.

  2. Este blog era muito mais interessante quando se limitava a imitar atabalhoadamente as teorias do entredez. Entretanto, tentaram querer dizer coisas, como por exemplo ‘os resultados são importantes’ ou ‘o Ronaldo foi um grande capitão (porque teve resultados)’.

    O post é ridículo. ‘Dar e receber’ é muito o futebol? Então o futebol é como uma relação homossexual descrita pelo António Variações? O Ronaldo só foi bom capitão porque ganhou. O Santos foi bom porque ganhou.

    A selecção foi uma merda. Teve sorte do princípio ao fim. O Santos é medroso e o Ronaldo nunca se comprometeu com a equipa. A hipocrisia dele a dizer ao Quaresma para deixar o Raphael bater o livre!

    O Ronaldo foi bom a fazer de Paulinho, a celebrar golos coxo.

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