Artes de Rui Jorge

Portuguese do it better

Rui Jorge é mais um português a mostrar o como um país tão pequeno consegue produzir tanta matéria prima de qualidade neste jogo maravilhoso.

As suas qualidades já eram notórias mesmo quando iniciou a carreira de treinador na formação.

Cada vez mais as equipas de futebol têm identidade. E se defensivamente não é complicado organizar um colectivo, sobretudo em organização defensiva, ofensivamente, para além da dependência sempre elevada que há da qualidade individual, há que procurar garantir um modelo que alie muita movimentação que garanta sempre opções ao portador pelas superioriades numéricas, com uma ideia que privilegie a chegada com bola dominada a zonas potencialmente mais desconfortáveis para o adversário (costas dos sectores e preferencialmente corredor central).

As equipas de Rui Jorge não têm tido apenas resultados. Tais resultados chegam fruto de uma identidade bem definida que procura explorar a criatividade com bola, mas que também assegura transições seguras. Mesmo que na actual selecção olimpica a qualidade individual não seja de louvar, naquilo que o treinador controla, mais uma vez uma equipa de Rui Jorge a mostrar argumentos.

Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

4 Comentários

  1. Havendo tanta organização defensiva que se baseia em algomeração de pernas e blocos muito compactos em comprimento e largura como dar a liberdade aos jogadores criativos? Se existem imensos movimentos para tentar arranjar espaço entre-linhas, como dar essa liberdade aos jogadores criativos sem desiquilibrar a equipa posicionalmente?

  2. Rui Jorge merecia até uma analise mais detalhada do Lateral Esquerdo. O que ele tem feito é absolutamente fantastico! Uma pena F.Santos nao ter saido em gloria, com Rui Jorge a poder pegar na selecçao para 2018. As soluçoes que sao dadas ao portador da bola, a quantidade de passes verticais a rasgar linhas com jogadores sempre bem posicionados para criar embaraço aos adversarios, e tudo isto, com 15 dias de trabalho, revelam nao só a sua mestria como a capacidade para passar a mensagem de forma simples aos jogadores. TODOS nas suas maos parecem melhores do que realmente sao…

  3. Fica a confidência de um episódio ocorrido em Março de 2013 no fim de uma formação em Setubal, em que o Rui Jorge foi um dos oradores. No fim da mesma, fui ter com o actual seleccionador dos Sub-21. Numa primeira fase, agradeci os dois últimos campeonatos ganhos pelo meu clube, de seguida falamos um pouco da formação do Belenenses.Depois de quebrado o gelo, perguntei quem era, na sua opinião, a próxima bomba do futebol nacional. ” Ivan Cavaleiro ” foi o que ele me disse. Encaixei com surpresa e questionei porquê. ” Por causa da intensidade “. Ao qual eu respondi ” então e o João Mário?
    ” Só se melhorar no capitulo da intensidade porque tecnicamente e tacticamente tem tudo mas se nao der esse salto…”

    Fiquei um bocado incrédulo ao que o Rui acrescentou

    “Com a qualidade que tem já devia ter dado o salto para a A se tivesse intensidade”

    Para contextualizar, as equipas b iriam voltar meses depois e tenho a crença que foi essa medida que atenuou a falta de minutos na passagem de junior para senior que “ceifou” muito talento, aliás o sucesso recente dos sub19 e sub 21 advem muito da criação destas equipas . Nos dias de hoje é engraçado constatar a carreira de um e a carreira de outro.

    Quanto ao trabalho como treinador, nada a acrescentar. Gostava de o ver no Sporting depois do JJ sair.

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