Importância do treino, e do tempo – Klopp.

Cada vez mais o tempo vai escasseando com o aumento do número de jogos e de competições a disputar para cada clube. O bem mais precioso para um treinador, e o que melhor garante resultados na altura de operacionalizar o modelo de jogo. A determinada altura da época as grandes equipas, que jogam todas as competições até ao final, apenas têm tempo para treinos de recuperação entre os jogos das diferentes competições. Não há como com exercícios correctivos abordar o que esteve menos bem no jogo anterior, nem tão pouco preparar de forma adequada a estratégia para o jogo seguinte. Por isso é desde logo uma vantagem, ainda que nem sempre garanta resultados, mais tempo para treinar durante a semana.

Num post anterior Conte explicava a importância de ter mais tempo para treinar que os rivais. Hoje surge Klopp com a mesma retórica. O trabalho de campo é o fundamental para o sucesso… assim como ter os jogadores certos. Mas como é que se percebe a valia do jogador sem que ele passe pelo processo de treino primeiro?

16 Comentários

  1. Não se percebe. Nem tão pouco se consegue avaliar um jogador apenas no treino. Não se podem dissociar estes 2 momentos na avaliação do que um jogador pode ou está a fazer.

  2. Já vai mais ao encontro daquilo que é realidade… O treino é extremamente importante, mas a escolha dos jogadores pode ser ainda mais importante! … Em relação á questão da valia do jogador, sem passar pelo treino… Então como é que um clube paga 110 milhões de euros por um jogador, sem nunca ter treinado nem jogado no contexto actual?! Não tem que passar pelo processo de treino… Tem é que o Departamento de Scouting perceber que tipo de jogador é, e em que modelo ele “brilha”… Repara no Jackson (ex Porto)… Estava mesmo a ver-se que seria um jogador que não iria fornecer “nada” aquele Atlético Madrid? Mas porque? … Porque o modelo do Atlético em “nada” se encontrava com o modelo em que Jackson brilhou no Porto… Mais importante do que avaliar em treino… É necessário avaliar em jogo (competição) e o modelo em que se destaca as suas qualidades…

    • Sim. A realidade é que ele chegou e contratou jogadores. Ou então a realidade é que ele chegou, treinou e/ou jogou, percebeu a qualidade, e depois contratou. Klopp, por exemplo, esse sim conhecedor da realidade, diz que não contrataria nunca um jogador por cem milhões. Portanto, até por aqui se percebe que é uma questão de ideologia. Na mesma linha de pensamento pode perceber-se o falhanço na adaptação de Ibra a um estilo que se dizia ser o dele. Por mais dinheiro que se pague por um jogador, o treinador só o conhece no dia-à-dia, pela maior ou menor qualidade no cumprimento das tarefas propostas pela ideia de jogo e de treino do treinador. O resto são canções de embalar. E é por aqui que se percebe que o fundamental é o treino, depois vem o resto.

  3. “Cada vez mais o tempo vai escasseando com o aumento do número de jogos e de competições a disputar para cada clube.”

    Caro Blessing

    Continuo a insistir.

    E muitas vezes, o treino e consequentemente o trabalho do treinador é minado pelas brincadeiras nas selecções.

    Sistematicamente, muitas vezes durante a época, nem sequer há jogadores suficientes para fazer um treino colectivo, depois chegam desgastados, muitas vezes com mazelas e lesões impeditivas de treinar e jogar.

    Pior ainda, os jogadores quando vão brincar nas selecções andarem a treinar noutros sistemas tácticos diferentes dos praticados pelos treinadores dos clubes, com movimentações diferentes, etc.

  4. Amigo Superleão, leio sempre os seus comentários com bastante interesse… A questão é que você expôs a sua ideia aqui há uns 20 textos atrás. E de cada vez que volta a falar, repete a mesma ideia. Ora eu que gosto de ler e tenho memória superior à de um peixinho, já sei a sua opinião. Você não acrescenta nada a cada comentário, apenas repete o mesmo dezenas de vezes. Não precisa de continuar a insistir, já todos percebemos que não há maus treinador, há apenas treinador que coitados, têm azar de ter muito jogadores a “brincar ás selecções”. O Jaime Pacheco que o diga, por exemplo…
    Eu ainda gostava de saber como é que raio um treinador de um clube se queixa que não tem tempo para treinar e implementar as sua ideias, e um seleccionador consegue condicionar os jogadores com “outros sistemas tácticos diferentes dos praticados pelos treinadores dos clubes, com movimentações diferentes, etc.” em meia dúzia de dias.
    É que a sua coerência é tão grande que desmente a própria ideia ao tentar defende-la.
    Um bem haja e não se esqueça por amor de deus, de manha é o comprimido cor de rosa e o azul é à noite. Não me troque isso, senão é chato.

    Acho que algumas vezes se percebe mesmo sem treinar. O exemplo que deram do Jackson parece-me um bom exemplo. O Gaitan e o Jota podem dar o quê ao modelo do Atlético? Uma possível alteração no modelo que tanto sucesso tem tido? Ainda não vi nenhum jogo deles esta época…

    • Fábio, achas que é assim tão óbvio? Eu não acho. O Atlético de Madrid contrata de forma frequente jogadores cuja principal característica é a qualidade técnica e criatividade. E alguns deles acabam por vingar. Deixa-me dizer-te que, para mim, foi tão surpreendente a não adaptação de Jackson ao Simeone, como a de Ibra a Guardiola. Foi até contra intuitivo. Mas aconteceu! Porquê? Porque no modelo de jogo está incluído o modelo de treino, e a forma como o treinador lidera o processo. Ora os jogadores, que até podem ter características semelhantes, são todos diferentes, e por isso respondem de forma diferente a modelos diferentes. Porque quem lidera o processo é diferente. E cada pessoa age e reage aos mesmos estímulos de forma diferente. Isso, mais uma vez, parece-me bastante óbvio.

      • Eu não disse que era óbvio! Acho que se pode ter uma ideia, e o facto de uns acertarem mais do que outros não se deve certamente à sorte. Mas é uma questão tão complexa que a mim não me deixa certezas nenhumas.
        Faz ideia de como se explica que um “departamento de scouting” que é dos melhores do mundo, contrate o Taarabt?
        Acho que também não podemos esquecer o contexto extra treino. Se trabalhamos com seres humanos, ainda antes do treino é preciso dar condições para que estejam a 100% para depois se conseguir o resto.
        Apartir daí, concordo com tudo o que escreveste.
        Em relação ao Jackson… eu já achava que não era o modelo ideal para ele, mas é só a minha opinião.

    • Caro Fábio

      Eu analiso o FUTEBOL PROFISSIONAL, não perco muito tempo em analisar as brincadeiras nas selecções.

      O assunto voltou a ser sobre a importância do treino na preparação da equipa e eu reafirmei que o trabalho do treinador muitas vezes é minado pelas brincadeiras nas selecções, ou seja, estou a criticar directamente os dirigentes dos clubes/sads que pela sua omissão prejudicam a sua própria equipa.

      “Eu ainda gostava de saber como é que raio um treinador de um clube se queixa que não tem tempo para treinar e implementar as sua ideias, e um seleccionador consegue condicionar os jogadores com “outros sistemas tácticos diferentes dos praticados pelos treinadores dos clubes, com movimentações diferentes, etc.” em meia dúzia de dias.”

      Não vale a pena comparar, tem que analisar o contexto, no FUTEBOL PROFISSIONAL, compete-se contra equipas que se preparam todos os dias.

      Quando um grande da Europa, volta e meia, tem quase todo o seu plantel a brincar nas respectivas selecções durante vários dias seguidos (embora continuem a ser pagos pelos clubes/sads) pouco pode fazer o treinador nesses dias.

      Independentemente dum seleccionador conseguir implementar as suas ideias em pouco tempo irá defrontar outra selecção com pouco tempo de treino também, por isso, afirmo e reafirmo, que comparar o FUTEBOL PROFISSIONAL com as brincadeiras nas selecções é pura perda de tempo.

      As avaliações a jogadores e treinadores fazem-se no FUTEBOL PROFISSIONAL, não nos TORNEIOS DE VERÃO, pelo menos, as avaliações consistentes.

      Ainda num outro “post” sobre o Rui Jorge

      https://www.lateralesquerdo.com/2016/08/06/artes-de-rui-jorge/

      resolvi não comentar, pois no FUTEBOL PROFISSIONAL, Rui Jorge treinou a equipa de juniores do Belenenses e depois acabou a época a dirigir a equipa sénior do Belenenses em 2 jogos, passando depois a trabalhar para a FPF.

      O que se passa é que hoje em dia, devido aos milhões que as federações facilmente arrecadam, pois têm jogadores ao preço da chuva, conseguem contratar treinadores já com muitas provas dadas no FUTEBOL PROFISSIONAL, tornando-se em fortes concorrentes dos clubes/sads pelos serviços dos treinadores.

      E os dirigentes dos clubes continuam a comer merda às colheradas ao disponibilizar os jogadores para as brincadeiras nas selecções.

  5. Canções de embalar… São essas do Klop!!! … Ou seja Klop para ti é o Deus de uma determinada tua verdade… Mas por exemplo o Guardiola, é Deus de outra tua verdade,
    mas dessa dos 100 milhões já não é!! …
    Santa paciência!!
    De facto o José Mourinho é um menino nestas andanças!! .., tem que vir treinar ao pelado do clube da Terra, para perceber o que é realmente importante para ganhar o título no Manchester United!!

    • Não. Canções de embalar são essas tuas! Mas curiosamente, e agora que falas no Mourinho, ele também tem bastantes. Alegas desconhecimento de quem aqui escreve; chegam treinadores a sério que trabalham no meio a dizer, e também esses não sabem. É engraçado perceber que afinal só tu pareces saber. Não sei se leste bem, ou se ouviste bem, mas eu falei em ideologia. Alguns pensam dessa forma. Mas num comentário de um texto anterior, separei esse grupo porque não ganham consecutivamente. Portanto, não disse que não há quem pense dessa forma; da mesma forma que tu. E o Klopp diz o mesmo “não sou treinador de comprar, comprar, comprar”. Há outros que o fazem. Primeiro é preciso perceber o que vale, depois compra. E mesmo quando compra só depois é que percebe o que vale, dentro das especificidades de cada modelo. Isto é absolutamente óbvio, para quem anda no meio!

    • Não sei de quem estás a falar. A única verdade é que é impossível conhecer um jogador sem o treinar. O resto, como disse, é uma questão de índole ideológica. Mas, curiosamente, quem mais ganha fala como Klopp.

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