Pizzi. O criativo.

Olha para os aspetos da definição de jogo, descobre espaços, tem um bom último passe e uma visão de jogo periférica. Decide e define quando menos se espera. O golo que oferece ao Jonas é claramente um exemplo disso.

Palavras de Ulisses Morais sobre Pizzi.

O português é um dos que divide opiniões. Porque não é extraordinariamente rápido na passada, nem de drible elaborado, desconfia-se da sua capacidade para desequilibrar, tão requerida nos espaços mais adiantados.

Pizzi, no entanto, mesmo que tenha um jogo com pouca notoriedade, acrescenta sempre. Para percebê-lo é notar as condições em que recebe a bola e perceber o que se segue depois de sair dos seus pés. Bom em espaços curtos, seja na recepção e enquadramento, seja no habitual e veloz drible em que passa a bola de um pé para o outro, que lhe permite sair sempre com bola dominada de qualquer situação, Pizzi acrescenta sobretudo pela forma como vê o jogo. Pela forma como simplifica sempre a situação de jogo, proporcionando aos colegas bola em melhores condições, sejam espaciais ou numéricas.

Criatividade. Talvez seja a palavra que melhor define um jogador que por não ter atributos físicos excepcionais vai continuando a ser desvalorizado, apesar de tanto acrescentar do ponto de vista colectivo, só porque tem na sua decisão um ponto forte decisivo.

Dos pés de Pizzi sairá sempre para mais perto do sucesso colectivo. Se a recebe em construção sairá para criar, se a recebe em criação, possivelmente para finalizar.

Critério, decisão, inteligencia, qualidade técnica e disponibilidade para se entregar ao jogo e à equipa. Uma mais valia, pois claro.

Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

13 Comentários

  1. 100% de acordo.Um indiscutível no plantel e muitas vezes no onze. Será complicado gerir os corredores laterais no SLB. Muita qualidade.
    O Pizzi nunca terá o reconhecimento que merece por não ter a capacidade de desiquilíbrio no 1×1 que tanto se pede nos extremos. Mas desiquilibra no passe e nos movimentos.Define muito bem. Acima só Jonas.

  2. Concordo plenamente, aliás na época passada durante um largo período com a lesão do Gaitan goi Pizzi com as suas assistências e alguns golos importantíssimos que manteve o Benfica no trilho do 35

  3. Primeiro comentário de alguém que segue o blogue há bastante tempo e que aprendeu a olhar para o jogo de outra forma aqui.
    Na verdade, é uma questão e tem a ver com o comentário anterior. Dado o “excesso” de qualidade nas alas do plantel do Benfica e as características do Pizzi, não faria mais sentido que ele fosse opção para a posição 8? Provavelmente Danilo será a opção mais forte para a construção no meio-campo, e André Horta também me parece uma excelente alternativa, mas, pela forma como decide e pelo tempo de trabalho que tem com Rui Vitória, Pizzi desde sempre me pareceu a opção natural para essa posição depois da saída do Renato. E isto apesar de terem perfis completamente diferentes.
    Abraços e continuação de bom trabalho aqui pelo blog.

    • Boas José Gomes, eu na época passada também tive o mesmo pensamento, no entanto, ficou evidente a melhoria de rendimento do Pizzi e do próprio Benfica com o desvio do Pizzi para o corredor lateral e, daí poder atacar o meio. Porque não Pizzi ao meio desde logo? Ns minha opinião, porque não tem intensidade para jogar num meio campo a 2. Uma das mais valias, logo ao inicio, do Renato era essa intensidade que camuflou muita coisa e deu consistência ao corredor central do Benfica. Sinta-se à vontade de rebater, você e qual outra pessoa :).

      Em relação ao Pizzi, é indispensavel. A qualidades existente no plantel só o favorece, pois será mais fácil não ser ‘obrigado’ a estar sempre a jogar, como no ano passado, em que acabou visivelmente debilitado física e psicologicamente.

      Não sei se qualidade a mais existe, mas torna-se bastante complicado gerir um grupo com tanta gente de qualidade. O ano é longo, certo, mas lidar com tanto ego pode ou não ser prejudicial ao desenrolar da época?

      Muito obrigado. Melhores Cumprimentos.

      • Leandro,

        “Ns minha opinião, porque não tem intensidade para jogar num meio campo a 2.”

        Jogou com JJ…

        “mas torna-se bastante complicado gerir um grupo com tanta gente de qualidade. O ano é longo, certo, mas lidar com tanto ego pode ou não ser prejudicial ao desenrolar da época?”

        Mta qualidade, mas mtos miudos. Não creio que existam assim tantos egos por ali…

        De resto, sempre disse que Pizzi deveria ser titular, e a extremo no ano passado quando ele não jogava. Por isso, concordo com a mais valia dele ali.

        • Verdade, jogou com JJ, no entanto, num contexto completamente distinto em tudo. Com Jj, um modelo consolidado e assimilado por um núcleo duro, ajudando à integração. Além de, ser um modelo mais propenso ai jogo interior, com uma aproximação enorme de jogadores na zona da bola, o que ajuda no momento pós perda. Ter Lima a pressionar, em vez de Mitroglu também facilitava a vida a Pizzi.
          Com Rui Vitória, Pizzi aparece a 8 numa fase muito crua da equipa, sem ideias para quase nenhum momento os movimentos eram quase aleatórios e, quando assim é o “corpo é que paga” lol. Rui optava por um estilo de jogo “mais aberto”, não com tanto aproximação entre jogadores, logo com um maior espaço a percorrer por todos, aí Pizxi sentiu-se menos confortável. Hoje, com as alterações no jogo do Benfica Pizxi estaria mais próximo de ter sucesso a 8 que quando ali foi metido, lifo ao início. Por isso, desculpem, o problema não tem tanto a ver con o facto de serem 2 no meio, como disseste Pizzi já mostrou competência a jogar assim, deve-se mais com o que eu anunciei, presumo.

          CARRILLO e Salvio não são assim tão novos como isso, apesar de achar que Salvio sairá.
          Luisão claramente o elemento mais débil, neste momento, mad com um peso enorme.

          P.s: Gosto imenso do Nelson Semedo mas admito que vejo maior segurança quando joga o André. Tanto em defensivo como en ofensivo, pelas perdas imaturas do Nelson.

          Peço desculpa pelo alongar do comentários, melhores cumprimentos.

  4. Tem o reconhecimento de quem interessa, da equipa e também de Jonas, que nota-se perfeitamente que adora tê-lo em campo. Acho que o Jonas não o deixava sair do onze titular se o treinador quisesse, ahah!

  5. Olá,

    Pegando um pouco no que disse o José Gomes, e saindo um pouco do tópico do artigo, pergunto: aproveitou bem o Pizzi Jesus? A falta de agressividade defensiva não faz com que Pizzi não deva ser 8 em qualquer um dos modelos, seja de JJ ou Rui Vitória?

    De resto concordo que tem as qualidades referidas no artigo para jogar onde o treinador quiser. Mas 8?

    Abraços

  6. Imprescindível no Benfica. Nem percebo como estavam a querer que o Salvio fosse o titular em detrimento do Pizzi. Lá está, o drible e a força física trazem muita notoriedade, apesar de nem sempre (no caso do Salvio 50/50) trazerem os melhores resultados. Acrescento que é impressionante a intolerância que existe com o Pizzi, que se falha um passe é logo assobiado, e o Salvio falha 5 de 10 acções individuais e é sempre aplaudido. Sendo benfiquista, gosto muito do Salvio pelo que já nos deu e pela maneira como tem sido profissional, mas acho que o Benfica precisa mais de Pizzis e menos Salvios.

  7. De todos os extremos do plantel, o Pizzi é o melhor a jogar por dentro. Sorte do Rui Vitória que pode escolher Pizzis ou Sálvios em função das ideias de jogo e do adversário.

  8. Sobre as críticas a Pizzi, o notar que a sua capacidade de invenção de jogadas é mais do que muito boa, mas que a sua capacidade de finalização é normal.
    Ora como: 1 – a avaliação dos jogadores costuma ser o output final, e não a relação entre o input – a situação em que recebem a bola, e o output, isto é, o destino da bola quando parte do jogador – e, 2 – a notoriedade da finaização é muito superior à da criação de oportunidade-assistência, resulta daqui que a nota geralmente atribuída a Pizzi fica num valor demasiado mediano, nivelada entre a nota da assistência, mas mais próximo da nota do remate. Logo é subavaliado.
    No ambiente que foi criado para ele, Pizzi parece-me superior a Renato Sanchez e a João Mário. Tenho dúvidas que estes dois, tranferidos para uma equipa super-poderosa, mostrem excepcionalidade. Mas posso estar apenas a dizer isto pelo cansaço de ouvir falar nos seus nomes (expectativas). Veremos!!!

    Pegando noutro tema abordado aqui há pouco tempo – a capacidade da equipa de Pizzi em substituir quase todos os jogadores (direi eu todos à excepção dos defesas-centrais e de Jonas, e de Pizzi, se falarmos em capacidade de criação) por outro de igual valia, a minha única dúvida sobre Pizzi é, dada esta riqueza, poderá e quererá o treinador tirar-lhe mais minutos das pernas ao longo da época para que Pizzi não tenha um final arrastado como aconteceu no final de 2015/16 ?

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