Curtas sobre a Premier League

Ranieri. O campeão em título entrou em campo da mesma forma como se sagrou campeão. Mesmo sistema, mesmas dinâmicas de jogo. Maior poder na transição ofensivamente com Musa, ainda que pouco acerto na tomada de decisão. Fortíssimos nas bolas paradas. Curiosamente, ou não, perdem o jogo da mesma forma que foram venceram o campeonato na época anterior. No imponderável, no desacerto, e na fortuna do adversário. Os ressaltos que sobram para o adversário em condições de atacar a baliza no lugar de um ressalto que sobre para o Leicester, ou que sobrando para o adversário não gera condições ideias para a finalização. O primeiro golo sofrido com a acção de dois jogadores num pontapé de bicicleta duplo. Um frágil Hull City do ponto de vista defensivo, não aproveitado porque o campeão não é forte do ponto de vista ofensivo. Isto é a Premier League.

Pochettino. Os Spurs entraram com o jogo habitual de paciência, com o domínio para tentar não dividir, e com a circulação até estarem criadas as condições para atacarem a profundidade. Infelizmente, a qualidade dos jogadores em campo não foi a melhor para que do ponto de vista ofensivo o jogo pendesse para o fantástico modelo de jogo que apresenta. Precisa de mais criatividade, qualidade técnica, e velocidade. Necessita de reforçar urgentemente o plantel para que tenha soluções capazes de lhe garantir a estabilidade que um campeonato como o inglês exige. Para precaver lesões, para conseguir num ou noutro momento de menor inspiração individual conseguir mudar as peças sem grandes oscilações no rendimento. O plantel como é hoje muito dificilmente conseguirá o mesmo feito do ano anterior.

Guardiola. Ficou a sensação de uma falta de dinâmica tremenda onde não é costume nas equipas de Pep. Na criação. Não só por trabalhar pouco o jogo nessa fase, optando exclusivamente pelos desequilíbrios dos extremos e bolas nos movimentos de ruptura dos mesmos, mas também pela pouca chegada que teve no último terço. Na construção percebem-se já bem os movimentos, as dinâmicas. Tudo com muita fluidez, as trocas de posição, o passe e a devolução para fintar a pressão. Na criação tudo mais rígido, estático, e com muito poucas combinações. Defensivamente Guardiola ficou a perceber o que é a realidade inglesa pela qualidade individual que lá mora: qualquer ocasião concedida é golo para o adversário.

Ainda é muito cedo, e é com os erros que se fizeram hoje e que se vão fazer amanhã que todas as equipas vão crescer.

4 Comentários

  1. Achava que este campeonato ia ser um passeio para o City com Guardiola. mas depois desta pré-época não tenho tanta a certeza. Veremos se Guardiola consegue adaptar-se ao futebol inglês com rapidez suficiente para ser campeão, sabendo que terá Mourinho (profundo conhecedor da Premier League, apesar de tudo) e Conte como principais rivais.

  2. A grande surpresa no City foi o posicionamento dos laterais, aquando da construção. Sempre a ocupar zonas muito interiores arrastando os extremos do Sunderland e a incumbir aos médios centros (Silva na esquerda e KDB na direita) a oferecer uma linha de passe mais em largura.

    Abraço.

  3. Premier é um luxo para quem ama o futebol,pep com laterais dentro(sagna com dificuldades com bola,clichi mais confortável) sim ja estava a espera,no bayern ja tinha essa ideia,concordo com a falta de velocidade,dinâmica na criação,acho que por jogadores da frente chegaram a conta gotas na pre epoca…ainda estao sem andamento!

  4. Bom dia; Sou um big fan aqui do blog.
    Quanto ao Leicester penso que o jogo frente ao Hull notou-se a falta de Huth no jogo aéreo (Alguma tremideira nas bolas paradas), para além das opções Gray e Musaa serem opções, a meu ver, mais para lançar na segunda parte ou para jogar frente a equipas que se expõem. Notou-se a falta de Okazaki para ligar o jogo ofensivamente e defensivamente ser mais um homem no meio campo. Albrighton que é um patinho feio, mas é importante por pensar o jogo através do passe e não do drible ou na desmarcação. A exemplo, na época passada o Albrighton realizou tantos passes de rutura como o Mahrez (56).

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