A estreia dos que entusiasmam. Rafa e Renato.

Ao longo da temporada passada vários foram os textos sobre Rafa e Renato. Sempre tendo presente um potencial enorme para chegar bastante mais longe.

Ontem ambos estrearam-se numa realidade diferente e prometem continuar a saltar etapas.

Renato a ter jogo(s) como titular de um poderoso Bayern logo no primeiro ano de sénior. E num dos Estádios mais complicados da Bundesliga. É extraordinário o que já almejou o centrocampista português. Chegará mais longe, ainda. Encontrou o contexto ideal para crescer. Num jogo e numa Liga onde não tem a facilidade de outrora a impor as suas qualidades físicas, mais assertivo no passe e sobretudo nas suas decisões com bola. A perder o sucesso individual fácil e a apresentar já um jogo diferente. A continuar a progredir com espaço. A ser preponderante nas transições, seja ofensiva ou defensiva, mas a crescer também em organização. À facilidade tremenda de enquadramento, vai aliando melhores decisões. Onde chegará alguém com este potencial, quando tem a possibilidade (pela sua categoria, naturalmente) de andar ao longo do primeiro ano de sénior num contexto destes? Ao topo, naturalmente.

Em Portugal estreou-se Rafa num novo clube.

E com cinco minutos de jogo já se percebia que não havia enganos. Rafa é de facto um jogador diferente. E diferente dos próprios colegas de Benfica! Em off o treinador do rival havia afirmado que o português é o melhor jogador da Liga. Não andará longe, seguramente. Qualquer recepção, qualquer toque na bola, qualquer decisão, qualquer aceleração. Tudo é uma delicia no jogo de Rafa. São pouquíssimos os que no futebol mundial até na recepção desequilibram. O jovem do Benfica aproveitou a estreia até para criar 1×0 usando somente a recepção para quebrar contenção adversária. Um portento individual, com uma capacidade de desequilíbrio absolutamente invulgar. E sobretudo um jogador de rendimento constante! Cada posse é bem decidida, é valorizada. Sempre que há um espaço para desequilibrar, ele irá fazê-lo. E como mencionado em textos anteriores, totalmente falso que seja jogador de transições! Ganhará notoriedade ai, mas é completo. Mostra-se assertivo e capaz em todos os momentos.

Sobre as suas dificuldades na hora de finalizar… discordo. Ainda que depois da Supertaça e da estreia pelo SL Benfica seja muito natural que assim se pense. Prová-lo-à. Como continuará a provar ser de outra “casta”.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

12 Comentários

  1. Falei apenas por 2 motivos.
    1° Porque haverá Jonas e Mitroglou
    E aí acho que Rafa não jogará no meio onde faz a diferença.
    2°Ele e Renato têem algumas coisas em comum em certos aspectos do jogo,claro que Renato é mais força,mas se o André Horta agarrou o lugar com mérito,o Rafa para mim poderia ganhar mais com isso,pelos metros que ganha aos adversários,pelos desiquilíbrios que cria,etc…

  2. E André Horta? Na mesma linha do Rafa, ou seja, não se perde mais do que se ganha ao utiliza-lo a 8 e não mais à frente? O lance que constroi para ze gomes e um outro antes para um remate de pizzi fora de area são deliciosos

  3. A comparação de Rafa com Simão não é ou não inevitável? Jogadores de estatura baixa, fortíssimos tecnicamente e com capacidade para jogar na esquerda explorando espaços interiores. Ah e Simão jogou a 10 no losango de F.Santos.

    • Pelo que vi ontem parecem-me mais perto as comparações com JVP. Um tipo que desiquilibra em todo o lado, que pensa e executa à velocidade da luz.

  4. Seria um desperdício de todo o tamanho, ter o rafa preso a missões mais defensivas.
    Ele é titular, quer jogando na esquerda, quer jogando na frente, ou até na direita.
    O Benfica precisa – veremos se Horta consegue fazer um upgrade, qualidade tem – de resolver o ‘problema 8’ mas para isso não precisa estragar o Rafa 🙂

  5. O benfica tem a felicidade de poder contar com os dois melhores jogadores da liga a criar e a definir entre linhas. Dado o modelo que o treinador usa, será impossivel pôr os dois a jogar por dentro, por isso parece me que rafa ocupará uma posição mais recuada. Provavelmente entrará no lugar de pizzi ontem, interior esquerdo, aparecendo um extremo para esticar o jogo do outro lado (carrillo/zivkovic).
    Em relação à capaicidade finalização, só com o desenrolar dos jogos perceberemos melhor o que rafa vale. No entanto, ontem rafa teve 4/5 bolas que Jonas não falharia. E atenção que ontem o adversário deu muito espaço e que nem sempre vai poder ter tantas boas oportunidades como teve ontem. Por isso, aparentemente nesse aspecto é claramente inferior a Jonas. No entanto, na capacidade de arranque ( e por isso de desequilibrio com espaço) é muito melhor (naturalmente, dada a idade e a velocidade) o que pode deixar os benfiquistas descansados em relação a quem vai subsitituir Jonas quando o seu rendimento cair.
    Por fim, o nível que Rafa apresentou só reduz ainda mais as hipóteses do João Carvalho jogar o que é uma pena dado que assim sendo será o segundo médio ofensivo acima da média que provavelmente sairá do benfica sem mostrar realmente o que vale na equipa A.

  6. Rafa fez uma excelente estreia. O que era esperado. Sempre achei 20 milhões muito dinheiro, mas a verdade é que quando há qualidade o preço é secundário. Caro é pagar 4 milhões por um Vitor Andrade.

    Ou por outro lado, pagar 35 milhões por um Renato Sanches, que de tão banal que é não irá cumprir meio contrato dos anos que tem com o Bayern. Em breve voltaremos a vê-lo nos relvados portugueses

  7. Ao ler este texto fiquei com bastante curiosidade de saber como prevêem que venham a ser as carrerias de ambos, depois de épocas tão desapontantes.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*