Como Jorge Simão ia surpreendendo o Benfica. E que mudou de uma parte para a outra.

Desportivo de Chaves com organização defensiva muito forte como já mencionado num texto anterior.

É deveras incrível verificar o que era a Liga Portuguesa tacticamente há oito anos no início do Blog e nos dias de hoje. A forma como todas as equipas nos dias de hoje apresentam organizações bastante próximas do que se vem apregoando por aqui há imenso.

Surpreendeu porque na primeira parte aliou os bons comportamentos defensivos a algumas saídas em transição com qualidade. Condução de Battaglia e / ou Perdigão. Dois bons jogadores na Liga portuguesa.

 

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Na segunda parte, melhor a ligação da primeira com a segunda fase de construção. Horta a receber mais vezes entre as primeiras linhas adversárias, ou central a romper em progressão. Só tendo bola entre avançados e médios adversários no corredor central, se fixa médio centro e obriga alas a fechar após a saída do médio da linha para ir fazer contenção, ganhando espaço fora, ou se alas não fecham… possibilidades para receber entre médio e alas, dentro e entre linhas.

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O momento do primeiro golo

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

19 Comentários

  1. Excelente post. A verdade é que se tende sempre a abordar o jogo na perspectiva do que correu mal à equipa “grande”, mas neste caso parece-me mais que justo deixar uma nota da boa organização defensiva do Desportivo de Chaves. Sendo certo que enquanto benfiquista gostaria de ver a minha equipa a ganhar todos os jogos por 5-0 na primeira parte, é importante que as equipas de menor dimensão consigam complicar a vida aos primeiros classificados, pelo menos quando jogam no seu reduto.

      • Comentário realista. Disse “treino” (entre aspas) porque foi um jogo muito exigente em termos físicos e de concentração. Elogio implícito ao Chaves.
        Provavelmente não sabe o significado do uso das “aspas” na língua portuguesa.
        Qual seria o comentário típico de um sportinguista? Sem aspas?

        • Bom treino para os jogadores do Sporting antes do Légia.
          Como vê , nem umas aspas.
          Você pensou o mesmo , mas usa as aspas para posteriormente têr argumentos para se defender.
          Até achei um comentário esperto,típico do benfiquista.

  2. Na vossa opinião, o Rui Vitória, sabendo, como disse que sabia, que o Chaves ia jogar assim, preparou bem o jogo em termos tácticos (estou a pensar na ausência de um médio/segundo avançado a receber entre linhas, por exemplo)? É certo que não tem Rafa e Jonas, mas o Chaves é o Chaves (como tão bem diria o senhor de La Palice), e o Benfica, pareceu-me, tem obrigação de fazer melhor, mesmo quando não pode contar com jogadores como Rafa e Jonas (dito isto, quando puder e atacar, num jogo, com Rafa, Jonas, Mitroglou, Carrillo e Pizzi, vai ser bonito de se ver).

  3. Sobretudo na primeira parte, o jogo foi muito difícil para o Benfica. Fruto da boa organização defensiva do Chaves, o Benfica perdeu imensas bolas (passes ou recepções falhadas) e consentiu ao Chaves muitas saídas para o ataque quer na condução (Battaglia e Perdigão) quer em bolas longas para o Rafa que ganhou um número grande de bolas.

    Na segunda parte, também me pareceu que o Horta passou a jogar mais adiantado e os centrais (sobretudo Lindelof) conduziram mais, passando a primeira fase de pressão do Chaves. também achei que houve também melhor reacção à perda da bola, com maior agressividade na pressão. De qualquer forma o Benfica é feliz na forma como marca os golos e como consegue a vitória, mas foi preocupante ver a incapacidade da equipa em desmontar um Chaves bem organizado. A ausência do Jonas faz-se sentir neste tipo de jogo em que há (muito) pouco espaço para jogar. Rafa vinha para fazer esse papel mas lesionou-se logo.

    Chega a ser constrangedor ver o Sálvio jogar nesta equipa. Não percebo como joga a titular. Tem que ser porque o Carillo ainda não está fisicamente capaz de o fazer.

  4. O que acham do jogo do Horta? Sou grande fã dele e até acho que onde se tem revelado mais forte (ao contrário do que a malta diz) é no comportamento defensivo. Bom a fazer coberturas e a revelar grande sentido posicional (ficar quando fejsa sai, fechar a frente dos centrais, agressivo a fechar espaços etc.). Agora o que tenho sentido, e neste último jogo foi gritante, é a sua ausência na criação. A pedir constantemente fora do bloco, pouca agressividade a aparecer e ser linha de passe… Ontem deu ideia do Benfica estar a jogar literalemente com um duplo pivot (muitas vezes a jogar a par). Será ordens ou será que está com dificuldade em assumir tanta responsabilidade nesta fase e por isso se anda a “proteger” mais?
    Ontem achei tão “declarado” este posicionamento que acredito que possa ser uma instrução do treinador, mas sinceramente não sei. O que acham?

  5. Eu diria que o que desbloqueou o jogo foi uma barreira completamente mal formada. Numa situação de livre àquela (pequena) distância, sabendo nós como o Benfica tem, simultaneamente, bons centrais no jogo de cabeça e, pelo menos em Salvio, um bom executante de lances de bola parada, meter apenas um jogador a fazer barreira é o equivalente a suicídio assistido!

    • OK, já me esquecia que Salvio saiu antes do primeiro golo. Se bem que quem entrou para o seu lugar (Cervi) também seja bom de remate. E sim, Grimaldo também demonstrou que podem contar com ele, no que a “bolas teleguiadas” diz respeito.
      Seja como for, o ponto mantém-se inalterado.

      • Seria verdade a história da barreira, se o que o Maldini diz não fosse sustentado pelas imagens do jogo. Na verdade o “domínio” do Chaves na segunda parte foi, a bem da verdade, ilusório e uma sombra do que fora na primeira parte. E claro, sem Sálvio em campo as perdas de bolas que tanto serviram os interesses do Chaves diminuiram e muito.

  6. acho que quem joga mais vezes em organizacao ofensiva precisa de mais ideias colectivas(criativas) já nem falo identidade isso é pedir mto e nao depender tanto se o jogador esta em dia sim ou nao e em alguns casos msm a sua ausência fisica.

  7. Sou daquelas pessoas que costuma vir ler-“vos” todos os dias mas que nunca ousou – por preguiça – comentar (ou quase nunca). Queria dar-vos os parabéns pela transmissão das ideias, conceitos e afins que fazem e pelo que incutem aos leitores, mostrando-nos uma forma “melhorada” de ver futebol.
    Abraço e continuação de bons posts

  8. Os problemas de construção do Benfica na primeira parte estão identificados há algum tempo. Porque não há retificação do problema no plano inicial do jogo?

    • Não faço ideia de que tipo de exercícios o RV faz nos treinos e com que objectivos, mas diria que a ausência de alguns jogadores com qualidade inegável na criação, juntando a uma implementação da ideia de jogo mais demorada (comparando com JJ e tendo em conta o ano transacto)faz com que pareça que não existem rectificações. Acho de facto que o Benfica está a melhorar a nível ofensivo de jogo para jogo, o mesmo não posso dizer do momento defensivo, que me parecem continuar a cometer os mesmo erros – muito espaço entre a 1ª e 2ª linha conseguindo o adversário receber a bola e ter tempo e espaço para se enquadrar; muito espaço no lado contrário aquando da variação de flanco, sendo neste particular o posicionamento do Nelson Semedo e do Salvio muito culpados.

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