A mudança táctica não teve nada a ver com o canto que o Benfica ganharia no fim da partida

Algo que torna o futebol um jogo tão especial é a forma como os apaixonados adeptos procuram sempre responsabilizar um lance, ou uma individualidade por tudo o que se ganha ou se perde. Há heróis e vilões como nos filmes. Foi Bryan Ruiz quem deu o campeonato ao SL Benfica por um lance de um segundo num campeonato com trinta e quatro jornadas de noventa e quatro ou cinco minutos, e é o disparate de Herrera que vale o empate ao Benfica, sem que nada do que tivesse acontecido no contexto do jogo antes tivesse qualquer importância face a tão disparatada acção. Acção que os mesmos apelidariam de genial se a bola tocasse em Eliseu e saisse pela linha lateral.

Nada fez na sua criação para merecer o ponto que surgiu o SL Benfica. É porém, um erro grotesco de análise e de percepção do que foi o jogo pensar sequer que a mudança de Rui Vitória e a entrada de Horta não se relecionou de forma alguma com o lance em que Herrera se vê próximo da linha final com bola e com Eliseu na sua proximidade, a ter de tomar decisões. Aliás, a presença de Eliseu num espaço que nunca pisou nos primeiros sessenta minutos deveria ser caso suficiente para fazer pensar…

Foi precisamente o conforto que ganhou com a entrada de Horta e o assumir de posicionamentos diferentes na saída para o ataque com bola, que permitiu ao Benfica ter na última meia hora os laterais com muito maior profundidade no jogo. As perdas deixaram de se repetir. A bola descansava nos pés dos médios, quando até então ia-se na aceleração dos extremos. Com pausa no meio a construir, tempo para os laterais se projectarem. Na primeira parte só Nelson apareceu no último terço. Esporadicamente e sempre em progressão com bola pelo próprio corredor.

Foi a segurança com bola ganha no meio no início de cada ataque que permitiu a projecção em profundidade de Eliseu e Nélson em simultâneo. Se houver um heat map dos posicionamentos de ambos perceber-se-à a diferença gigante nos terrenos que pisaram em termos de profundidade no momento ofensivo dos primeiros sessenta para os últimos trinta minutos.

O lance do canto surge precisamente num lance em que confortável com bola nos médios, é possível a Eliseu estar projectado já ao largo da grande área portista. Vai receber a bola de Samaris já no enfiamento da área adversária. Recebe mal, perde para Maxi que toca em Herrera. Não. O Benfica não proporcionou o erro de Herrera. Mas mesmo naquele canto foi a alteração de Rui Vitória que proporcionou ao seu lateral ter aquela projecção e receber naquele espaço, porque a mudança trouxe pausa na construção encarnada. Sem bola confortável nos médios não haveria chegada ao último terço de Eliseu. Como nunca houve antes dos sessenta minutos, diga-se.

Beneficiou de nove cantos ao longo da partida a equipa encarnada. Três dos quais no seguimento de outros cantos. Portanto ganhou seis cantos após chegadas ao último terço. E três novos cantos no seguimento do canto anterior. Dos seis cantos não será de estranhar que três foram nos primeiros sessenta minutos, antes da entrada de André Horta. Um a cada vinte minutos. E os restantes três após a entrada de Horta. Um a cada dez minutos.

Portanto, mesmo num erro disparatado, e sem necessidade por pouco forçado, houve muito da alteração para três médios, que permitiu ao Benfica estar mais subido e mais próximo do último terço. Sem a presença em profundidade de Eliseu e a pressão nas costas de Herrera por parte de Pizzi, o mexicano enquadrava e saía com bola.

Crer que se Herrera tem actuado nos primeiros sessenta minutos, aquele lance poderia ter surgido por lá é um auto de fé. Afinal, o Benfica só chegou aquele espaço uma / duas vezes e de acelerações de um abandonado no corredor Cervi.

chora

choradeira

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Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

47 Comentários

  1. Maldini a ensinar leigos a perceber de futebol desde 1900 e troca o passo.

    Estou no twitter. Doutor Lidamentos. Ajudo a lidar com os casos mais complicados de azia. Passem por lá e sigam-me.

  2. Este foi o melhor de todos os posts alguma vez escritos aqui. Claro como a agua e que proporcionaria uma total mudanca de paradigma daqui adiante nas conversas de cafe da bola se cada um de nos, leitores do LE, o levasse imprimido ou verbalmente para la, partilhando-o com todos e assim se continuasse a espalhar como o fogo.

    Este post merecia destaque primordial nos tres diarios nacionais, com pendor pedagogico total.

    Muito obrigado!

  3. Percebo perfeitamente o teu argumento, mas ainda acho que a horrível decisão individual do Herrera contribuiu mais para o desfecho da partida do que as alterações do Benfica.

    E sim, claro que é um acto de fé dizer que com o Herrera em campo desde início ele teria vacilado mais vezes, mas na análise das alterações não foram mais determinantes as do FCP?

    Vou tentar ilustrar isto por texto:
    A troca de Corona por Ruben Neves, em resposta à entrada do Horta. Não acaba por o fecho do corredor central abrir a ala para que o Eliseu comece a subir mais? Porque se Cervi andava sozinho e a bola mal lhe chegava, a partir da entrada de Horta há um carrossel de Horta/Guedes/Pizzi a combinar naquele lado. Acto de Fé: e se Corona ficasse onde estava a fechar o corredor? Esticaria a manta para o lado direito e estaríamos a falar de um “canto” cedido por Octávio ou Danilo ou Telles?

    Entrada de Layun por Oliver. Para os meus olhos de leigo este foi um tiro no pé com bala de canhão. Oliver sozinho desequilibrava o meio campo todo do Benfica. Mesmo cansado. Mesmo um meio campo reforçado. Obrigava a erros, descobria espaços ou inventava-os. Oliver dava a impressão que só pelo facto de existir obrigava o Benfica a jogar dez ou vinte metros mais atrás. Sai Oliver e o Benfica acampa no miolo. É redutor a um acto isolado? É ser imediatista e ignorar arranjos de 22 a 22? Se calhar é, mas que é daquelas coisas sistemáticas… Acto de Fé: e se Oliver cumpre os 90 minutos?

    Por fim o lance do canto em si. Nem falo da execução do canto que o Ricardo do ‘Ontem vi-te no Estádio da Luz’ descreve com uma poesia que poucos conseguem. Falo do gesto de ver ali a bola, faltarem dois minutos ou coisa que o valha, ter espaço e tempo para controlar e rodar, ou controlar, chegar à linha e levar uma trancada e no meio desta hipóteses todas escolher mandar um charuto para lá da linha, só pela remota possibilidade de a bola bater com toda a força num adversário e sair pela lateral.

    Claro que anda tudo ligado. Puxando aqui um pouco à minha formação, caso as pessoas não saibam, o aroma de um perfume por vezes é constituído por 20 ou 30 compostos diferentes, mas aquele que realmente sentimos, aquele que tem um efeito nos outros pode ser o que está presente em menor quantidade. A mim parece-me que este empate é um desses perfumes. Há 20 ou 30 aspectos que fazem o geral. Mas o que contribuiu mesmo mesmo mesmo para aquele efeito de empate, foi o residual chuto de raiva do Herrera pela linha de fundo.

    • Nao estou a negar nada disso. No fundo gosto mt do q escrevi “a RV saiu a sorte grande. Mas pq comprou a taluda aos 60m”

      N era nada previsível q o Benfica empatasse. Nc foi e veio de um erro incrivel. Mas antes dele ir comprar a taluda era mm impossível!

      O jogo virou com a entrada do Horta mas mm ai… fcp sp mais perigoso. … ate as subs do Nuno. Ai ng mais foi perigoso mas o jogo jogou.se no meio campo de uma das equipas sem q a outra continuasse a sair c criterio e qualidade (ainda q um min antes do canto o Herrera meta uma boa bola dentro q um passe um pc largo impede o ruben neves de ficar em 1×0)

  4. “Beneficiou de nove cantos ao longo da partida a equipa encarnada. Três dos quais no seguimento de outros cantos. Portanto ganhou seis cantos após chegadas ao último terço. E três novos cantos no seguimento do canto anterior. Dos seis cantos não será de estranhar que três foram nos primeiros sessenta minutos, antes da entrada de André Horta. Um a cada vinte minutos. E os restantes três após a entrada de Horta. Um a cada dez minutos.”

    Se o erro do Herrera não acontecesse seriam 2 cantos em 30 minutos, se metermos descontos seriam 34. Portanto o Horta fez com que os cantos deixassem de ser de 20 em 20 para 17 em 17.
    Não discordo que o Horta melhorou qualquer coisa, mas este argumento para mim não é nada. Acontecerem ou não cantos depende de tanta tanta coisa.

    • O argumento n é esse. se leres com atenção issoé referido como algo natural face á subida no relvado do Benfica. O argumento para esse canto é o posicionamento do Eliseu. Alto como nc foi antes do Benfica ter bola mais de 5 seg (q chegou so c a mudança do RV)

        • Ou seja… achar q aquele canto surge sem ter absolutamente nada a ver c a troca de sistema e dinamica é nao perceber nada da dinamica do jogo. N deixa de ser casual mas obviamente teve td a ver c os posicionamentos diferentes do Benfica nos ultimos 30 m aquele canto

          • Mas tb pode surgir como surgiu o outro de um balão do Eliseu que era para ser para o Dolce vita e acabou por calhar na baliza. É muito aleatório.
            Além disso, tens o resultado desfavorável que naturalmente obriga a arriscar mais e projectar mais os laterais, bem como o recuo voluntário das linhas do Porto devido às opções do NES.
            Bastantes factores. Não digo que a alteração táctica não tenha sido boa mas acho que foi das coisas que menos contribuiu para o golo que acabou por aparecer. Sem o erro do Herrera nem estavamos a falar disto e sim da incapacidade do Benfica para incomodar o Porto durante 40 minutos.

      • Dc, td o q tu dizes foi escrito ou dito no podcast (inclusive fui eu proprio q disse q sendo o slb o lider e c jogo a chegar ao fim seria sp natural no matter what q ganhasse metros) e Ganhar um canto n é criar nada!

        A alteração como disse antes deixou o jogo de dominio equilibrado mas c FCP ainda por cima pq saia nas transições c qualidade. As trocas do NES retiraram as saídas e a bola. Mas ja antes o jogo havia mudado o seu cariz.. mm q continuasse a estar mt longe de ser provavel ou previsivel que o Slb marcasse… eu nc esperei o empate! mas ate aos 60 esperava q o resultado avolumasse. Certo?

        • Esperava entre aspas, digamos, que estava preocupado com a capacidade finalizadora da equipa. Mas sim, esperava manter o ascendente. Mas quando vi o Oliver a sair percebi que era para segurar o 1-0 e mais nada.

  5. Na minha opinião, este texto só explica metade da história, o resto da história é que a saída de Jota e Corona (jogadores que impediam na ala a subida dos laterais do Benfica) por troca com mais 2 jogadores para o meio (Herrera e Ruben Neves) ajudaram e muito a que o Benfica conseguisse ganhar ascendente no jogo nos últimos 30 min.

    • Calma. o que se diz é q A entrada do Horta e a mudança foi só comprar a taluda. N é nada de especial.as sem ela n te habilitas sequer 🙂

  6. Bom texto! Depois de vermos o jogo pela 2ª vez, vemos o jogo de maneira diferente, com outra perspectiva. E observamos coisas que não era possível observar quando o estávamos a ver em directo.
    É muito fácil especular, como também é fácil prever o que teria acontecido se o Benfica não tivesse tido a pouca sorte de ver Grimaldo e Fejsa impedidos de jogar.

    Cervi nunca teria estado tão sozinho, teria tido um acompanhamento muito mais próximo fazendo do corredor esquerdo, praticamente inexistente durante o jogo, um factor desiquibrador a favor do Benfica, ao mesmo tempo que o meio do campo à frente da defesa teria sido mais bem preenchido dificultando o jogo de Oliver que teve durante quase todo o jogo uma auto estrada para jogar.
    Seria mais provável a vitória do Benfica apenas com o acréscimo esses 2 jogadores, porque a quebra física observada dos jogadores do Porto que se notou na 2ª parte, e que obrigou às substituições, seria ainda mais acentuada.

  7. Estou com o ric jo… mt bom!!! O q fazes aqui sao puras lições de futebol… descobri só ha umas semanas mas ate o q ficou p tras tenho tentado ver… genial. .. aqui troca-se a conversa de café pelo futebol a sério.
    Abraço

  8. Vejo as visitas a crescer mas o patreon na mm… lol brincadeira. Mt agradecido aos mts q já sao patronos do Lateral Esquerdo. Quem quiser contribuir. .. valor residual já é uma grande ajuda p mantermos isto sp activo

    E obg pelas palavras!

  9. Adoro os vossos textos. Mas naquela situação específica de jogo, aquele canto “não surgia nunca”. Se houvesse outro canto “normal”, pela forma como o FCP os defende e alguns do Benfica os atacam, continuo a pensar que poderiam marcar assim. Poderia acontecer. Mas na elaboração para furar já acho mais difícil. Pelo que não criaram mesmo quando tiveram mais posse e pausa.

    A mudança de RV sim, mas a mudança e opção de NES também. Tudo a influir para “o mesmo lado”. E continuo expectante de como vai ser contra o Sporting…

    • De acordo. O Benfica nao criou o suficiente para merecer tal sorte. Isso é referido em tds os textos do classico. ganhar um canto está mt longe de ser criar!

  10. Concordo quase sempre com as vossas publicações mas desta vez acho que estão a dar mérito ao Rui Vitória e ao Horta que não o merecem. O Rui Vitória não comprou taluda nenhuma, o NES é que a ofereceu a partir do momento que tira o Corona e mete o Neves. Foi nesta altura que abdicou de controlar o jogo com bola para controlar sem bola. Com ou sem Horta, em 442 ou 433 o SL Benfica criou zero. A perder 1-0 e com o FCP a abdicar da bola, sem Corona, Otávio e Oliver e com Layun, Herrera e Neves é mais que normal que os laterais subissem e arriscassem mais.
    Uma equipa não joga sozinha.

    • NES não abdicou de nada. Ele apenas mudou, foi obrigado a fazer, os jogadores que estavam em défice físico depois do esforço da 1ª parte. A partir daí o Benfica cresceu, tendo maior posse de bola e mais cantos. Vale o que vale, mas continuo convicto a que com Grimaldo e Fejsa o Benfica tinha ganho. A entrada de Horta, como bem diz Maldini, foi crucial para esse crescimento.

  11. Revi o jogo pela 2a x… fora das emoções… as análises estao brilhantes! Quer a da 1a parte quer a do q levou ao equilibrar do jogo… neste caso especifico qq pessoa capaz de analisar o jogo chega à conclusão do q falas (medios com menos pressao a guardarem mais a bola a dar tempo para os defesas direito e esquerdo subirem) e obviamente que este e outros cantos têm tudo a ver com essa alteração (n é preciso sequer ser-se mt bom a analisar o jogo!basta conhecer os seus momentos e suas características)

    O que te queria perguntar é se durante o jogo vais percebendo as coisas ou só qd reves pela 2a vez notas o q analisas??

    • João, o olho também se treina. Para fazer aqui no blog as análises e videos sou obrigado a ver o jogo uma outra vez. Mas há sempre percepção do que se está a ver. 1000x mais difícil é entende.lo do banco (à altura em que se está a percepção é diferente) mas também ai se treina, se melhora!

      Abraço e obrigado

  12. Que o porto foi na maior parte do jogo o dominador, disso ninguém duvida, mas acho que pouca gente lembra se do facto de o benfica ter menos 5 jogadores!
    Jardel- talvez o melhor central da equipa, rápido e forte no jogo aéreo, com lindelof faz a melhor dupla que faz com que controlem a profundidade!!
    Fejsa- dispensa apresentações, e como disse já o maldini, passes de ruptura estão a ser feitos com muita frequência.
    Grimaldo- nem há comparação com Eliseu
    Jonas- o melhor jogador e goleador do campeonato, desce imensas vezes, ajuda no meio campo criando superioridade!
    Rafa- a maior contratação do futebol português! Outro grande jogador!
    Fica a pergunta no ar, caso estes estivessem disponíveis, seria diferente o jogo?
    Que aconteceria se faltassem Telles, Marcano, Danilo, André Silva e outro ( em troca de rafa do lado oposto)
    Aberto a todas as opiniões, não querendo entrar em despique com ninguém!

    • Bruno, a discussão aqui centra-se em se as alterações que o RV efectuou potenciaram o erro do Herrera que conduziu ao golo do empate, ou se este erro é um acontecimento isolado.

      O que o Maldini tenta mostrar é a primeira opção. O que eu acho é que a acção do treinador do Porto foi mais determinante. Esse choradinho de estão 5 de fora e não sei mais o quê não pega nesta discussão. Nem sequer pega no discurso público do RV.

      Com todos os defeitos que tem, ao menos com ele a conversa tem-se cingindo aos que estão, que podem e que jogam e erram. Vamos todos fazer como o Professor Vitória, está bem?

      • Atenção. N estou a dizer q potenciaram o erro do herrera. Nada potencia aquela decisao… potenciaram o Benfica ter mais bola e respirar melhor.

        Ou seja n deixa de ser um lance +- isolado.O q n se pode é dizer q aquele canto n teve absolutamente nada a ver com as alterações. Isso é um erro grave de análise e de percepção sobre o jogo e sobre o q mudou no posicionamento do Benfica. Eliseu nc tinha estado ali ate aos 60 e passa a estar por alguma razão. N foi obra e graça de espirito santo. Ganhar um canto é um lance de trampa… mas por acaso aquilo so chega ali pq o Benfica c as alterações começa a guardar a bola.

    • Disparate é esse comentário. e mt grande mm! Ninguém passa por urso por ter opiniões ou neste caso formas de perceber o porquê de certas coisas de forma diferente…

  13. Boa tarde a todos,

    Já tudo foi dito e escrito sobre o clássico, mas gostava de dar uma achega.

    Olhando para Rui Vitória enquanto treinador, observo pouca evolução enquanto treinador e explico:

    – RV consegue ter um controlo brutal nos jogos contra equipas mais pequenas, em que a qualidade do plantel faz claramente a diferença e ele sente-se confortável a defender com poucos, conseguindo montar a equipa para ganhar confortavelmente (principalmente nos últimos jogos) e dar bons espectáculos.

    – Contra equipas de valia superior à do Benfica, RV está a pisar o terreno a que está habituado, baixar linhas, jogar em transição, onde faz dos jogadores actuais o que fazia com os anteriores (Guimarães), aproveitando o espaço deixado nas costas por parte da equipa “mais forte”.

    – Contra equipas de valia equiparada, como Porto, Sporting, Nápoles, vemos um Benfica com grande dificuldade, por um lado não pode ser o mandão a que está habituado nos jogos contra os “pequenos”, por outro não pode assumir uma postura tão passiva como quando joga contra o Bayern (Mero exemplo).

    – O que me faz desgostar de RV? O facto de ele, perante valores equiparados, assumir a postura que tem contra os Bayern’s, isto é, raramente é uma equipa que assume o jogo e quando assume, assume pessimamente.

    Digo pessimamente por um exemplo simples, e pegando apenas neste último jogo, na minha opinião, André Horta entra apenas e só para acrescentar pernas a um meio-campo exausto, não para acrescentar ofensivamente, não vem para acrescentar criatividade, vem para permitir descansar com a bola.

    Aquilo que RV fez para tentar mudar o jogo (Aquilo que o Maldini, numa analogia muito feliz, chamou “comprar a taluda”) foi colocar um Pinheiro, neste caso o Gimenez.

    Colocou-o a dar largura em construção e na área quando em fase de criação.

    O erro foi pensar que houve criação (de qualidade), e aí é que discordo da rapaziada do blog, não houve criação, houve a capacidade de defender com Bola que permitiu a tal subida dos laterais (e do resto da equipa) e depois? Charuto para a área e fé nos cabeçudos.

    Obviamente que isto não é apenas culpa do RV, existem uma série de condicionantes (As lesões, neste caso), mas vamos fazer um rewind: Quando é que o Benfica, contra equipas equiparadas, assumiu um jogo? Com ou sem lesionados? Apenas um, contra o Porto, em quê? 7 ou 8?

    Arrisco dizer que até contra o Braga, em diversos jogos, a opção foi sempre a expectativa em deterimento do assumir do jogo.

    Nada contra, mas é uma pena um conjunto com a capacidade do Benfica (grande plantel mesmo, imensos jogadores de qualidade) não ser capaz de ser uma equipa mais atraente em jogos destes calibres. Gostos pessoais 🙂

    Vitória bastante feliz do Benfica, veremos se, no futuro, RV consegue dar o salto que todos desejamos e perspetivamos para ele para o Benfica.

    Maldini, estes meses têm sido apertados, mas lá para o Natal “chego-me à frente” 😉

    Um abraço,

    • Ahaha obrigado Gonçalo. mas repara q afinal n discordas pq em lado nenhum se falou do SLB a conseguir criar. Isso nc aconteceu. Nem ter criado nem nós termos dito que o fez. Um grande abraço

    • O exemplo do Braga! O ano passado elegi, para consumo próprio, a ida a Braga como o momento pivotal. Foi lá todo cagado e saiu de lá com os três pontos. Eu não gostei da exibição, mas a verdade é que parece ser o momento em que o plantel virou o chip.

  14. ” a presença de Eliseu num espaço que NUNCA pisou nos primeiros sessenta minutos deveria ser caso suficiente para fazer pensar…” Nunca pisou? Pisou, e teve condições para o fazer mais vezes, mas como estava sempre preocupado com a transição defensiva (medo do seu treinador) não se projetou todas as vezes em que havia condições para tal.

    https://gyazo.com/72bfee42320678564c1f315efb5071d7 lance muito parecido ao que vai resultar no canto do golo

    https://gyazo.com/6c45010ce1c38aad6e379ebf143e8528

    Depois da entrada do Horta, e com o aproximar do fim, Eliseu apareceu mais vezes projetado (com as linhas tão baixas do Porto era impossível não aparecer mais projetado) claro, mas não tocou na bola mais de 2 vezes no último terço, e já estou a incluir o lance que dá origem ao canto do golo. Ou seja, com ou sem Horta em campo, a participação de Eliseu foi exactamente a mesma. A única diferença foi que um dos lances terminou num canto não forçado.

    Os minutos iniciais à entrada de Horta (foram poucos é certo), quando o Porto ainda não tinha recuado as linhas, não mostraram mais conforto na circulação de bola por parte do Benfica. À medida que o Porto recuou, aí sim, o Benfica começou a circular mais a bola.

    • Só para ter a certeza que estou a seguir o teu raciocinio. O q imaginas na tua cabeça é que o Horta entra e 2 min depois o Nuno ou os jogadores do FCP por sua própria iniciativa pensaram “pa, ja chega de chocolate. Ja chega de dominio e de controlo. Ja chega de massacrar estes gajos e continuar a deixa.los continuamente a
      À rasca … vamos antes todos lá para trás”

      É isso que imaginas?

      • O Porto baixa porque o Nuno tira o Oliver. Esse foi o momento em que o Porto decide entregar a iniciativa ao Benfica, não foi a entrada do Horta que os obrigou a baixar. Até porque já não é a primeira vez esta época que o Nuno, depois de estar em vantagem, manda recuar. Ou será que há um Horta em todos os adversários do Porto?

  15. Caro Paolo Maldini

    O momento chave que permite o Benfica equilibrar o jogo foi a substituição de Corona por Ruben Neves. Nem os 5 penalties por marcar (situação perfeitamente normal) influenciaram tanto assim.

    Danilo e Ruben Neves são manifestamente incompatíveis no meio campo.

    Esta situação já anteriormente trouxe muitas situações negativas e, pelos vistos, irá continuar a acontecer.

  16. 1. O sr. que escreve estas barbaridades todas com que o Maldini goza escreve num blog sobre futebol;

    2. Não estou a gozar, ele escreve sobre futebol;

    3. Dou consultas. No twitter procurar Doutor Lidamentos. Ajudo com problemas de azia, mau olhado e muito mais.

  17. Sem ler os comentários anteriores, fica a questão… poderá Rui Vitória ter encontrado nos 30 minutos de Horta no Dragão, o antidoto para os jogos com os outros grandes?

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