«Acabar 1-1 é quase um milagre. (…) A Real Sociedad pressionou maravilhosamente desde o primeiro minuto. Não fizemos cinco passes seguidos e eles fizeram um jogo maravilhoso em todos os aspetos.» Luis Enrique
O jogo de ontem, entre a Real Sociedad e o Barcelona foi apaixonante e confesso que desejei a vitória da equipa de Eusebio Sacristán. Não se trata do mesmo desejo que invadiu milhares de pessoas a época passada, enquanto esperavam pela vitória do Leicester. Foi o gosto pela performance apresentada que me fez querer mais. No final, não ganharam, mas a vontade de os voltar a ver jogar permanece.
Iniciativa com e sem bola. Como nos disse Sampaoli, o primeiro passo para parar Messi, é retirar o protagonismo à sua equipa.
Uma equipa a rever, com toda a certeza.
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Apesar de todo o mérito da Real Sociedad, não foi falha do Barcelona também em fazer a pressão semelhante a que foi posta – e que já nos habituou?
Com a menor qualidade da defesa da Real, poderiam ter limitado a construção deles. A que se deve isso? Estratégia ou cansaço?
Tendo também em conta as declarações do Luis Enrique no final do jogo, não acredito que tenho sido estratégia.
“Estratégia ou cansaço?”
Caro Arnaldo
Antes de mais nada é preciso ver que Eusébio pode contar quase sempre com todos os jogadores para os treinos, já Luis Enrique, volta e meia, tem durante várias semanas por época, nem consegue ter jogadores para os treinos porque andam a brincar nas selecções.
Que delícia!
E uma prova de como há que dar tempo aos treinadores. No ano passado qdo chegou, Eusébio começou por trabalhar imenso a saída de bola, ele queria sempre sair limpo, mas as jogadas acabavam imensas vezes em cruzamento (eu vi 1,2 jogos). Agora, com Vela de regresso e Illaremendi em boa forma, nota-se muita mais variedade em organização ofensiva.
Que grande jogo que se assistiu no Anoeta. Raras são as vezes que podemos dizer que o Barça foi totalmente dominado. Que grande jogo da equipa de Eusebio Sacristan. Equipa com um pressão sempre no primeiro terço do terreno, reação à perda da bola, sempre com apoios, deu mesmo gosto ver o Real Sociedad jogar. Não tenho habito ver jogos deles, e fiquei curioso de saber se jogão sempre assim, ou foi só neste jogo que tinha a motivação elevada?
P.S. Se o Yuri conseguisse concretizar o que pensa…
Também não tinha visto, mas pelo passado do treinador e por algumas declarações que já tive oportunidade de ouvir, julgo que será esta a identidade.
Não conheço o Yuri e também fiquei surpreendido.
Gosto muito dessa consciencialização de forças e fraquezas no momento de organização defensiva. Condicionar a iniciativa do adversário não é sinónimo de tapar todos os caminhos (expondo-nos ao erro), mas sim passar a ser a equipa que defende quem escolhe como o adversário ataca. Na situação de fechar Piqué e abrir a linha de passe para Mascherano, está um excelente exemplo de como defender oferecendo iniciativas ao adversário.
Verdade, Luís. Não é só quando temos bola que temos uma palavra a dizer, relativamente aos caminhos que ela percorre.
Muito muito bom!!! 🙂
Jogo extraordinário da Real Sociedad. Arrisco a dizer que o Barça já não era assim subjugado há, pelo menos, uns 8 anos.
Viva Nuno, meu conterrâneo 🙂 Viste os últimos Bayern vs Barcelona de Heynckes? Foi há bem menos de 8 anos, para não falar de uns “4s” que o Barça tem comido de pequenos, a 1º mão da Supertaça da época passada com o Bilbao por exemplo.
Mesmo contra a Real Sociedad em específico creio que o Barça não ganha lá há cerca de 9 encontros.
Muito boa pressão. Mas faz impressão que os laterais do Barça não conseguiam resolver no 1 vs 1 aquela pressão do extremo. Tenho para mim que tanto o Grimaldo como o Nelson conseguiam partir o extremo para dentro na recepção/enquadramento e estava a burra nas couves.
No início do pressing à saída de bola do adversário, defendem a marcação individual dos médios como referências, e posterior adaptação ao contexto que surgir?
E se sim, os laterais também devem p.ex. acompanhar os extremos? Ou simplesmente estarem próximos da linha dos seus médios?
Ou mesmo, no pressing, estabelecer referências zonais para cada jogador?
O que defendem, e porquê?
Grande pergunta! Vou dar a minha opnião: depende muito, cada treinador tem uma forma diferente e cada jogo é um jogo, pois os adversários podem recorrer mais facilmente a bater, a jogar no 10, a procurar Extremos etc. O Guardiola no ano passado (ou foi há 2 anos) andou meses e meses a fazer pressing 1×1 no campo todo.
Eu acho que se deve pressionar a bola e depois as coberturas devem ajustar aos receptores mais próximos.
Por exemplo, 433 a pressionar :
bola no “Central Esquerdo”, sai interior direito, Extremo Direito a dar cobertura ajustando a posição ao “lateral Esquerdo”, Lateral direito a marcar “Extremo Direito” , Interior Esquerdo a dar cobertura por dentro ajustando ao “trinco” ou “interior” mais próximo, Ponta de lança a fechar o campo (impedindo jogar no outro “central”) e trinco a dar cobertura a todos os colegas que estão a pressionar. Sem desenho é complicado mas acho que é uma boa abordagem. Porque qdo fazes pressing, os receptores mais próximos não podem receber cómodos, tem de haver uma referência ao posicionamentos dos receptores senão é demasiado fácil quebrar a pressão.
Agora dito isto, pode ser interessante deixar uma linha de passe aberta, por exemplo para o “trinco” e aparecer a pressiona-lo pelas costas dele, caso ele esteja mal orientado (completamente virado para quem lhe passou a bola sem ver o que se passa no resto do campo)…
Depende muito…
So nao percebi porque nao eh o avancado a pressionar primeiro. disseste e bem que ele deve fechar o lado, mas se ele fechar a linha de passe entre centrais e pressionar o central com bola… liberta logo o teu interior que tinha saido para dar cobertura e abafar esse espaco .
Ai, tendo em conta o resto que disseste, ou batem… ou jogam com o GR o que da tempo de ajustar… ou sao magicos.
E ha muita magia por ai
Ui preciso de um desenho! Já para explicar o meu, meti entre “” os de uma equipa e mesmo assim :).
Eu agora não sei porque disse o de ir o interior em vez do ponta, mas acho que estava a basear-me no facto de querer deixar sair pelo central esquerdo. Se repararem muitas vezes é o mais fácil de pressionar por estar a jogar no perfil contrário à sua perna forte e logo a progressão dele pela perna direita está sempre mais exposta à pressão..
Tu estás a sugerir o ponta apertar pelo lado do possível passe para o outro central e sim é uma boa solução se ele estiver numa posição central no primeiro passe do adversário.
Depende de muita coisa. Acredito que base terá de ser zonal mas podem mudar algumas coisas ao nível da estratégia. Dependerá daquilo que caracteriza o adversário.
É importante ter em conta que nestas situações, a bola está muito longe da baliza, o guarda redes faz parte do processo e são raríssimas as vezes que o portador arrisca ir no 1×1. Ou seja…a dificuldade para criar superioridades é maior e a cobertura defensiva não terá o mesmo valor.
Imaginemos que quando a bola sai no Mascherano e o avançado pressiona, o médio centro Zurutuza deslocava-se para garantir cobertura. Busquets iria ficar livre…o caminho para a baliza estaria melhor protegido…mas os canais para lá chegar não. 1 segundo aqui faz a diferença..tens 50 m nas costas da tua defesa.
A cobertura defensiva serve também para proteger as costas de quem está na contenção. No caso de ele ser ultrapassado, existirá alguém pronto a realizar oposição. Ora se não existe a possibilidade de ele ser ultrapassado no 1×1, ela perde valor.
Neste tipo de situações, os elementos da linha defensiva não oferecem qualquer tipo de mobilidade e isso também é algo a ter em conta.
Este último comentário explica tudo, parabéns!
Bruno,
Na situação de transição ofensiva que começa ao minuto 78:28, em que há uma situação 3×2, gostava de ouvir a tua opinião, relativamente à parte final do lance, mais propriamente ao momento antes do passe, ou seja:
1- Achas que o avançado que conduz fez tudo bem, por ninguém lhe sair na contenção continuou até o piquet decidir parar e obrigá-lo a decidir?
2- Ou achas que ele podia ter obrigado o Piquet a decidir, isto é, em vez de conduzir como fez, conduzir em direção às costas do piquet, na direção do mascherano, para ou lhe trocar os apoios e ter um passe mais facil e com mais tempo para o prieto executar, ou fixar o mascherano e pôr nas costas dele em condições mais favoráveis?
É que achei muito boa a temporização do jogador que conduziu à espera do apoio que apareceu pela esquerda, e sinceramente acho que não fez nada de mal… Mas acho que podia ter tido uma condução mais agressiva obrigando os centrais a decidir qual deve sair ao portador ou o que fazer,dado o espaço que procurava caso fizesse o que sugiro em 2.
Obrigado
Jorge, o 3×2 só acontece porque ele conduz para o corredor central e vai adiando a decisão. Temporizou bem e acelerou na altura correta.
Podia ter fixado melhor o Piqué mas foi bom. Foi aos 78m e depois de correr imenso com a bola.
Obrigado.