Esqueça o anti jogo, as faltas constantes e a natural muita eficácia de uma equipa contrapondo com outra. Para um pequeno vencer um grande, provavelmente em oitenta e cinco por cento dos casos tal acontece. Seja vencer o SL Benfica, como o Sporting ou o FC Porto. Não é bonito. Não é isso que se afirma e muito menos defende por aqui.
Mas também não é aqui que irá encontrar comentários a isso.
Centremo-nos no que importa. Mesmo com tudo o que ficou para trás, o Marítimo precisaria de uma organização e de uma estratégia substancialmente diferente da que apresentou na Luz há tão pouco tempo. E Daniel Ramos foi capaz de a elaborar.
Afirmou na antevisão que não poderia sofrer mais de um golo. E todo o jogo do Marítimo se centrou no seu processo defensivo. O anormal terá sido o almejar dois golos quando não quis ser uma equipa que pensasse no jogo do ponto de vista com golo. A estratégia sem bola foi muito bem definida e deu frutos!
Partiu de um 5x4x1, libertando sempre defesa central direito e defesa central esquerdo para saírem com enorme agressividade a quem do Benfica tentava receber entre linhas. Linhas, que nunca estiveram demasiado afastadas, excepto em casos muito pontuais.
Cervi, Salvio, Guedes e Mitroglou passaram o jogo a tentar receber bolas dentro do bloco adversário. Porém, a agressividade do central que saía não permitia enquadramento, obrigando Benfica a voltar a tocar a trás, para além de que quando tal sucedia, a última linha mantinha quatro elementos, e estava como tal preparada para resolver um potencial lance em que quem recebe toca de primeira noutro colega dentro da estrutura adversária.
Empurrava o Benfica para os corredores laterais, onde com a aproximação do médio centro mais o central do lado da bola, não só garantia superioridade numérica como não desorganizava a última linha para um possível cruzamento, uma vez que mantinha na área sempre os outros dois centrais e o lateral do lado oposto.
E a inferioridade nos corredores laterais
Ainda o Maritimo a defender. E a desconcentração no golo. Nas poucas vezes em que não colocou superioridade numérica no corredor lateral.
E de que forma poderia o Benfica ter causado, na sua organização ofensiva mais dificuldades ao Marítimo?
Não tendo na construção jogadores como Enzo ou Renato que no drible ultrapassam primeira linha e entram já enquadrados e em posse dentro da estrutura adversária, havia que circular até colocar de frente para o espaço entre médios centro e médios ala do Marítimo alguém com boa capacidade de progressão. Se nesse espaço quem recebia nunca conseguia enquadrar, havia que invadir esse espaço em condução. Obrigar o central a sair. Mas nesse caso, o portador já estaria de frente para a baliza adversária e já conseguiria ligar com qualidade com colegas mais adiantados.
Um exemplo de como poderia o Benfica ter explorado mais vezes o espaço que era vigiado e estava preparado para possíveis passes, mas não para alguém que aparecesse já enquadrado.
Não dou grandes creditos a este maritimo. Defender com muitos e de forma agressiva nao é caminho que me agrada. É natural que haja superioridade qd se defende com 11/10 no seu 1º terço.
Ainda assim o Benfica criou oportunidades suficientes para ganhar e não criou ainda mais pelo que o Blessing referiu noutro lado e pela desorientação e consequente jogo de xutão após ter sofrido o 2-1
naturalmente q abdicar de atacar um jogo todo e fazer 2 golos a um grande é algo altamente invulgar. Saiu euromilhoes, isso n está em causa! Mas defensivamente o jogo foi preparado…
Sim claro. Nao ponho em causa a preparaçao do maritimo para este jogo mas tbm nao lhes atribuo mérito no resultado, pq esse aí deveu-se à incapacidade do Benfica para criar mais e à “fortuna” uma vez que em “dias normais” o que criaram era suficiente para ganhar
Tendo em conta a quantidade de oportunidades claras de golo que o SLB teve não sei se a táctica defensiva do Marítimo funcionou assim tanto.
Daniel Ramos é dos melhores treinadores em Portugal a preparar a equipa em função do adversário. Algumas vezes demasiado.
Chega à 1a liga tarde mas com ascensão conquistado e sustentada no seu trabalho
“Não tendo na construção jogadores como Enzo ou Renato que no drible ultrapassam primeira linha e entram já enquadrados e em posse dentro da estrutura adversária …”
Pormenor à Maldini, ideia importantíssima ainda que sirva um assunto menor: Pizzi, e o porquê de só se ter afirmado como titular em 2013/14.
Excelente análise, como de costume.
Não me parece que o Marítimo tenha sido assim tão competente a defender, mesmo com o seu bloco defensivo praticamente dentro da baliza o SLB criou oportunidades suficientes para ganhar o jogo.
O jogo correu bem ao Marítimo , marcou um golo logo nos primeiros minutos depois de um azar do Luisão que escorrega, a única vez q o benfica teve alguma fortuna neste jogo foi no golo do empate , e depois mesmo o segundo golo aparece num momento que o SLB estava muito mais perto de fazer o segundo golo, parecia uma questão de minuto ou menos minuto…
Mas assim é a vida , penso que o SLB tem muito mais culpas nesta derrota do que o Marítimo pela vitória.
Concordo com o artigo sendo o artigo sobre a primeira parte. Na segunda parte, se excluirmos as intervenções do Gottardi, Rafa, Jiménez e Sálvio dispuseram de ocasiões para dar outro rumo ao resultado, e só no caso do mexicano depois do golo da vitória.
Quanto ao anti-jogo e ao engonhanço, a única diferença para outros jogos do Benfica foi mesmo que desta vez deu frutos. Ou já nos esquecemos de como Mitroglou com uns golitos curava lesões de guarda-redes adversários? E poderá algum dos treinadores nos 3/4 “grandes” queixar-se genuinamente disso? Não recorreram, quando andavam no Belenenses, no Felgueiras, no Rio Aves, no Paços, no Bitória, etc, ao mesmo expediente aqui e ali?
Não devemos sequer discutir a sorte que o Maritimo teve em não sofrer mais que um nem em marcar 2 golos…
Quanto ao não ter sofrido, teve sorte é verdade, teve mas teve porquê porque houve sempre pressão sofre o adversário, fazia o jogador adversário sentir “os calos pisados”, apenas Jimenez e Sálvio tiveram reais oportunidades de golo, mas na de Sálvio o Guarda redes fez uma enorme defesa (afinal de contas é para isso que ele lá está) e na de Jimenez o remate saiu ao lado, de resto o Benfica nunca teve muito espaço nem tempo para decidir o como nem o quando chutar a bola para a baliza….muitos dos remates foram muito atoa, ou seja, o Maritimo fez por merecer o empate, que acabou em vitória porque o Benfica deixou-se comer num lance dos mais básicos que pode haver, num canto com um jogador em cima do guarda redes a fazer o bloqueio, neste lance o do 2º golo, o Ederson deveria ter sido mais inteligente, ou atirava-se para o chão e simulava a falta ou literalmente cagava para o jogador (que ficaria em fora de jogo) e fazia-se ao cruzamento, mas não…Ederson mostrou-se impaciente…empurrou o jogador do Maritimo para a “molhada de pernas” e ficou de imediato fora da jogada pois aquela fração de segundos era crucial para ele não perder a posição