Controlar sem bola. Antonio Conte lidera a Premier League.

Não ter bola implicará sempre que nunca se controle o resultado. A qualquer instante, numa fatalidade, numa bola parada, num erro, o aparente controlo cairá e o golo adversário poderá surgir.

Há, porém, quem consiga controlar o jogo sem bola. E comportar-se de tal forma coordenada e com princípios tão importantes como coberturas, equilíbrios e concentração no centro de jogo, que parece que por mais que se tente, não cederá.

Antonio Conte, um dos melhores treinadores da actualidade, parte do controlo defensivo e do jogo sem bola para posteriormente procurar ofensivamente o “lucro”. Tem a invulgar soma de apenas dois golos sofridos nas últimas oito partidas na Premier. Sensivelmente a partir do momento em que “acentou” ideias.

No momento específico de organização defensiva é uma das melhores equipas europeias.

No “Das Reboot – Como a Alemanha se reinventou e conquistou o mundo” é referida uma tendência do futebol mundial. Uma percentagem demasiado grande de golos nas melhores ligas europeias, surgem entre 5 a 7 segundos após a perda da bola no último terço.

O jogo é hoje totalmente diferente do que encontrávamos há uma década atrás. Perceber os momentos e ter comportamentos e estratégias bem definidos para cada um de cada momento do jogo, será o passo um para o sucesso em qualquer equipa.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

12 Comentários

  1. Boa noite Maldini,

    Com esta ideia de jogo, não sofres muito quando recebes a paga na mesma moeda?

    Isto é, quando apanhares um atlético de Madrid, por exemplo, que também tenta controlar o jogo sem bola, não vais ter grandes dificuldades? Quase que dá a ideia de que vais ter a bola parada no meio campo e 11 jogadores de cada equipa a evitar tocar na mesma lol

    Gosto muito do Conte, mas isto parece-me um bocado limitado para tanta qualidade individual.

    Também pode ser pelo facto de só agora a equipa estar a interiorizar as ideias dele…

    Um abraço,

    • n esqueças q n jogou contra uma equipa qq … City de Guardiola… jogas (ou n jogas) sp tb em função do q o outro te permite…

  2. Grande Chelsea.

    3-4-3/5-4-1. Genuinamente Conte. A fazer muito e bem em diversos momentos. Posse, organização, resistência, transição. Percepção coletiva do que o jogo ia pedindo. Perspicácia tática.
    Depois, aquele Touro! Diego Costa! Leva tudo à frente. O baixar no peito aquele passe longo de Fàbregas, em plena área “em cima” de Otamendi. Grande! Sedução arrogante.. A seguir, a explosão musculada do veneno puro em contra-ataque. Soberbamente letal!

  3. Como se trabalha a ideia de que o “corredor central é o mais importante” como tanto vimos(corretamente, a meu ver) aqui no blog diante de um adversário como esse? Exceção à “regra” e ai buscar variações de flanco constantes ou continuar a buscar gente livre no caminho do corredor central?

  4. No inicio da época me parece que ele teve muito receio de lançar o seu esquema de 3 centrais, as coisas mudaram apartir do momento que se libertou do medo de fazer as suas ideias vingarem num campeonato diferente como é a Premier League e não o contrário com andava a acontecer no início de época, e não jogar a meio da semana como ele mesmo já referiu ajuda muito.

    PS: impressionante como em poucos meses conseguiu libertar o Chelsea da depressão do ano passado…

  5. “Não ter bola implicará sempre que nunca se controle o resultado. A qualquer instante, numa fatalidade, numa bola parada, num erro, o aparente controlo cairá e o golo adversário poderá surgir.

    Há, porém, quem consiga controlar o jogo sem bola. E comportar-se de tal forma coordenada e com princípios tão importantes como coberturas, equilíbrios e concentração no centro de jogo, que parece que por mais que se tente, não cederá.”

    Essa 2º frase destrói completamente a primeira.

    Uma posse de bola oca jamais incomodará uma equipa que defenda bem, e essa equipa que defenda bem, nessa situação de jogo, tem mais probabilidade de cometer erros ou ter uma fatalidade, quando tem bola (e a perde) do que quando não a tem. Bolas paradas? São uma situação de jogo maioritariamente mais trabalhada e eficaz por parte de quem tem pouca bola.

    No City – Chelsea, mais do que controlar sem bola, foi saber rentabilizar quando a tiveram.

    • controlar resultado diferente de controlar golo. Pelo que se diz. Podes estar a ter aquele controlo todo que o Chelsea mostrou neste video. Mas alguem faz falta, bola lá para cima, golo. Isso significa que n estavas a controlar o jogo?

      • Tem que se ver a coisa sempre pelo global e pelos acontecimentos importantes, acho eu. Se uma equipa fez falta, houve um desequilíbrio (individual /ou tático, que não controlou), se sofre golo a partir desse livre, à partida também houve falha de marcação ou na ocupação de espaços no seu terreno defensivo (2ºs bolas) ou o que for.

        O que quero dizer é que se uma equipa faz 14 faltas perto da sua área e sofre 7 golos a partir desses livres, não creio que se possa dizer que controlou o jogo ou defendeu bem, independentemente de tudo o resto.

  6. Chelsea está a fazer um grande campeonato, no entanto este jogo facilmente podia ter outro desfecho.
    Fechar portas e aproveitar espaços e transições é uma qualidade, mas não resulta contra todos os adversários.
    Por exemplo no jogo contra o Middlesborough (equipa super defensiva) marcaram o único de golo de bola parada (têm os seus méritos), mas fizeram apenas 3 remates no alvo e um foi ao poste.
    Contra o Southampton marcaram aos 6 minutos, o que muda completamente o plano de jogo da equipa adversária.
    A eficácia é altíssima mas tudo têm corrido bem. Não há lesões e beneficiam de não ter competições europeias. Como seria se o Hazard se lesionasse ou o Alonso (não têm outro lateral esquerdino no plantel)?
    Tudo têm corrido bem. Contra o Tottenham e contra o City recuperaram nas segundas partes. Crédito pelo trabalho e paixão do treinador ao intervalo, mas tudo têm corrido super bem.

  7. “No momento específico de organização defensiva é uma das melhores equipas europeias.”

    Concordo contigo e no entanto poderia estar a perder por 5 a 0 aos 57m do jogo…

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