“Na liga italiana se estás a ganhar 1-0, 2-0, podes gerir a situação. Aqui?! É impossível.” Antonio Conte
Ainda que longe de um “jogar” apaixonante e totalmente controlador, Antonio Conte vai proporcionando aos adeptos londrinos um espectáculo bem agradável.
Em resposta às exigências, muito particulares, da Premier League, o treinador italiano modelou uma ideia bastante moderna.
Para além dessa repetida necessidade, a ideia de jogo deste Chelsea revela muito daquilo que é o futebol atual.
Olhamos para o momento ofensivo da equipa inglesa e podemos observar o quão bem está preparado.
Saída a 3 na fase de construção, linhas de passe que permitem progressão e diversidade e dinâmicas que facilitam a ligação com quem está de frente. Há espaço para que os centrais progridam e não há medo de lhes atribuir um papel fulcral. O Chelsea entra numa segunda fase ofensiva, de forma simples.
Amplitude máxima ao longo de todo o momento ofensivo: laterais abertos e disponíveis para receber em largura mas não só.
O fim dos extremos ditou novas regras para os criativos. Com Conte, são, no máximo, interiores ofensivos. Jogadores como Hazard, William e Pedro, vivem agora no corredor central, onde revelam, para além da boa mobilidade, uma capacidade incrível para criar situações de finalização.
E se ter muita gente dentro, ao mesmo tempo que se garante amplitude máxima em zonas tão altas, parece indicar um balanço ofensivo desmedido, a verdade é que isso não se verifica. O Chelsea, ainda consegue libertar um dos centrais para missões ofensivas, alinhando-o numa espécie de missão de cobertura a 3, que permite que a equipa esteja sempre equilibrada. Por norma, é Azpilicueta que se junta a Kanté e Matic.
Por dentro ou por fora, estão criadas condições para a equipa chegar à baliza adversária.
Em organização defensiva, a equipa consegue variar a altura a que se posiciona, ainda que se tenha revelado mais confortável em zonas recuadas.
São frequentes, as vezes em que o Chelsea se coloca num 5x4x1 em bloco baixo.
Retiram as hipóteses do adversário explorar a profundidade e depois controlam a largura de forma competente. Nestes momentos, é possível que a bola possa rodar pela cobertura ofensiva, uma vez que Diego Costa não consegue estar sempre presente.
Quando a bola entra nas costas dos médios, um dos centrais impede que o adversário enquadre.
Talvez pelo facto de a maioria das equipas terem dificuldades em construir e criar com qualidade, Conte, tem optado por esta postura mais expectante.
A articulação destas ideias dá sentido ao modelo, tornando-o bastante coerente. Para além disso, estão aqui presentes muitas dinâmicas que espelham a evolução do jogo.
Veremos como continuará a caminhar este Chelsea.
Sobre esta saída de bola no processo ofensivo, o NES também fazia uma coisa semelhante com os laterais a dar largura e os extremos por dentro.
No entanto, acho que a equipa ganhou muito com a entrada do Brahimi que dá mais largura, passando o Porto a estar com mais amplitude e não esperando pelos laterais para isso.
Não sei se concordas que fazê-lo com os laterais é muito mais profícuo nesta táctica de 3-4-3 onde estão logo projectados desde o 1º momento e que numa defesa a 4 é mais útil fazê-lo mais regularmente com os extremos.
Não acho que o facto de se jogar com uma defesa a 4 signifique que os laterais não possam ser igualmente projetados.
Com um avançado capaz de pressionar dois centrais quase sozinho, com criativos q são muito mais q dois alas, com dois médios de cobertura do melhor que há, um lat esquerdo capaz de fazer a ala toda, um Moses adaptado cheio de moral, dois centrais a proteger o mais fraco q fica so nas dobras e a quem se pede q seja o primeiro a construir, um desequilíbrio provocado a direita quer com azipiicueta ou ivanovic, parece q o plante foi feito a medida para esta ideia de conte 😉