Pai ou mãe. Apesar de um e outro estarem atentos a coisas diferentes, a ideia será a mesma.
Qualquer aspirante a treinador, é imediatamente alertado para a presença dos pais e a influência que estes têm no desenrolar do processo e na evolução das crianças. Tanto que, muitas das opções tomadas no treino de crianças e jovens é influenciado pela presença deles.
O posicionamento do treinador, o “volume” do feedback, o sitio que se escolhe para alongar no final do treino, tudo influenciado por eles. Muitas vezes pode “dar jeito” passar um recado para os pais, e alongar perto deles e falar um pouco mais alto torna possível a mensagem chegar onde se deseja.
Os problemas surgem por várias razões. Desconhecimento do que é o treino e o processo de ensino/aprendizagem e dos métodos utilizados, desconhecimento do que é ou deve ser o futebol de crianças e jovens, mas principalmente, por ser quase humanamente impossível reconhecer que “o meu filho apesar de ser perfeito, e ser o melhor do mundo para mim… não é nem tem de ser o melhor do mundo no futebol”.
Muitos pais relacionam (inconscientemente) o sucesso desportivo das crianças com “serem bons pais”. Não conseguem perceber que o sucesso desportivo pode ser momentâneo, e que pode ter a ver com mil e um factores. Desde a maneira como o adversário joga (e o valor dele), até as ideias do treinador, passando também pelo estado maturacional da criança. Bastará que seja mais rápido e coordenado que os outros, para ter um enorme sucesso naquele momento, coisa que muito rapidamente se desvanece quando os outros atingirem o mesmo estado maturacional.
Hoje demos de caras com um tweet super interessante.
“Having a child who is coachable, resilient, respectful, has perseverance, tries hard and shows humility is a reflection of your parenting” (@kbgiles )
Acrescentariamos “não o seu sucesso desportivo”.
Ser talentoso tem a ver com algo que não é nada fácil de explicar. Porque há muitos talentos, que se manifestam de maneiras diferentes que dão esta e aquela vantagem no jogo. Mas ser respeitador, ouvir o treinador e estar atento, tentar sempre mais uma em busca de conseguir ultrapassar os desafios, ter controlo emocional, saber partilhar, ter autonomia suficiente para tratar do seu equipamento e tomar banho sozinho, tudo isto são coisas que, como @kbgiles dizia, são um reflexo daquilo que se passa “em casa”.
Bom artigo sr. Bergkamp… mas é só mais um assunto que ninguém quer saber (não entenda isto como uma crítica a si mas à sociedade).
O treinador de futebol, como qualquer instrutor pra crianças, deve ser visto como pedagogo pelos pais, clube e por si próprio. Formação é a chave.
E quantas vezes “antigamente” os pais não influenciavam os próprios treinadores. Longe vão esses tempos espero 😛
Gostaria de receber email tratando do assunto relacionado a pais de Jogado de base.
lateralesquerdo.com@gmail.com