Benfica seguro e formoso no Castelo. Dignos de Arrigo Sachi.

Já por cá foi abordada a maturidade táctica do SL Benfica.

Maturidade que se percebe em todos os momentos, mas que aumenta bastante com a entrada de Jonas, que pelo seu perfil de decisões percebe bastante melhor o momento em que as saídas rápidas ou contra ataques se devem transformar em ataque posicional. A respirar melhor e a crescer em qualidade na gestão com bola, o Benfica.

No castelo, mesmo antes da vantagem chegar, mesmo no momento em que a vantagem era mínima e num estádio e perante uma equipa “sôfrega”, incrível paciência da equipa encarnada. Muitos dos seus jogadores a terem a capacidade de tantas vezes ficarem a trocar por trocar, adormecendo, fazendo o Vitória cair no engodo. Cansando o adversário enquanto esperava o momento. Sem nunca o forçar. A saber esperar pelo desposicionamento adversário, ao invés de o tentar “obrigar” a chegar. A retirar ao máximo as transições defensivas. E quando estas surgiam, “dignos de Arrigo Sachi” nos movimentos defensivos. Mantém o registo de ter vencido todos os jogos das competições nacionais em que entrou a vencer.

Movimento de Luisão. Manter a diagonal (cobertura) até que o vimaranense que faz a ruptura ultrapasse contenção. Ai, sobe e coloca em fora de jogo o avançado, ganhando o Benfica superioridade numérica no lance pela saída de cena, pelas regras do jogo do jogador do Vitória.

Paciência nem sempre habitual na sua organização ofensiva. Jonas trouxe decisões e menos correria.

 

 

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

9 Comentários

  1. Luisão é neste momento uma incógnita, para mim. Talvez o melhor conhecedor da equipa no que toca a saber defender. Sabe como ninguém definir o momento para sair e colocar o adversário fora do lance, como explanado no vídeo. A equipa deixou de sofrer golos de bola parada quando regressou, e a sua colocação nos cruzamentos de bola corrida é muito boa. Ganha uma % muito elevada de lances aéreos, principalmente na área (fora dela, quando não ganha faz falta). Mas tem dificuldades a participar na construção ofensiva, ou a defender perante adversários mais móveis e com bolas colocadas nas costas. Ontem fez 2 cortes para onde estava virado, que podiam ter saído caros, mas fez vários cortes providenciais e a sua experiência faz-se notar.

    Jonas e Pizzi são 2 indiscutíveis numa equipa que quer ser campeã. Jogo pensado, capacidade de execução e de ligação de setores, e “casam” muito bem um com o outro, combinam de olhos fechados. Ontem RV apostou numa equipa experiente, capaz de maior controlo do jogo e menos vertigem, o que explica o porquê de Guedes e Rafa terem permanecido no banco. Mas creio que na maior parte dos jogos da Liga, Rafa irá ser titular, e o futebol do Benfica a nível ofensivo será muito difícil de contrariar, pelo menos pelas equipas não-grandes. Resta saber dos 2 médios-ala, quem sairá.

  2. Os exemplos escolhidos suportam a mensagem, mas não espelham totalmente o que foi o jogo. O VSC tem 4 ou 5 lances de contra-ataque em que o Benfica está completamente em desequilíbrio. Faltou classe e acerto no último passe apenas. Não creio, portanto, que essa excelência táctica se tenha vincado tanto assim. À parte disso, louvar a qualidade do que aqui se escreve e analisa, e agradecer também o que se ensina.

  3. Estou um bocado com o Filipe na questão Luisão. Os momentos em que o Luisão faz o acertado colidem com os momentos em que Luisão acaba, pelas regras do jogo, a deixar adversários dentro da jogada. Verificou-se em dois ou três momentos deste jogo e é tipo “recurring event” no que ao Girafa diz respeito.

  4. O Luisão fez um excelente jogo e com o conhecimento que apresenta, se tivesse as qualidades que pedem em cima – quantos centrais têm no mundo inteiro? – estaríamos a falar do Hummels ou assim.

    E quantos Hummels existem?

    Não percebo o constante individualizar das análises, o tema do texto não é esse e também não é o comportamento e o modelo de jogo do Benfica.

    Em quatro meses, segundo alguns comentadores, o homem já foi dispensado, vendido, suplente crónico, treinador-adjunto e inapto para jogar numa linha defensiva altíssima e com muito espaço nas costas.

    Acontece que a realidade dos factos desmente quase tudo o que foi dito. Parabéns, Luisão.

  5. E quando rui vitória decidir/puder juntar Nelsinho, lindelof, grimaldo, pizzi, zivkovic, rafa e Jonas? Quem para este Benfica?

  6. Tal como o Maradona tenho de discordar, o Benfica expôs—se demasiadas vezes à transição do Vitória e muitas vezes logo na sua saída para o ataque, Soares teve duas três situações que se fosse melhor jogador (tecnicamente/ inteligência táctica) criava situações claras de golo para a sua equipa.
    O Benfica faz um golo sem criar nada, num erro posicional do miúdo do Vitória (pareceu—me interessante este miudo) e depois de facto geriu bem. Mas muito longe de brilhante… ah e claro que com Jonas é muito mais fácil.

  7. “Dignos de Arrigo Sachi”…no Castelo! Continua-se lá por cima, nas nuvens.
    Exemplo do Luisão: aí se a decisão vimaranense fosse uma fracção mais cedo…

    “…em que entrou a vencer.” É isto um dos grandes “segredos”. Mas e nos jogos a doer, começando a perder? Algumas amostras: Porto, Nápoles (x2). Quando tiverem que assumir a sério, fora da toca, vir para cima, para virar, a “abrir”, elaborar mais, defender mais alto, com menos e em campo grande, em espaços maiores. Saberão equilibrar? Têm processo treinado para isso? Mecânica? Dinâmica? Hummm…..muitas dúvidas.

    • Amesquinhar o “em que entrou a vencer” pode levar a que alguém diga que outros com processos treinados, nem que comecem com 3 de avanço. Só que isso seria fugir à temática do blog…

      • Seria sim. E é apenas uma dúvida que não tem que acontecer para provar ser maior. Os outros? Propostas diferentes com outros muito menos consolidadas.

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