Porque mesmo os golos de grande recorte individual trazem decisões por trás. André Silva.

André Silva

Foram os muitos golos que somou num curto espaço de tempo que lhe trouxeram a notoriedade, e permitiram que o FC Porto decidisse apostar sem reservas em André Silva.

Contudo, desde o primeiro momento, o que realmente mais impressionou no jovem avançado foi a capacidade de entendimento que tem do jogo. A forma como se movimenta é invulgar de tão boa para quem é tão jovem. Seja em ruptura ou em apoio, sempre com simulações a anteceder o movimento que realmente faz, capazes de enganar toda a oposição.

Apesar do registo bem interessante, não parece por ora um jogador com especial apetência para o momento específico de finalização. Os números reflectem bem mais a qualidade com que aparece do que a com que finaliza. Por vezes ainda executa a uma velocidade menor do que a que poderá fazer a diferença.

Todavia, a interpretação que faz do jogo nos momentos ofensivos, contribui de sobremaneira para aproximar o FC Porto do golo. Na Amoreira, o seu movimento de ruptura terminaria no lance da grande penalidade que abriria o activo, mas é a participação no segundo golo que faz mostrar o quão diferente André Silva é da banalidade. A forma como observa e entende cada contexto, decidindo em função da situação e não de uma predeterminação qualquer. Todos os que jogam com manual predefinido de conceitos teriam tocado a bola no central. André fez diferente. Porque entende e contribui para o jogo com imensa qualidade. Observando o espaço, desequilibra. Onde outros colocariam para 10×9 (por expulsão de adversário), André que controlou espaço, roda pelo lado livre e coloca lance em 3×3 com praticamente meio campo para jogar, e com o desequilibrador Corona em 1×1.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

2 Comentários

  1. Creio que não é tanto a capacidade/habilidade que falta no momento da finalização, falta-lhe aumentar a velocidade no momento do remate. Contudo, o que contribui a até a forma como influencia o jogo da equipa fazem dele um jogador acima da média. Na posição e com a idade que tem não há muitos. Jogando mais acompanhado na frente poderá aumentar os seus números, pois acredito que os metros que ganha consecutivamente sozinho também prejudicam a parte final dos lances, em que aquela pontinha de velocidade faz a diferença. Belo exemplo o vídeo do segundo golo.

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