Mitroglou resolve na pedreira.

O futebol do grego foi tema num jantar recente com imensas personalidades ligadas ao jogo.

Escutei com muita atenção por ser alguém que já defrontou Mitroglou por mais de um par de vezes a opinião aparentemente demasiado elogiosa de um membro de uma equipa técnica da primeira Liga.

Na partida de Braga, Mitroglou foi tudo o que terá afirmado. Na presente época esteve demasiados jogos alheado. Porém, quem sabe se pela confiança dos golos recentes, o grego volta a dar rendimento.

Rendimento porque volta a ligar a equipa. Volta a tornar-se participativo. Ofensivamente a mostrar-se para receber. A enquadrar decisões com o jogo, não tocando sempre de primeira sem analisar ou não rodando quando não se impõe. Defensivamente, também mais ligado ao jogo.

O golo num lance altamente invulgar daquele que é o seu repertório habitual como que a demonstrar que não pode ser menosprezado, como terá sido na forma como os defesas abordaram lance já dentro da grande área sem a devida prudência. Porque apesar de limitações técnicas não decide sempre igual. Quando está bem traz variabilidade. Em cima de golos.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

13 Comentários

  1. Ng estava à espera, principalmente dele, uma coisa daquelas…..! Mas em relação a decisão, não foi muito feliz. Teve dois lances dentro da área que inventou e perdeu se….! Mas tem uma coisa, o golo!!!!

    Que achas te do jogo??? O Pizzi está a perder aquela confiança? Ou a precisar de descanso? Achei o um pouco lento….coisa que não era normal nele!!!

    • “Ng estava à espera, principalmente dele, uma coisa daquelas…..!”

      Caro Ricnog

      Não foi dele, foi do Garrincha ou do Cruyff, estava claramente possuído naquele lance.

  2. Pois para mim o Pizzi foi o melhor em campo.

    E o Rafa também fez um bom jogo. A quantidade de vezes que o Benfica conseguiu entrar na área do adversário com a bola controlada foi significativa: várias combinações por dentro, por fora, sem chutões ou parvoíces à toa, acelerando, travando. Excepto numa fase em que o jogo partiu (o Vitória disse a seguir que partir o jogo nunca lhe agradava). Pena algumas más decisões-execuções que não permitiram finalizar mais vezes.

    O Mitro participou mais no jogo mas julgo que a diferença está no trabalho. Participou mais porque trabalhou para isso. Tem qualidade para o fazer. Ou na motivação, quem sabe. Ou até no perfil de quem o acompanha em campo. Mesmo assim acho que ele trabalha pouco, o que me irrita.

    Quanto ao Braga, eu sei que por causa da tv está tudo em modo repetidor, parece que à segunda feira surgem milhares de clones do Freitas Lobo.

    Acontece que o Braga não troca três passes sem mandar um charuto e que só chegam à frente em bolas paradas e em (poucas) transições.

    Têm muitas dificuldades em criar alguma coisa que se veja de forma organizada. Salva-se o trabalho enorme que colocam em campo e a boa organização defensiva. Também não é fácil fazer-lhes golos.

    • «E o Rafa também fez um bom jogo. A quantidade de vezes que o Benfica conseguiu entrar na área do adversário com a bola controlada foi significativa: várias combinações por dentro, por fora, sem chutões ou parvoíces à toa, acelerando, travando.»

      «Acontece que o Braga não troca três passes sem mandar um charuto e que só chegam à frente em bolas paradas e em (poucas) transições.»

      Não compreendo como “entendidos” da bola com um microfone à frente podem dizer que Rafa terá feito um dos três piores jogos pelo Benfica. Ou que acham que Pizzi andou desaparecido da partida. Ou então explica-se pelo entusiamo de cada vez que o Braga passava o meio campo, por oposição à tristeza quando o Benfica entrava na área do Braga…

      • Sejamos francos, ontém apenas dois jogadores tiveram uma exibição claramente positiva e esses dois foram o Luisão e o Semedo. Não menciono o JC porque fez o que lhe competia e a mais que isso não foi obrigado. O Rafa pode ter pegado na bola e avançado com ela, mas em termos práticos fez muito pouco. E o Pizzi teve efectivamente um dos seus piores jogos de águia ao peito. Fartou-se de perder duelos, falhou passes, pareceu sempre cansado e sem soluções e não deu o que já mostrou esta época. Não é um corte que resultou em golo que vai mudar isso. Mas eu não culpo os jogadores pelos jogos horríveis que temos feito nas últimas 2 semanas.

        • Pizzi esteve a lançar ataques desde o início do jogo, não é o não aparecer junto à área adversária que vai mudar isso, mas parece que se não fizer um hat-trick por partida não está lá.

          Rafa tem problemas crónicos de finalização, sim, mas muito útil a ligar o meio com a frente e a combinar com os colegas. O Benfica não remata muito, é certo, mas se excluirmos os charutos sem nexo do Braga se calhar até rematou mais que o adversário.

          Para não escolher um suplente, achei que Zivkovic foi o elemento mais apagado do SLB. Contribuiu defensivamente, mas na frente até Sálvio foi mais útil. Mesmo usando o critério de uma batata…

    • nao estou a dizer que o pizzi so fez porcaria….! acho que ele esteve um pouco abaixo do que costuma ser…mas isso, foi sensação! Ja vi um pizzi muito mais reactivo, mais agressivo!!!

  3. O quanto me ri com este golo, não estava nada há espera.
    Mas já agora, dada a ausência de Jonas e o fraco rendimento de Rafa na posição, não seria mais benéfico utilizar o jogador que para mim mais se assemelha com Jonas no plantel, Pizzi é que dessa forma poderia contribuir melhor no processo criativo da equipa. Digo isto mais para os jogos complicados, sendo que para 8 jogaria Filipe Augusto que até tem entrado bem nos jogos ou Samaris.

  4. O Mitroglou, quando confiante, demonstra que tem bons pés. Eu creio que ele não faz lances do género mais vezes porque simplesmente não é o seu estilo. Ainda assim, o bom golo que marcou não pode mascarar completamente o mau jogo que fez. O autor indica que o Mitroglou voltou a demonstrar-se participativo e disponível para receber. Ora eu discordo completamente. Atente-se no posicionamento dele em praticamente todos os lances em que a equipa sobe pela ala e o procura na área. Mitroglou não procurou uma única vez ganhar a posição ao defensor. Há inclusive um lance em que o Rafa, salvo erro, sobe pela esquerda, levanta a cabeça e tenta entregar na área e o Mitroglou está escondido atrás do ultimo defesa já depois do segundo poste e sem qualquer ângulo para o caso de a bola lhe ir ter aos pés.
    Mitroglou é um óptimo avançado, mas as movimentações dele na área deixam muito a desejar.

    • Quantos ataques do Benfica começaram com Mitroglou a descer quase até ao meio campo, amortecer ou tocar para um parceiro, e progredir com os 3/4 parceiros de ataque?

      • Não muitos, até porque o Benfica também mal conseguiu ligar 3 passes seguidos. De qualquer forma, eu referi-me de forma bem clara a situações específicas, e o facto de ele descer para fazer uma tabelinha de vez em quando não muda em nada o que eu afirmei.

  5. Não é este jogo nem o golo em Dortmund que muda alguma coisa. Mitro se marca, é figura; caso não a coloque lá dentro, passará ao lado do jogo. Ontem não foi diferente. O estilo do Mitro está mais que visto, revisto e analisado. Sem bola ou na fase de construção-holding up- dá o que pode, mas nunca será ponto a favor ou contra no seu futebol.

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