Relação com o jogo. Relação com o golo. Tomar decisões.

O que disse é que Cristiano tem uma melhor relação com o golo e que Messi tem uma melhor relação com o jogo

Xavi Hernandez, numa afirmação tão certeira quanto assertivo sempre foi nas suas decisões dentro do campo.

Não é que se possa ou sequer deva desvalorizar o golo. Há quem, como Ronaldo, tenha capacidades incríveis dentro de uma grande área. Porque salta mais, porque o gesto técnico a finalizar é de um nível supremo, e porque adivinha trajectórias e pontos de queda. Quem possui tais qualidades que lhe permitem ser mais eficiente na finalização será sempre de uma utilidade tremenda.

Porém, serão sempre jogadores que dependem de quem se relaciona melhor com o jogo! Porque para poder ter bola na zona de finalização, há todo um trabalho prévio que tem de ser feito com qualidade. Um sem número de decisões a ligar as fases ofensivas do jogo. Cada passe seja a pedir progressão, seja a servir de engodo para mover oposição, a ser determinante para que a bola chegue ao último terço pronta a seguir com qualidade para as zonas de finalização. Sem aquele passe aparentemente insípido entre centrais, ou entre central e médio, que começa desde logo a definir a saída para o ataque, não chegará posteriormente o momento de finalizar.

O golo continuará e bem, a provocar a discussão e a ajudar a eleger o onze. Ter uma equipa mais próxima de vencer sempre é ter uma equipa com o máximo de elementos possíveis que se relacionem com o jogo. Só assim se continuará a desenhar e a descobrir os caminhos para que alguém possa no devido momento empurrar a bola para a baliza.

A maior justiça que se pode fazer a Messi não é sequer relembrar que se relaciona melhor com o jogo do que qualquer outro. É lembrar que o faz, mantendo a relação com o golo como nunca ninguém antes. Nem sequer o mítico Diego. O mais marcante de todos. Aqui destacado pela infância que provocou em tantos meninos como eu.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

  1. Caro Paolo Maldini

    Messi e Ronaldo são extraordinários mas poderiam ser ainda melhores; a ambos falta-lhes uma melhor relação com o profissionalismo.

    Brincam muito nas selecções.

  2. Gostos não se discutem. Curiosamente ninguém parece notar uma grande diferença no jogo dos dois. A mais pequena falta sobre Messi, é de imediato punida com cartão amarelo, o que incute receio nos adversários. Já Ronaldo passa o jogo a ser alvo de entradas duras, e só ao fim de enésima o adversário é advertido. Como igualmente Messi é agressivo e muitas vezes maldoso nas suas faltas, e nada acontece. Já Ronaldo, é advertido com demasiada facilidade. Visto deste ângulo, ao jogador que se sente protegido, é fácil integrar-se no jogo da equipa, coisa que já não acontece ao outro. Ronaldo sente e devolve o apoio da equipa, exteriorizando o momento do golo a sós apenas pela sua história, de quem venceu graças ao seu esforço e trabalho, quando tinha tudo para perder. Já Messi percebe-se que é politicamente correcto, agradece o apoio dos colegas, mas sem grande entusiasmo, como se fosse o rei a receber o agradecimento dos súbditos. A imagem que mais marca é a ideia que o futebol de Ronaldo é esforço, trabalho e valor, enquanto o de Messi tudo parece fluir de forma natural, sem grande esforço, o que dá uma ideia errada sobre a técnica e o valor técnico e táctico de ambos (com aparente vantagem de Messi). Ambos são grandes jogadores, mas se pudesse, não trocava Ronaldo por Messi. Que pena a lei em vigor nos anos 60 não estar ainda vigente. A mesma lei que permitiu ao Benfica ter hoje a fama que ainda tem, mantendo nos seus quadros jogadores como Germano, Coluna, Cruz, Torres e Eusébio, podia permitir que a fama passasse a ser do Sporting, com Figo, Nani, Ronaldo, João Mário, Gelson e Adrien. E é essa a grande diferença entre ambos os clubes, Apenas fruto das circunstâncias.

    • Luiz tiveste um jantar bem regado.

      Desde quando é que Messi é protegido??
      Desde quando é que não se nota diferença no jogo dos dois?

      Conseguires elogiar os festejos do Ronaldo em detrimento dos do Messi foi a cereja no topo…

      Por fim coitado do Figo se ainda jogasse.. Ou do Sporting…

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