Confesso que não vi tantos jogos como deveria do Bayer Leverkusen de Roger Schmidt. Talvez por isso não conheça as razões que levaram ao seu recém despedimento. Ainda assim, e porque me identifico com a sua abordagem defensiva, principalmente pela forma como as suas equipas pressionam, decidi espreitar a estratégia adotada perante o 3x4x3 do Borussia de Dortmund.
Relembremos a análise do Pedro, à cerca das facilidades encontradas pela equipa alemã, na sua visita ao estádio da Luz:
Contrariar uma construção a 3, com os posicionamentos que o Dortmund assume, em organização ofensiva, requer um reforço na definição da estratégia.
A postura mais passiva com que o Benfica encarou o jogo, permitiu que a equipa de Tuchel estivesse sempre confortável com bola e capaz de descobrir os melhores caminhos.
São muitas as equipas que perante uma saída a 3 relacionam os seus “extremos” com os laterais adversários. Isto não só dá espaço à progressão dos centrais como leva a equipa para zonas mais próximas da sua baliza.
O Dortmund é uma equipa fortíssima em organização ofensiva. Para além dessa dinâmica na construção, existe Weigl: um jogador brilhante a receber nas costas da 1ª linha de pressão, ao mesmo tempo que se revela extremamente assertivo a ligar as fases ofensivas.
Com os laterais projetados, com “extremos” a ocuparem o espaço central, não fica fácil quebrar todas essas ligações. Ainda assim, e mesmo sem desmontar o seu 4-4-2, o Leverkusen mostrou como se pode aumentar a agressividade no pressing.
A colocação dos médios exteriores entre central e lateral, em zonas onde as linhas de passe interiores também eram protegidas, foi chave para o sucesso da equipa neste momento do jogo. A progressão dos centrais foi estancada e as relações que estes poderiam estabelecer com os alas, ficaram muito limitadas. As ações dos avançados em conjunto com a disponibilidade dos médios centro, serviram para bloquear Castro e, sobretudo, Weigl.
O Dortmund quase nunca saiu com qualidade e chegou a perder a bola em zonas e momentos que poderiam ter sido fatais.
Se o Benfica quiser sair vivo do Signal Iduna Park terá, a meu ver, de ser uma equipa muito mais agressiva sobre a construção adversária.
Roger Schmidt, no seu último jogo como treinador do Leverkusen, mostrou um possível caminho.
É despedido pela ditadura dos resultados, apenas e só, da mesma forma que os seguidores do BVB começam a sussurrar se o Tüchel será o homem para caçar o Bayern.
Só nunca o coloquei numa lista de sucessores do JJ no Benfica, porque na altura era impossível tirá-lo de Leverkusen. Agora no entanto… 😉
E depois de a bola entrar? Ficam em superioridade…
Quando o SLB perdeu lá, há uns 3 ou 4 anos, eles já faziam uma pressão muito boa na saída. Do que me lembro desse jogo o SLB foi completamente dominado e fez um jogo péssimo.
Ainda assim e reconhecendo essa pressão e condicionamento da saída do adversário, sofreram 6 golos… Sem ter visto o jogo, acho que isto mostra bem a qualidade do Dortmund… Ou será a (pouca) qualidade defensiva do Bayer, depois de ultrapassada esta pressão?
E mesmo assim levou 6 batatas no saco…
Imaginemos que o Benfica defende desta forma, não implicará que a equipa jogue mais subida no terreno? E aí, se sai um passe por alto de boa qualidade ou um mau posicionamento defensivo, da imenso espaço aos jogadores do Dortmund de atacar a baliza do Benfica com menos homens atrás da bola.
E se optar por defender assim, os médios alas que jogarem tem de ser os mais agressivos, cervi e zivkovic, porque a meu ver o Carrillo e o salvio, e mesmo o rafa não ajustam tão rápido no momento defensivo.
Muito bom Bruno. Excelente artigo.
Abraço.
Bom o Leverkusen? Bem… levou 6! O SLB também poderá encaixar os mesmo desde que… faça, pelo menos… 5!
Concentração no momento de transição defensiva e assertividade na pressão na saída de bola do Dortmund! Qualquer recuperação alta de bola tem que colocar a turma alemã em sentido para sentirem que podem ser efetivamente penalizados! Pizzi no vértice da frente dum triangulo com Samaris e Fejsa e dois alas rápidos (Rafa e Zivkhovic) nas transições com Mitroglou na frente…
Prognóstico: jogo com golos… 3-2 Dortmund!
Obrigado pela vossa existência.
A qualidade individual é um bocado inferior ao que era quando o Benfica lá foi manietado. Dessa equipa constavam tipos como Gonzalo Castro (agora no BVB), Dominik Kohr, Wollscheid, Stafylidis, Papadopoulos e na frente um tal de Arkadiusz Milik. No que toca a contratações, as únicas que acrescentaram mesmo foram Volland e Tah. Depois a bola não entra no outro lado e na deles entra tudo (apesar de terem Bernd Leno, um dos melhores Guarda-Redes alemães na minha opinião.)
Bruno, levaram seis…
Viste o jogo?
Pois bem me parecia…
Porque é que comentam???
Pois, Pedro. Convém ver o jogo para perceber o resultado. Mas dá para entender a mensagem do post sem o ver.
Mas fazendo isto a equipa não fica muito partida? Se a bola entra atrás desta primeira linha de pressão os jogadores do Dortmund só terão a linha defensiva pela frente. Eu não vi o jogo mas pelo resultado parece-me que o Bayer não defendeu muito bem…
Com Schmidt, equipa de autor. Sempre. Para o bem e para o mal. Pressão asfixiante na saída adversária. Mas se saltada, dá espaços imensos para escapar e fugir. Demasiado fácil.
Aquilo que impactou no início não evoluiu para outro patamar e os vai-vens de equipa partida, em pressão constante, tornou-se fácil de enganar e contrariar.
Ainda assim não gostava que tivesse saído.
Duvido muito que o Benfica queira e saiba fazer esta abordagem.
Terá que meter agressividade, mas prevejo que ficará em bloco mais baixo, espreitando os espaços que este Dortmund sempre dá no pós-perda.
Pressão alta asfixiante. Para o bem e para o mal. Equipa de autor com Schmidt. Uma pena ter saído.
Duvido que o Benfica queira ou saiba fazer contra o Dortmund.
Prevejo bloco mais baixo, como habitualmente, nestes jogos, e exploração dos espaços que o Dortmund sempre dá no pós-perda. Mas tem que haver mais agressividade sem bola.
Percebo o teu ponto de vista e também me identifico com essa maneira de defender quando o adversário está em construção.
No entanto, as coisas não são assim tão simples. Se não me engano, o Benfica na Luz também conseguiu começar a pressão muito alto e com agressividade, mas a reacção do Dortmund foi bola longa. Nos primeiros 5m ou 10m foi sempre assim! Consequência: Benfica recuado. É que com o desgaste físico dos nossos avançados, foi havendo mais liberdade no momento de construção e a equipa não podia permitir tantas bolas nas costas da defesa.
Conclusão, tentamos defender como fizemos com o Bayern na luz.
Melhor maneira de defender será ter bola, que foi uma coisa que o Benfica abdicou. Claro que depois e muito importante ter lado estratégico….mas se o benfica quiser e tiver bola….! Cuidado…..!
Sem dúvida, muito importante será também isso, o que conseguirão fazer com bola.Na 1ª mão, o Benfica não existiu em organização ofensiva.
O problema do Benfica não vai ser tanto o posicionamento defensivo, mas sim o que fazer com a bola quando a recuperar…
Nenhuma equipa do mundo consegue aspirar a algo grande se não consegue ligar 3 passes quando está pressionada…
E para a malta que está a dizer que a defender assim o Leverkusen apanhou 6, o Benfica a defender doutra maneira podia ter levado outros 6… Sem ter visto o jogo com o Leverkusen, se calhar a diferença esteve na finalização ou sorte/azar que também existem no jogo.