De Cruyff a Pedro Barbosa.

Entre as coisas que inventou, as mudanças de ritmo. Era um futebolista que passava dos zero aos cem num instante. Caminhava com a bola e logo acelerava deixando para trás os seu adversários. Os rivais tinham tanto respeito que muitas vezes nem se atreviam a aproximar-e, a ir morder.

César Menotti sobre Johan Cruyff.

A capacidade para dominar todo um jogo pela forma como se controla o ritmo de cada lance é ainda hoje algo que vai escapando a quase todos. Há quem faça devagar. Há quem faça sempre a mil à hora. E há aqueles que dominam e controlam toda a envolvência ao redor, com a sua capacidade para mudar a velocidade com que jogam.

Um dos melhores jogadores de toda a história do futebol português encaixa na perfeição nas palavras guardadas para Johan Cruyff.

Incompreendido porque surgiu completamente fora do seu tempo. Um génio de aceleração e de pausa num momento em que em Portugal o jogo não entendia o desacelerar. Num momento em que o jogo quase não se queria pensado. Apenas executado e quanto mais rápido melhor.

Aqui fica o meu tributo para um dos melhores que alguma vez pude ver em toda a minha vida.

Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

8 Comentários

  1. Totalmente de acordo, o Barbosa foi um dos melhores “falso lento”, tecnica apuradissima que lhe permitia jogar um futebol perfumado. Eu pessoalmente costumo equipara-lo um pouco ao Zidane, com base na forma como ambos antes da recepção já sabiam o que iam fazer á bola, e com pequenos pormenores tiravam os adversários do caminho. Este tipo de jogadores são os que levam os adeptos ao estádio.

  2. Ainda hoje de manhã mostrei esse video ao meu filho a propósito da leitura de um artigo dele no mais futebol que tinga acabado de ler e que me levou a procurar no YouTube os seus melhores momentos vividos como jogador.
    Subscrevo também o que diz Rodrigo Castro

  3. Já vi grandes jogadores no meu Sporting (o Bala, JVP, Figo, etc…), mas nenhum me apaixonou como o Barbosa

    Incrível a pouca importância que assumiu na selecção.

  4. Não tirando o mérito e talento do Pedro Barbosa, creio que o grande controlador de ritmos do seu tempo foi o Rui Costa. Que dizem?

    • Totalmente de acordo. O Rui Costa além de compreender os momentos do jogo,via o que ninguém mais via, inventava um novo jogo. Não é por acaso que lhe chamam maestro. O Barbosa foi bom. O Rui Costa incomparável.

  5. Como benfiquista a qualidade que mais apreciava no Barbosa era quando se fazia expulsar por acumulações de amarelos idiotas. 😉

    Era daqueles que quando era bom, era muito bom, quando não era, não existia.

  6. Diz-se que um dia perguntaram a Maradona qual era o seu jogador português preferido da altura, se Figo ou Rui Costa, ao que o este respondeu: “São ambos muito bons, mas o melhor é … Pedro Barbosa!”

    aqui um video de um golo pela selecção portuguesa na Holanda quando ainda jogava pelo Vitória https://www.youtube.com/watch?v=PG2POwPNIfo

  7. Façam uma relação do rendimento do Pedro Barbosa com as renovações de contrato e ai sim é que reside o grande génio do futebol, conseguia lesionar-se e “desaparecer” com uma facilidade que apenas está ao nível de uma meia dúzia de jogadores em todo o mundo. Se calha a ter a garra e o profissionalismo de um jogador normal teria chegado muito longe, mesmo muito longe, mas o que ganhava e umas palmitas vindas da bancada chegavam-lhe.

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