Onde começa o desequilíbrio?

Quando recebo a bola trato de provocar para dar um passe que seja benéfico ao meu colega. Procuro os 2×1, conduzir. Por exemplo, se percebo que estão a marcar o Xavi, vou provocar o que o marca. Assim o adversário tem de tomar uma decisão. Vem a mim ou fica com ele. Normalmente vem a mim e eu passo ao Xavi, que já tem espaço para enquadrar e levar a bola para a linha seguinte. O objectivo é que chegue em condições ao Messi e ao Iniesta.

Piqué, explicando um pouco da construção “Culé” no “Jogo de Posição”.

A procura do homem livre, expressão muito comum na vizinha Espanha, como a forma mais natural de progredir e iniciar desequílibrios desde o primeiro instante em que se assume a posse. Determinante para que em ataque posicional, perante demasiada oposição, se consiga levar a bola até onde pretendemos.

Aproveitar a habitual superioridade (2×1 ou 3×2) na primeira zona e fase de construção para partindo dessa superioridade numérica ir progredindo, atraindo adversários de outra linhas, libertando colegas mais adiantados.

Provocar e combinar superioridades desde o primeiro momento com bola, não é só a forma mais assertiva de se conseguir chegar com bola em boas condições às linhas mais avançadas, é também a mais fácil! Porque os caminhos que se trilham sempre em superioridade numérica assim o ditam. No fundo, é tudo uma questão de inteligência. Jogar com os espaço, seja atraindo oposição, seja libertando colegas, aumentando tempo para tomar decisões e executar.

Porque todo o jogo começa vezes de mais nas decisões e execução dos jogadores mais recuados, é cada vez mais impensável não “cultivar” a ideia da qualidade técnica e da capacidade para progredir e tomar decisões dos jogadores da defesa. Mesmo ai, o culto do físico / capacidades condicionais a ter de ser visto como um “extra” ao essencial (decisão – capacidade técnica).

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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