A armadilha do fora de jogo – Exigência na coordenação

Benfica's Lindelof (R) and Cervi (R) react during the UEFA Champions League group B soccer match against Napoli at Luz stadium, in Lisbon, Portugal, 6 December 2016. MARIO CRUZ/LUSA

Este fim de semana tive a oportunidade de elogiar a forma como o Benfica tenta retirar aos adversários, a hipótese de atacarem a profundidade. Na descrição do lance, afirmei também, que a equipa de Rui Vitória pode melhorar a forma como elabora esta “armadilha”!

aqui expliquei a minha visão sobre este tipo de ações.

Olhando para o caso do Benfica em concreto e pegando em dois lances recentes, podemos constatar que apesar da boa intenção, existe uma falha de coordenação que pode, em alguns casos, revelar-se muito prejudicial.

É fundamental que os elementos da linha defensiva estejam atentos nestas situações. O olhar deve recair sobre a bola e o portador ao mesmo tempo que estão conscientes da posição do colega pelo qual devem alinhar. Para obter sucesso e diminuir a probabilidade de erro, considero crucial que se reduzam, ao máximo, os tempos de reação perante o encurtamento inicial. Ou seja, toda a linha deve estar preparada para reagir em função de determinado indicador, que deve ser conhecido por todos! Se assim a for, a ação será totalmente coletiva e o movimento estará muito próximo de ser feito em simultâneo.

Em alguns casos, os jogadores do Benfica limitam-se a reagir e, perante algumas falhas de atenção (ou necessidade de recolher informação), nem sempre o fazem de forma rápida. Lindelof apenas reage à ação de Luisão e Grimaldo à ação de Lindelof. O espaço que se abre durante esse período tem sido suficiente para que alguém fique disponível para receber o passe. Reparem no tempo que existe entre a ação de Luisão e o deslocamento do Grimaldo. Um segundo representa muito espaço!

De forma a melhorar este comportamento, acredito que todos os jogadores que compõem a linha defensiva devam conhecer os momentos ideais para encurtar e utilizar a armadilha do fora de jogo. Percebendo esses momentos e, muitas vezes, antecipando-os, é provável que estejam muito mais despertos na hora de agir.

Sobre Bruno Fidalgo 83 artigos
Licenciado em Ciências do Desporto. Criador e autor do blog Código Futebolístico. À função de treinador tem aliado alguns trabalhos como observador.

1 Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*