Muitas vezes o intuito do pressing é o obrigar o adversário a bater. Porque quando se bate na frente, as possibilidades de se dominar e colocar a bola jogável para se procurar criar dano no adversário diminuem drasticamente. Porém, mesmo quando se condiciona para fazer o adversário bater a bola na frente sem grande critério, há cuidados no posicionamento que devem ser tidos em conta.
Partir a equipa em 6 no pressing e 4 mais recuados com uma distância sempre muito grande para os 6 da frente, poderá sempre trazer problemas, porque qualquer segunda bola será disputada num espaço despovoado e facilmente sobrará para adversários que apenas enfrentam os 4 defesas.
Porque projectar toda a linha média para a pressão, abrirá sempre demasiado espaço entre defesas e médios. Afinal, defesas não podem acompanhar pressing porque fora de jogo só começa no meio campo!
Por cá, a pressão do Sporting de Jorge Jesus é sempre feita mantendo mais próximo da última linha um dos médios (organização em losango, a saírem três na construção adversária com Adrien mais adiantado a aproximar dos dois avançados, alas mais dentro e William mais recuado). No Benfica de Rui Vitória, mais do que pressionar, opta-se por um maior conservadorismo, mantendo estabilidade da linha média. Só sai com dois (os avançados) na construção adversária, optando por manter a linha média alinhada como em determinado momento aparece a do City, mas bastante mais próxima da linha defensiva.
Não era disto que o Vitor Pereira falava quando disse que deu uma sugestão ao Guardiola de como expor menos a linha defensiva? Parece que ele não a aplicou,
Confesso que defensivamente fiquei dececionado, muito dececionado com o City, a facilidade com que são batidos nas costas, batidos em transição, a incapacidade em controlar o jogo tornam a equipa super frágil. Considero que a maneira como o Otamendi fica ligado a uma má época prova muito isso, um central com enorme qualidade, ficou super exposto e entregue à capacidade física( que não tem) e falhou obviamente.
Espero que evolua no próximo ano, espero que não caia na tentação de se “adaptar” à Premier, mas que perceba que tem que marcar a diferença precisamente tendo um controlo do jogo muito melhor( com e sem bola) em terra de correrias, bola na frente e monstros físicos.