O Athletic de Ernesto Valverde – Apontamentos ofensivos

Ernesto Valverde foi o treinador escolhido para orientar o Barcelona na próxima época. Não conhecia muito do trabalho do espanhol e fui espreitar alguns jogos para perceber algumas das suas ideias.

Nos jogos observados, o Athletic Club Bilbau revelou-se uma equipa com comportamentos bem definidos. O conjunto basco partiu de um 4-4-2 clássico que junta R.García, como 2º avançado, ao veterano Aduriz. O gosto pela saída curta e um futebol apoiado contrastaram com uma exagerada tendência para aproveitar os corredores laterais, optando por chegar a zonas de finalização através de cruzamentos.

Os posicionamentos adotados em organização ofensiva foram interessantes apesar de não ter existido muita dinâmica durante a criação. Os “médios ala” jogaram quase sempre por dentro, sobretudo Muniain que se assumiu quase como um 10 durante todo o momento ofensivo. Beñat foi o médio centro que ligou os setores. Ele e os centrais revelaram muita capacidade para ligar por dentro, ainda que a equipa sinta dificuldades para dar seguimento a esses lances. Nos corredores laterais, destaco a capacidade de Óscar de Marcos. Ainda que os avançados não tenham surgido para criar superioridades, existiram combinações que permitiram à equipa chegar a zonas de finalização, a partir dessas zonas. Nessa fase, sobressaiu Aduriz. Para além da enorme facilidade com que executa e finaliza, o avançado espanhol de 36 anos move-se de forma fantástica : procura imensas vezes as costas do central mais distante para atacar cruzamentos, antecipa-se com qualidade e ainda é capaz de atacar a profundidade a partir de posições mais laterais. Não se podem ignorar as valências do espanhol na interpretação das ideias de Valverde.

Muniain foi o jogador que garantiu maior qualidade no jogo interior. Quando a equipa o encontrou entre-linhas, a imprevisibilidade do seu jogo aumentou.

Ofensivamente, a ideia contempla bons princípios ainda que não me pareça encantadora. Camp Nou exigirá muito mais versatilidade e impressibilidade coletiva. Veremos como se adapta o novo treinador e qual modelo que idealiza para os catalães.

Sobre Bruno Fidalgo 83 artigos
Licenciado em Ciências do Desporto. Criador e autor do blog Código Futebolístico. À função de treinador tem aliado alguns trabalhos como observador.

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