Viajar juntos. O fabuloso destino do Real Madrid…que não é um Barcelona.

O Barcelona do Guardiola praticava um futebol que não era futebol, era arte. Falamos quando o Real Madrid ganhar tudo o que o Barça ganhou em 2009 (venceu a Taça do Rei, campeonato e Champions) e conseguir um 6-2 em Camp Nou… Eles têm uma grande equipa, um ótimo plantel, bem trabalho mas a melhor equipa de sempre até hoje é o Barcelona do Guardiola

Não podia ter-se expressado melhor, Joan Laporta.

Também à caixa de comentários do “Lateral Esquerdo” chegaram comentários que relacionavam o jogar incrível do Real, com o que de melhor se viu até hoje em cada relvado. Ainda que avassalador, há uma diferença entre ter um modelo que aproveita de forma excepcional as suas individualidades, tal como faz o Real Madrid pela mão de Zidane, de um modelo que não precisava de se adaptar em função dos nomes, tanta era a qualidade e versatilidade de todos para um jogar comum. De forma simplista, no Real tudo está extraordinariamente pensado para aproveitar os jogadores. A largura e profundidade dos laterais, a qualidade na saída da construção para a criação de Modric, Kroos, Isco e Benzema, as capacidades finalizadoras de Ronaldo. O Barcelona de Guardiola porque a versatilidade individual era muito maior, envolvia todos! Todos podiam finalizar, todos podiam criar, todos podiam dar largura e / ou profundidade. Futebol do futuro, foi o que se viu em Barcelona. Jogar sem funções, sem necessidade de aproveitar ao máximo características específicas de cada um para potenciar o modelo.

Bem antes de se ter tornado Campeão de Espanha e Campeão Europeu, já tinha sido por cá analisada e abordada a equipa de Zidane.

Referia Sampaoli a importância do “viajar juntos” como forma / culto de jogo. O progredir de forma conjunta, aproveitando as muitas linhas de passe próximas. Ir progredindo através de sucessivos apoios. Porque é mais fácil executar e decidir perante tal conjectura. Porque após a perda, a equipa está mais próxima, e portanto será mais capaz de na transição defensiva apertar imediatamente portador, retirando espaço e tempo. Viajar juntos promovendo superioridade numérica e posicional.

É muito bom o que construiu Zidane em Madrid. E desde há muito que se percebeu que se desenhava um final de época tal como viria a suceder. Muito longe ainda, porém, do melhor que o futebol já pôde observar. Porque a superioridade absoluta não surge ao longo de todos os noventa minutos, como fazia o Barcelona de Pep. Superioridade tal que chegou ao cúmulo de falar-se em mudar as regras do jogo (colocar tempo de ataque!). E porque apesar de muito bom ainda falta o toque de Messi na criação e de Busquets na construção.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

13 Comentários

  1. De Messi, de Busquets e de Iniesta. Nenhum do Real chega ao nível destes. “Todos podiam finalizar, todos podiam criar, todos podiam dar largura e / ou profundidade. Futebol do futuro, foi o que se viu em Barcelona. “Jogar sem funções, sem necessidade de aproveitar ao máximo características específicas de cada um para potenciar o modelo.” Ainda noutro dia pensava nisto, e no quao bonito era o futebol do Barça de Guardiola. Por último obrigado por escreverem tantos artigos fantásticos.

  2. o modelo de barcelona tambem depedia das individualidades, por isso que O Pep nao conseguiu repetir o q fez no Barcelona, ha uma tentativa de lavar a vitoria do real para o lado so dos jogadores e nao do nivel tatico do treinador, mas a alto nivel existe vitoria sem tatica, aquela maneira de jogar do barcelona sem xave sem iniesta pode ser tambem ridículo , ineficaz, acho q deviamos dar merito como deve ser, o bisquet podia nao aguentar ser o jogador de choque como é o Casimiro no real, cada um é bom da sua maneira, para a maneira de jogar do real Busquet poderia nap ser o melhor, para maneira de jogar do barcelona o Casimiro podia nao ser melhor, dizer q falta Messi é ridículo pos esta la o Ronaldo q prova que o profissionalismo e técnica estarao sempre acima no futebol e em qualquer área. a arte de pôr as estrelas a jogar é obra, Mourinho conseguiu no real mas nao durou.

  3. Não entendo futebol, mas acho que houve uma comparação partindo do pressuposto q se gosta do Barcelona,o q logo leva- nos a pensar q o q o real madrid fez ainda nao é nada perante o q Pep fez, é uma visao aceitavel, partindo do ser adepto de uma forma de jogar q é do Barcelona e do Pep, Futebol é uma das ciências mais difíceis pos o q resulta hoje amanha pode estar obsoleto, as vez nao ter identidade é uma tatica, pos o adverario fica sem saber como te parar, O real as vezes é a equipe a defender , a ser massacrada , as vezes ama ter a posse de bola, isso nao é por acaso, nao ha vitorias por acaso nem bis por acaso.

  4. despropositadas, as declarações de laporta. ele que pense no futuro. que provavelmente passará por um regresso à presidência do clube.

    até porque ele não fez estas declarações por saber de futebol (isso é com guardiola) ou por apreciar o estilo A ou B. foi mesmo por despeito.

    melhor de sempre, este real madrid? não vi grande conversa nesse sentido, nem teria lógica. foram os melhores… deste ano.

    aliás, as conversas do “melhor de sempre”, seja com jogadores seja com equipas, são estéreis. cada um tem os seus preferidos.

  5. A equipa do Real é mais completa porque tem uma versatilidade que nao tem o Barcelona; sabe jogar atras e ser letal em transicoes ofensivas baixas; sabe fazer pressao alta para transiçao alta; sabe ter a posse e marcar no centro e tambem pelas alas; sabe marcar de cruzamentos altos para a cabeça; é mais forte de bola parada; é mais fisico e fez sofrer a Juventus; sabe compor conforme o jogo o que o Barcelona nao sabia fazer.

    A força do Real é a variaçao de recursos porque quando o antidoto do Barcelona foi encontrado( linhas baixas e pressao alta), a pouca versatilidade foi fatal. A versatilidade do Real é a resposta e é um upgrade ao Barcelona de Pep. O Barcelona foi arte graças ao Busquets,Xavi, iniesta, messi, neymar …e sem essas individualidades que criavam imprevisibilidade, o jogo de posse seria esteril e soporofico. Se nao existiam esses jogadores, o jogo era mecanizada com ronaldos, albas, carvajal, suarez, dani alves mas existem esses genios que decidem por eles proprios consoante o jogo a cada momento, e mesmo se jogam uma jogada mecanizada, a ideia é de provoca la quando o adversario nao estava à espera. ( ver o segundo golo de Ronaldo e a jogada de modric com o carvajal)

  6. E eis que do nada surge uma necessidade de rebaixar o trabalho feito por Zidane, vinda da Catalunha… tentando comparar o trabalho do Francês ao de Guardiola para o denegrir, quando a realidade mostra precisamente o oposto, mostra que o Francês precisou de apenas ano e meio para ganhar o número de Champions que Guardiola conseguiu ganhar no Barça em 4 anos, Zidane ganharia também a La Liga no seu 1º ano se não tivesse a desvantagem de pontos que tinha herdada por Benitez, ganhou-a nesta época, ganhou o campeonato do mundo de clubes e supertaça europeia.

    Outra coisa engraçada, é a vontade de isolar o Ronaldo apenas a aspectos de finalização, quando na verdade o português é dos que mais cria, quer para ele quer para outros… é só o máximo assistente da história do Real Madrid. Os fans de Messi gostam de referir que o argentino não é só marcar, também assiste, pois bem, o argentino acaba esta época com mais uns bons jogos que o português e com 16 assistências, o português com 12, sendo que na Champions ficou 5-2 para o luso. (Já nem falo do arrastar de marcações (que para mim também é criar) e o português arrasta bem mais que o argentino, deixando montes de vezes os colegas soltos em situação de finalização).

    Voltando ao Barça de Guardiola e ao não depender de individualidades, uma época sem Iniesta e Xavi e queria ver se os resultados eram os mesmos.

  7. “Ainda que avassalador, há uma diferença entre ter um modelo que aproveita de forma excepcional as suas individualidades, tal como faz o Real Madrid pela mão de Zidane, de um modelo que não precisava de se adaptar em função dos nomes, tanta era a qualidade e versatilidade de todos para um jogar comum.” Não concordo com esta ideia, porque o Barcelona só jogou assim porque reuniu aquele grupo de jogadores, com aquelas características. Aquele futebol não tinha acontecido se o Xavi, o Iniesta, o Busquets, o Messi, o Daniel Alves, o Piquet e o Valdes não tivessem coexistido no mesmo 11 por tantas vezes seguidas. O modelo estava feito para jogadores com aquele perfil.

    • claro! mas não estamos a discordar! Por isso falo na versatilidade dos jogadores do Barça! Que permitia que assim fosse.

  8. ” um modelo que aproveita de forma excepcional as suas individualidades”

    Mas isso foi exactamente que Guardiola fez no Barça. Aquele modelo, sem aquelas individualidades, seria impossível.

  9. “Referia Sampaoli a importância do “viajar juntos” como forma / culto de jogo. O progredir de forma conjunta, aproveitando as muitas linhas de passe próximas. Ir progredindo através de sucessivos apoios. Porque é mais fácil executar e decidir perante tal conjectura. Porque após a perda, a equipa está mais próxima, e portanto será mais capaz de na transição defensiva apertar imediatamente portador, retirando espaço e tempo. Viajar juntos promovendo superioridade numérica e posicional.”

    Caro Paolo Maldini

    Jogar em bloco facilita.

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