Sporting 2017 / 2018. Parte III.I.

Médios Centro.

São muitas as opções ao serviço de Jorge Jesus, e ainda algumas incertezas quanto a permanências. Especula-se possíveis saídas de William e Adrien. Há Francisco Geraldes que não parece contar como médio centro, e vários reforços cujo espaço que irão ocupar permanece por se perceber.

William Carvalho. Ficando terá naturalmente o seu lugar seguro. Não é tão reactivo nos momentos defensivos, mas tem tudo o que precisa um médio defensivo de um grande clube. Velocidade e inteligência a decidir. William é um descomplicador com bola nos pés. Aproxima desde a construção a sua equipa dos espaços mais perigosos, e percebe sempre onde há maiores possibilidades de a bola entrar. Controla como poucos na realidade portuguesa o ritmo próprio de cada situação ofensiva.

Adrien. O melhor médio das últimas temporadas em Portugal, se pensarmos na complexidade total do jogo. Defende e ataca com a mesma preponderância. Não erra um posicionamento, entende os momentos e timings de cada partida como poucos, e também na transição defensiva assume um papel relevante, pela inteligência com que aborda cada lance. Não sendo um criativo, tem o perfil mais desejado por Jorge Jesus. Liga bem o jogo, seja em passe ou condução, e é fiável em todos os momentos. Ficando, fará dupla com William no meio campo leonino.

Palhinha. Deverá ser a alternativa número um a William. Muito forte fisicamente, tem o perfil que Jorge Jesus mais gostava para um elemento da posição seis, até conhecer Matic. Trabalhado para integrar o modelo do seu treinador, é um garante de equilíbrios defensivos. Menos capaz para assumir o jogo ofensivo, e portanto não se afigura como uma potencial primeira escolha, mas alguém com utilidade numa época longa.

Petrovic. Não se percebeu totalmente o apagão que teve na equipa leonina na temporada passada. O sérvio tem qualidade técnica e de decisão para servir como âncora do processo ofensivo. O jogador que liga os corredores em cobertura. Deverá ser demasiado caro para ficar no grupo, se a expectativa não for somar muito mais tempo de jogo. É também ele uma opção para a posição seis.

Battaglia. Muito do que poderá ser a sua época a nível individual dependerá da partida de Adrien. Saindo o capitão poderá afigurar-se como alternativa principal ao titular Bruno Fernandes. Muito resistente, Battaglia é um jogador com o perfíl físico que encanta Jorge Jesus, tendo também capacidade para progredir e ligar o jogo ofensivamente. A experiência a jogar em sistemas com dois médios ter-lhe-à valido a presença no plantel. Tem entendimento do jogo mais do que suficiente para também poder ser trabalhado na posição seis.

Mattheus Oliveira. Ainda por perceber o que pretende Jorge Jesus de Mattheus. Com o elevado número de médios mais propensos para jogar no duplo pivot do meio campo, é expectável que Mattheus possa ser integrado numa ala. Muita qualidade técnica e capacidade para decidir assertivamente, ganhando preponderância na forma como liga o jogo desde trás. Menos exuberante fisicamente, o que chocará eventualmente com o pretendido para jogar nas alas leoninas. Previsivelmente, um jogador de plantel, capaz de entender cada posição e poder afigurar-se como alternativa consistente para qualquer eventualidade.

Ryan Gauld. À beira dos vinte e dois anos, ainda sem espaço no plantel do Sporting. Deverá ser emprestado para poder continuar a somar minutos na primeira Liga, tal como aconteceu até Janeiro passado. Do que for capaz de demonstrar na presente temporada, dependerá o seu futuro, que dificilmente passará pelo Sporting com Jorge Jesus ao leme.

Francisco Geraldes. Embora seja médio de origem, não parece contar como médio centro para Jorge Jesus. Perfil técnico e de decisões muito acentuado, Francisco tem o handicap de fisicamente não ter a imponência que pretende para a posição de médio, nem a velocidade para a posição de extremo que pretende o seu treinador. Ficar para ir competindo na segunda liga é um retrocesso que poderá coarctar o seu potencial de desenvolvimento. Mas, o nível Moreirense também já é curto para uma das boas revelações da temporada passada.

Bruno Fernandes. Com um percurso impressionante na Série A, tendo em conta que chegou sem estatuto, a contratação de Fernandes deixa antever uma abertura para a saída de Adrien. É o candidato número um à posição oito do duplo pivot leonino, confirmando-se a partida do capitão. Muita qualidade com bola, e facilidade para mesmo na aglomeração continuar a encontrar soluções, tem nível para ligar com critério a entrada da bola nas zonas de criação, onde também causa impacto na forma como finaliza de meia distância. Capaz de progredir por entre linhas adversárias, como tanto gosta o seu treinador, é candidato a um dos mais utilizados do ano, também pela versatitilidade que lhe permite jogar mais adiantado.

Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

1 Comentário

  1. Aparentemente é mais que provável que saia o Adrien e naturalmente será o Bruno a ocupar o lugar. Em termos ofensivos apresenta qualidade, já em situações defensivas falta-lhe a agressividade e consistência do Adrien (atenção que é diferente jogar com o William atrás do que com Danilo/Fejsa).

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