Cada vez mais as organizações tácticas são bem pensadas e estruturadas, o que faz aumentar o equilíbrio do ponto de vista colectivo entre adversários.
Numa era em que o “dedo” do treinador é tão grande, em tantas equipas, concordando-se ou não com propostas e ideias, o talento volta a emergir como maior factor diferenciador.
Alvalade assistiu à exibição de Mbappé. Em quatro, cinco acções, o francês poderia ter resolvido o jogo, com a sua incrível qualidade e capacidade para receber orientado, deslocar-se e definir.
Mas, não esteve sozinho, o jovem prodígio francês. Do outro lado Gelson Martins. O Sporting terá um potencial com e outro sem Gelson. É sempre assim com os jogadores nível mundial. Por mais rica que seja a organização e o comportamento colectivo, são eles que colocam com as suas acções o sal e a pimenta no jogo.
A cada toque que soma percebe-se o nível de Gelson. Não há bola que não consiga aproveitar para desorganizar toda a estrutura adversária. Seja em drible, ou progressão orientada no sentido do corredor central, a forma como ultrapassa em velocidade opositores é uma dádiva para quem aprecia o bom jogo.
Na presente temporada, e confirmando-se a aposta séria no miúdo Podence, e permanecendo Gelson em Alvalade (e ontem terá seguramente dado ideias a Jardim, no caso do treinador português perder o prodígio francês…), terá o extremo mais gente para se associar, mais caminhos para percorrer que não o drible e cruzamento.
Daniel Podence traz a imprevisibilidade que tanta diferença faz. A velocidade de execução, a forma como enquadra a uma velocidade supersónica, mantendo a bola colada nas botas, que lhe permite enfrentar desde logo menos oposição. É no corredor central que poderá elevar mais do que o seu nível, o do Sporting!
A variabilidade que a dupla de leõezinhos promove, sempre assente no talento, velocidade de execução e capacidade para perceber o que se passa ao redor, promete trazer de volta um modelo ofensivo apaixonante das equipas de Jorge Jesus, depois da pálida imagem da temporada passada.
Podence, ainda tem para crescer na forma como define cada lance. Contudo, continuando a ter tempo de jogo, ao nível a que está a ter, será um instantinho até a Europa lhe colocar os olhos em cima.
Acham que o Bruno vai conseguir acrescentar mais que o Adrien?
Não acho. Tem mais qualidade técnica, mas o Adrien evoluiu muito com Jesus na forma como se coloca para receber, e com bola tende a jogar simples.
O Bruno ainda “mastiga” ligeiramente mais o jogo.
Sem bola, a diferença é brutal, neste momento. Adrien abafa logo na transição defensiva, sabe defender o espaço atrás de si como ninguém, e tem uma disponibilidade/agressividade defensiva muito forte.
Na Europa degladiam-se todos para os comprar, como o fazem já há anos pela dupla Adrian-William.
Típico de início de época: o 3ª lugar ninguém lhos tira!
Fanáticos a comentar no lateral esquerdo?!?!? E eu que pensava que este era um site sobre a beleza do futebol a sua complexidade as capacidades dos jogadores, as tácticas.
Afinal até aqui há gente doente… é triste…
Gelson de nível mundial?! Ai o sol de verão, Maldini…
Boas.
Não achas que o último lance no vídeo já é mais uma jogada +/- rotinada no Sporting?
Bola vem da esquerda para o meio, se for bola descoberta há movimento de rotura. Como o B. Dost é um gajo mais pesado, por norma é o Podence/2º AV a fazer este movimento.
Mas sim, claramente abriu espaço entre linhas.
Boa tarde
Apesar da cisma com o Chico, tenho que dar a mão à palmatória.
O Jota parece não ter medo de jogar com o Podence, que está nos antípodas da sua tipificação de jogador.
Para mim, já ganhou o lugar ao lado do Bas Dost.
Quanto a Gelson, assim que ele ganha metros pelo meio, é o terror.
Um abraço
Sempre fui da opinião que o Podence é um jogador de meio. Na ala onde tem mais espaço, tende a apostar demasiado no 1×1 e a mastigar demasiado situações simples que tende a complicar. No centro do terreno, com menos espaço, torna-se um jogador melhor pois é mais rápido a decidir, não tenta com tanta frequência a ação individual para criar desequilibrios e aquela capacidade de receber e enquadrar consegue desorganizar completamente as defesas, sendo para mim no plantel do Sporting um dos jogadores mais capazes para aquela função de receber entre linhas e criar.
Fiquei agradavelmente surpreendido que tenha sido titular, mas será sinal que o JJ já percebeu que o Alan Ruiz à velocidade que joga só em contextos muito especificos pode ser titular nesta altura.
O miúdo decide bem em todo o lado. Será muito mais fácil para JJ trabalhar com Podence do que com Gelson no começo. Sempre que “mastiga” é com um propósito. Sempre que foge, sem bola, tem uma ideia (que pode, ou não, ser acompanhada por quem está a decidir com bola).
Se o quiseres fazer baixar para lateral esquerdo na construção tenho a certeza que vai encontrar as melhores soluções. Está feito um Hazard.
Por acaso durante a época passada dei por mim a pensar que o Gelson, nas mãos do JJ, tem perdido algum fulgor. Digo isto porque quando ele apareceu, mesmo com alguns erros, surpreendia-me muito pelas decisões que tomava (e com uma excelente execução, se calhar porque não o conhecia de todo) e com a procura por zonas mais interiores, embora nem sempre. Ao longo da época passada fiquei com a sensação que se tornou muito mais um jogador de correrias, de profundidade sempre e a qualquer hora, e de muito, muito cruzamento. Quanto mais tempo passava, mais ele se tornava repetitivo. Até na selecção – ok era fim de época e isso tudo – fiquei com a mesma opinião. Veremos o que vai suceder, sendo certo que a entrada de Podence é uma melhoria a vários níveis – acontece que ainda vai ter de lutar com um dos 50 afilhados do JJ. Boa sorte.
Que Deus o proteja do demónio JJ. Mesmo assim acho que não vai ficar a jogar as cartas com o Horta, que por esta altura estava com tudo. Aí também tem tudo a ver com afilhados, mas deve ter mais a ver com os padrinhos…
Percebo o que dizes em relação ao Gelson, mas antes de estar na primeira equipa era muito pior. Correr e não olhar para mais ninguém. Andava sempre a fugir (e ninguém o apanhava). O perfil da segunda parte da época do ano passado passou muito pelo que não havia do lado esquerdo (todos com um perfil mais de jogo interior). Do lado dele o que lhe pediam era profundidade – esticar.