Quando se perdeu a criatividade? Portugal na Hungria.

[multilanguage_switcher]Em tempos idos, tudo eram ideias na selecção portuguesa de futebol. Tudo era criatividade, qualidade técnica e procura de caminhos de forma conjunta. Associações que se formavam entre os elementos para resolver problemas comuns.

Portugal na Hungria a definir cada lance apenas porque sim. Sem uma ideia por trás, sem decisões ou jogar inteligente. Apenas a procurar bater as vezes suficientes na parede à espera que algo acontecesse. Sem o pensar.

Sem progredir quando há espaço para tal, sem atrair adversários, sem criar espaços e sem os aproveitar, quando já lá estavam. Sem engodo para desmanchar linhas. Apenas trocar a bola porque sim, sempre direccionado para o corredor lateral, onde se esperava que uma individualidade conseguisse criar para Ronaldo ou André Silva finalizarem.

Portugal e o jogador português é hoje muito culto tacticamente, sobretudo na ocupação dos espaços e mais concretamente no interpretar dos momentos defensivos. Porém, com bola, longe vão os tempos das gerações apaixonantes.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

28 Comentários

  1. Pensei exactamente o mesmo… Quem viu a Espanha contra a Italia e depois vê o nosso jogo… Nem uma ‘tabelinha’! E a Espanha não joga com um PL! Heresia das heresias!!! E ainda por cima ouvir os comentários do sr. Tadeia: o Danilo joga porque o seleccionador vê nele um jogador importante para o jogo aéreo. Comentário feito após o 1° duelo aéreo ganho pelo Danilo aos 20 seg do jogo. Ah, já agora realço que foi o único que ele venceu durante o jogo. Ele pode ter algumas qualidades mas saber calcular aonde a bola irá caír num pontapé longo do gr adversário, controlar o espaço em seu redor de forma a antecipar-se ao seu oponente directo, ter um bom tempo de salto ou possuir uma boa impulsão não serão de certeza os seus melhores atributos.

    Abraço

    • Meu caro, deixe-me explicar umas coisas. Eu não faço equipas. Eu não escolho jogadores. Eu não sou treinador – nem quis alguma vez sê-lo ou tive a mania que o era. Eu especializei-me há uns 25 anos em futebol, mas sou jornalista. A mim cabe-me dizer por que razão o selecionador pôs o Danilo a jogar, não convencê-lo a pôr o William (que, se quer saber o que eu acho, por mim jogava sempre). Foi isso que eu fiz: tentei dizer o melhor que sei quais foram as razões que levaram Fernando Santos a optar por Danilo e o que a equipa ganha ou perde com ele em vez de William. Se não está bem com isso, sugiro que ligue ao selecionador. É ele que faz a equipa. E que em vez de ouvir os comentários na RTP passe a debater o jogo com ele em direto. Cumprimentos.
      PS – Senhor é o meu pai. Como está o futebol em Portugal, já fico satisfeito que me tratem só pelo nome sem “atrazado mental” ou “fdp” antes.

      • Epá, ó António, especializou-se há 25 anos em futebol… Tudo certo e tal… Mas ainda há 4 ou 5 meses não andava a dizer que o Isco era prejudicial ao colectivo do Real?

          • Antonio Tadeia, na minha opiniao, condicao fisica do William. E Fernando Santos falou disso antes do jogo referindo que para os que jogaram na quinta ainda so tinha havido treino de recuperacao. Ainda assim, se por acaso FS pensou em Danilo pelas razoes que enuncia, nao lhe gabo a inteligencia. Se a grande arma da Hungria seria o futebol directo e tentar tornar o jogo mais fisico (como se viu), a nossa estrategia teria de ser sempre evita-lo e para tal temos de ficar com a bola o mais tempo possivel. E nesse aspecto William da’ 15-0 a Danilo.

      • Viva António,

        Primeiro que tudo obrigado por ter respondido.

        A realidade é que nem essa cola, porque o Danilo está sempre mal posicionado e os duelos que refere são resultado de um péssimo posicionamento.

        Para além do óbvio, que o William tem que jogar sempre, existe a ideia de jogo que subjaz em cada momento. Devem ou não jogar os melhores?

        Apesar de não ser treinador, tem sentido crítico certo?

        Porque não usá-lo?

        Um abraço e passe por cá mais vezes (Nó malhamos no António mas é com carinho)

    • Spoiled for choice! Só não vejo grandes soluções no centro da defesa, porque de resto a matéria prima está lá.
      Será sempre uma questão de opções por parte do FS.

  2. Pode ser que voltemos a ter esse jogo de toca e descobre com wc bernardo, Pizzi, João Mário, talvez Bruno Fernandes. Talvez seja falta de conhecimento meu mas não gosto da forma de jogar de Renato. Com os meus melhores cumprimentos Zé Maria

  3. Se forem os melhores lá pra dentro as coisas melhoram muito. Provavelmente já há uma década que não havia tanta qualidade. Olhar para o banco do jogo de Domingo, ou até para os que não foram chamados, e ver os que estavam lá dentro…

  4. Viram na segunda parte que o Bruno Alves nem tocava na bola a construir?
    O Moutinho ou o Danilo vinham buscsr a bola e pensava-se que iam construir a 3 mas não…muitas vezes o Bruno Alves nem aparecia na imagem pois estava antes do meio campo…

  5. Outra:
    quantos passes errados, recepções mal feitas ou mal orientadas teve o Ronaldo e André Silva?
    Quantos passes entre linhas?
    Desses quantos perdidos?
    Estamos mui malos

  6. A criatividade perdeu-se quando na formacao se comecou a procurar resultado e, assim, o recrutamento olhou para aqueles que no imediato podiam garantir vitorias porque eram bem mais fortes fisicamente … Perdeu-se uma toda uma geracao, a meu ver. Portugal teve muita sorte em ter nesta fase 3 factores:

    – Porto de Mourinho
    – Sporting em crise que obrigou a apostar na formacao
    – Cristiano Ronaldo

    Ironicamente, foi o pior futebol que nos deu o melhor resultados… Mas perdi toda a paixao e prazer em ver jogos da selecao

    Seja como for, hoje ja se pode construir algo semelhante com o melhor que vimos no passado. Basta juntar, na minha opiniao, Patricio, N. Semedo, Pepe, Neto, Guerreiro, William, Pizzi, Joao Mario, Bernardo Silva, Andre Silva, Cristiano.
    E ainda sobram, B.Fernandes, Iuri Medeiros, Podence, Geraldes, Nani, Ruben Neves, Rui Fonte, Andre Horta, Gelson, Roni Lopes …
    Ah, e Andre Silva como 9,5, nao Cristiano…

  7. O último lance é cópia dos treinos. Extremo mete a bola dentro, médio abre no lateral e lateral ou mete na área ou dá no extremo. Que clássico dos anos 80 🙂

  8. Não é só devido aos jogadores, mas também devido ao que o Engenheiro pede. É o estilo de jogo dele. No jogo contra as Ilhas Faroé esteve o tempo todo a pedir ao Bernardo para vir para o corredor lateral em vez de procurar o jogo interior.

    Depois jogar com pinos como o Danilo também não ajuda. Posso até perceber a titularidade quando jogarmos contra seleções mais fortes individualmente e pouco cultas taticamente. De resto, é como ter menos 1 no meio campo. Não estando o William disponível, é colocar Adrien ou Moutinho na posição mais recuada do meio campo e meter os criativos à sua frente, como o João Mário, Bernardo, Bruno Fernandes, Pizzi e por aí fora.

  9. Devo ser eu que não pesco nada disto, mas com Guerreiro, Semedo, WC, Pizzi, Bernardo, JM, Ronaldo e André Silva até podíamos manter aqueles picaretas a DC e GR que éramos candidatos a tudo. Mas parece que há gajos a valorizar e não um apuramento a ganhar.

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