Jogar e correr. Explica Zidane, o líder do primeiro bicampeão da Liga dos Campeões.

[multilanguage_switcher]Não é novidade que regra geral, os jogadores mais criativos, os que mais se destacam pelas suas características técnicas e cognitivas não estejam tão disponíveis para as tarefas defensivas quanto outros menos capazes. Tem tudo a ver com experiências anteriores, adquiridas ainda em tempo formativo. Enquanto quem tem menos aptidão precisa sempre de um esforço maior, de se empenhar mais no que consegue fazer para sobreviver e chegar ao topo da pirâmide, os que são verdadeiramente especiais nunca precisaram desse extra para triunfar. Os hábitos anteriores a condicionarem o presente.

Também por isso é comum o pensamento de que os criativos precisam de guarda costas. Precisam de corredores para que a equipa funcione. Tal está bastante longe da realidade, embora seja de facto muito importante o esforço que se coloca nas tarefas defensivas, há várias formas de contrariar a ideia geral, e conseguir colocar em campo uma percentagem muito elevada de jogadores cujos traços mais notórios sejam de cariz ofensivo. Afinal, são esses que fazem valer o preço do bilhete, e que aproximam a equipa da vitória.

Só há dois caminhos.

O  garantir um compromisso constante, para que em cada segundo ao longo dos noventa minutos, quem não foi habituado a tal, mude um pouco e se entregue a um objectivo comum.

Depois, há o caminho dos melhores.

A única coisa que nos interessa é conseguir arranjar maneira de não correr tanto. Como se faz isso? Guardando a bola, tendo-a sempre mais tempo que o adversário, inclusive quando jogamos com o Barcelona…

Zidane

Se tiveres a bola o tempo todo, não há tarefas defensivas para cumprir, nem demasiado esforço para despender. E não será por acaso que a equipa de Pep Guardiola na Catalunha é a melhor de toda a história do futebol, a de Zidane em Madrid apresente o melhor futebol e os melhores resultados desde então.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

4 Comentários

  1. “A única coisa que nos interessa é conseguir arranjar maneira de não correr tanto.”

    Caro Paolo Maldini

    Essa mudança de objectivos já levou a 2 empates no La Liga (Valência e Levante).

    É melhor que Zidane priorize os golos.

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