A qualificação para o Mundial na zona América do Sul caminha para a última jornada, e a perspectiva de perdermos alguns dos mais apaixonantes jogadores do futebol mundial da competição maior, é assustadora.
A América do Sul continua a dar ao mundo do futebol muitos dos jogadores mais interessantes do jogo.
Interessantes porque encaixam no protótipo dos que fazem valer o preço de cada bilhete, só porque sabemos que em cada acção, em cada toque na bola, há algo de mágico. Há uma qualidade muito própria que enquanto encanta a assistência, aproxima a sua equipa da vitória.
É a criatividade em cima de uma qualidade técnica soberba, e de uma inteligência muito própria para jogar este jogo. Os melhores são os que tornam melhores aqueles que estão ao seu redor. Porque entregam a bola boa, porque a entregam para melhores condições. Porque são capazes de ver mais adiante e tiram fotografias ao jogo todo, ainda antes dele se desenrolar.
Messi (Argentina). Sobre o melhor jogador da história já sobra pouco para dizer. É incapaz de ter um dia mau, mesmo quando o resultado teima em não aparecer. Seria o melhor do mundo sem golo. É o melhor de sempre, pelo golo. Na madrugada de ontem, mais uma vez, tudo fez para garantir o passaporte que teima em não ser carimbado.
Rodrigo Bentancur. O prodígio uruguaio “só” agora se estreou na “Celeste Olímpica”, mas irá certamente marcar a próxima década futebolística na Europa. O perfil técnico e de decisões, típico dos números dez argentinos, onde foi formado, a forma como acelera ou desacelera cada lance, como integra a tomada de decisão sempre ao serviço do colectivo, mesmo quando coloca estética no seu gesto, tornam-o um jogador verdadeiramente especial. Aos vinte anos merece a estreia no palco dos sonhos de todos os sul americanos, para que o mundo fixe os olhos em si.
James Rodriguez (Colômbia). Um dos melhores que já passaram por Portugal. Um pensador, perfil de dez que tantas vezes parte do corredor lateral, porque no campo foi caindo a posição que nasceu para ocupar. Visão de jogo, qualidade técnica, criatividade. James já demonstrou nas grandes provas internacionais o quão especial é, e uma possível ausência seria uma perda lamentável.
Jorge Valdivia (Chile). Passagem muito discreta pela Europa, a do génio chileno. Valdivia não precisa de correrias, choque e chegar primeiro para impor a sua marca. Condiciona todo um jogo com as suas decisões e com a sua qualidade técnica. Os anos passam, mas não perde influência na forma como manobra toda a sua equipa, e a faz render mais. O Mundial será um palco óptimo para o seu retirar. Assim o Chile consiga carimbar a sua presença.
Deixe uma resposta