Visto à Lupa da edição de hoje do Jornal Record:
Demasiados condicionalismos dificultaram o jogo português na penúltima partida da qualificação. Um sintético em mau estado que dificultou a velocidade e a qualidade da circulação, pelo facto de raramente a bola rolar sem que fosse de forma irregular, o que dificultou a execução dos gestos técnicos, e fez os jogadores portugueses perderem um pouco mais de tempo para receber, dominar e dar seguimento a cada bola que lhes passou pelos pés. Tempo perdido que se demonstrou essencial para poder causar mais perigo perante uma estrutura com onze jogadores sempre muito próximos e baixos no relvado.
Foi um jogo de muita dificuldade nas zonas de criação, também por outros dois grandes motivos:
1) Portugal apresentou-se com posicionamentos pouco ousados em termos de profundidade, perante uma equipa que esteve sempre demasiado baixa no campo. Quer Semedo à direita, quer Eliseu à esquerda receberam praticamente sempre a bola fora da estrutura adversária, onde se posicionavam também os defesas centrais e Danilo.
Aliando tais posicionamentos aos momentos em que João Mário também baixava para receber, e havia uma relação numérica com uma vantagem muito acentuada em zonas mais baixas, o que conduzia às dificuldades que a selecção sentia nas zonas mais adiantadas;
2) Constante inferioridade numérica nas zonas de maior decisão. Porque usou demasiados jogadores com posicionamentos mais baixos, e os centrais raramente progrediram com bola para chamar a oposição a si, no último terço os jogadores nacionais enfrentaram situações constantes de inferioridade numérica. Não somente nos corredores laterais, mas também no ataque às zonas de finalização.
A entrada de Cristiano permitiu a Portugal ser mais compentente nas zonas de finalização, mesmo que em desvantagem numérica. Ainda não passavam vinte minutos da sua presença em campo, e o bola de ouro na grande área aproveitou um erro defensivo para dar a tranquilidade necessária à equipa lusa.
Num lance que se iniciou precisamente de uma maior participação de um defesa central no processo ofensivo. Neto recebeu em zona mais adiantada, atraiu a si um opositor o que permitiu a Eliseu e João Mário receber já nas costas dos adversários com maior espaço, porque um dos adversários que fechava a zona saiu precisamente a Neto, para então servirem Ronaldo.
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