O Rio Ave de Miguel Cardoso para dummies. Parte Dois.

FUTEBOL - Miguel Cardoso jogador do Rio Ave durante o jogo treino com uma selec¿o do concelho que decorreu esta tarde no Est¿dio dos Arcos em Vila do Conde .Sabado 1 de Julho de 2017.PAULO SANTOS/ASF

Na parte um do “Rio Ave de Miguel Cardoso”, trouxe os comportamentos da equipa de Vila do Conde no seu momento ofensivo.

Mas, não foi só ofensivamente que o Rio Ave mostrou comportamentos de excelência. Também defensivamente foi sempre uma equipa com uma organização fantástica, que conseguiu cumprir as sucessivas fases sem bola com qualidade.

A parte dois, incide portanto no momento defensivo.

Recuperemos a nossa sistematização do jogo, redigida pelo brilhante Ricardo Ferreira, para melhor se perceber o porquê dos elogios à organização do Rio Ave:

Em oposição o momento de Organização Defensiva, sub-divide-se em três sub-momentos que irão procurar garantir oposição aos anteriores comportamentos ofensivos:

  1. Impedir a construção: os momentos em que a equipa que defende procura não permitir a entrada da bola no interior do seu bloco. Os comportamentos de pressing, quer seja alto, médio ou baixo, são um bom exemplo para este sub-momento defensivo.
  2. Impedir a criação: quando a equipa que defende não consegue impedir que a bola entre no interior do seu bloco e a sua última linha é a penúltima barreira entre si e a sua baliza. Ou então as acções que visem impedir ou interceptar um passe longo e directo para o espaço entre a última linha da equipa e o seu Guarda-Redes.
  3. Impedir a finalização: quando toda a equipa, menos o Guarda-Redes, foi ultrapassada. Portanto, contrapondo ao sub-momento ofensivo de Finalização, aqui, a última barreira é o Guarda-Redes e os seus comportamentos de defesa da baliza.

Defensivamente, o Rio Ave com um entendimento fabuloso do que é mais complicado. Perceber os timings ideais para sair e pressionar, e voltar para uma posição de controlo, depois de não se conseguir recuperar.

A passagem de um momento para o outro, sempre de forma harmoniosa, e sobretudo sempre de uma forma em que nunca perdeu o controlo. Nunca consentiu que o Sporting entrasse na sua estrutura defensiva.

De uma forma para mais fácil compreensão, imagine o bom jogo defensivo como o cumprir de uma série de etapas para se ser bem sucedido. Sendo a primeira a recuperação da bola na construção, e a segunda, o não permitir que nessa fase o adversário ultrapasse e chegue com bola dominada às costas do(s) avançados), e a terceira, o não permitir que a bola chegue então às costas dos médios.

Não poderia ter estado melhor organizado para cumprir a rigor o que mais importa quando não há bola.

Assim foi / é, o Rio Ave de Miguel Cardoso sem bola:

Para terem acesso a todos os conteúdos que por cá se produzem, e darem uma pequena ajuda tornem-se patronos deste projecto. Também com acesso à drive do Lateral Esquerdo, onde partilhamos “influências”. Recordamos que 1 euro mês será desde logo uma grande ajuda! Alternativa no lateralesquerdo.com@gmail.com.

O livro do “Lateral Esquerdo” agora em promoção no site da PrimeBooks (9’90€). Aqui, com entrega ao domicílio sem custos associados!

 

 

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

5 Comentários

  1. A pergunta deste jogo é: tendo o rio ave ja jogado cntra porto e benfica, jorge jesus nao devia ter preparado melhor a equipa para fazer face a esta organização? Nem no periodo de construção o Sporting estava preparado para o rio ave..

    • Existe também o facto de o Rio Ave tanto contra o Benfica tanto como o Porto se calhar ainda não ter um nivel de jogo tão perto do que mostrou agora frente ao Sporting.
      Nos ultimos jogos têm demonstrado uma percentagem de posse de bola a roçar os 75%, faltando apenas uma boa finalização para materializar em vitorias o bom jogo que faz.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*